Caracterização dos níveis de metais em amostras de pó doméstico e a sua relevância para a saúde humana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Sara Raquel Mateiro
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/5935
Resumo: A avaliação da qualidade do ambiente interior, particularmente do ambiente doméstico, por ser aquele em que o ser humano passa a maior parte do seu tempo, reveste-se de particular importância. Esta qualidade é modulada por um conjunto de fatores entre os quais se encontram os contaminantes ambientais com potencial tóxico, que têm por essa razão vindo a ser quantificados de forma consistente no pó doméstico, uma matriz com grande capacidade integradora. Esta matriz complexa comporta-se como um concentrador e repositório de muitas substâncias químicas persistentes e tóxicas como, por exemplo, os metais cujos efeitos deletérios na saúde humana se encontram bem descritos. Apesar de existirem vários estudos sobre os níveis de metais em pó domestico, não há dados relativos a estes contaminantes para amostras de pó obtidas em casas portuguesas, em particular para a região da Beira interior. Assim, este trabalho pretende avaliar os níveis de quatro metais tóxicos (arsénio, cádmio, chumbo e mercúrio) presentes no pó doméstico de habitações particulares do concelho da Covilhã e estimar o risco que a sua ingestão apresenta para a saúde humana. Com a exceção do chumbo, os metais em estudo foram detetados em todas as amostras. O arsénio, foi o metal para o qual foram registadas as concentrações mais elevadas com um valor máximo de 322,7 ppm. No extremo oposto, o cádmio foi o metal que registou em termos médios as concentrações mais baixas. O chumbo foi detetado em 76% das habitações estudadas com valores entre 0,03 ppm e 26,4 ppm. Os valores de mercúrio variaram entre 0,08 ppm e 7,71 ppm. Apesar de não existirem recomendações para os limites máximos admissíveis para metais em pó doméstico, os valores obtidos foram comparados com os valores máximos permissíveis para dragados a depositar livremente noutros locais, estabelecidos pela Portaria Nº 1450/2007. Os níveis de arsénio detetados excederam o valor máximo permissível (20 ppm) em todas as habitações. No caso do cádmio o limite máximo (1 ppm) só foi excedido em duas habitações. Para o chumbo o limite máximo admissível (50 ppm) não poi excedido em nenhuma habitação. Para o mercúrio o limite máximo (0,5 ppm) foi excedido em quatro habitações. No entanto, estes valores máximos admissíveis têm de ser encarados como meramente indicativos, não permitindo avaliar corretamente o risco associado à ingestão de pó doméstico. Considerando as concentrações de cada um dos metais em apreço e as taxas de ingestão de pó normais para adultos e crianças, foram estimadas as doses diárias de metais ingeridas pelos habitantes de cada uma das habitações investigadas no estudo. Para o arsénio, cádmio e chumbo a ingestão diária de pó é bastante inferior à dose tolerável estabelecida pelas autoridades competentes. No caso do chumbo e de acordo com as ultimas recomendações, existe risco para a saúde dos habitantes decorrentes da ingestão de pó contaminado com chumbo em pelo menos 76% das habitações estudadas. Os resultados obtidos na presente tese servirão de base de comparação para futuros trabalhos na área da contaminação por metais em ambiente doméstico, sendo simultaneamente um ponto de partida para investigações mais abrangentes nos quais outras matrizes ambientais (p.ex., solos e ar) e humanas (cabelo, sangue, unhas e urina) serão estudadas.
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Apesar de existirem vários estudos sobre os níveis de metais em pó domestico, não há dados relativos a estes contaminantes para amostras de pó obtidas em casas portuguesas, em particular para a região da Beira interior. Assim, este trabalho pretende avaliar os níveis de quatro metais tóxicos (arsénio, cádmio, chumbo e mercúrio) presentes no pó doméstico de habitações particulares do concelho da Covilhã e estimar o risco que a sua ingestão apresenta para a saúde humana. Com a exceção do chumbo, os metais em estudo foram detetados em todas as amostras. O arsénio, foi o metal para o qual foram registadas as concentrações mais elevadas com um valor máximo de 322,7 ppm. No extremo oposto, o cádmio foi o metal que registou em termos médios as concentrações mais baixas. O chumbo foi detetado em 76% das habitações estudadas com valores entre 0,03 ppm e 26,4 ppm. Os valores de mercúrio variaram entre 0,08 ppm e 7,71 ppm. Apesar de não existirem recomendações para os limites máximos admissíveis para metais em pó doméstico, os valores obtidos foram comparados com os valores máximos permissíveis para dragados a depositar livremente noutros locais, estabelecidos pela Portaria Nº 1450/2007. Os níveis de arsénio detetados excederam o valor máximo permissível (20 ppm) em todas as habitações. No caso do cádmio o limite máximo (1 ppm) só foi excedido em duas habitações. Para o chumbo o limite máximo admissível (50 ppm) não poi excedido em nenhuma habitação. Para o mercúrio o limite máximo (0,5 ppm) foi excedido em quatro habitações. No entanto, estes valores máximos admissíveis têm de ser encarados como meramente indicativos, não permitindo avaliar corretamente o risco associado à ingestão de pó doméstico. Considerando as concentrações de cada um dos metais em apreço e as taxas de ingestão de pó normais para adultos e crianças, foram estimadas as doses diárias de metais ingeridas pelos habitantes de cada uma das habitações investigadas no estudo. Para o arsénio, cádmio e chumbo a ingestão diária de pó é bastante inferior à dose tolerável estabelecida pelas autoridades competentes. No caso do chumbo e de acordo com as ultimas recomendações, existe risco para a saúde dos habitantes decorrentes da ingestão de pó contaminado com chumbo em pelo menos 76% das habitações estudadas. Os resultados obtidos na presente tese servirão de base de comparação para futuros trabalhos na área da contaminação por metais em ambiente doméstico, sendo simultaneamente um ponto de partida para investigações mais abrangentes nos quais outras matrizes ambientais (p.ex., solos e ar) e humanas (cabelo, sangue, unhas e urina) serão estudadas.The evaluation of indoor environmental quality, particularly that of households, is of paramount importance since modern humans spend most of their time indoors. Environmental contaminants with toxic potential play a central role in the modulation of indoor quality and recent trends have pointed towards their quantification in dust, which is a highly integrative matrix. This matrix behaves as a concentrator and repository of many persistent and toxic chemicals as, for example, metals whose deleterious effects on human health are well described. Despite many studies on metal levels in house dust, there is a scarcity of data in what concerns Portuguese house dust samples, particularly from the Beira Interior region. Hence, this work aims to assess the levels of four toxic metals (arsenic, cadmium, lead and mercury) in house dust from private households of Covilhã municipally and to estimate the risk to human health. With the exception of lead, the metals under study were detected in all samples. Arsenic was the metal for which the highest concentrations were registered (with values up to 322.7 ppm). Conversely, cadmium was the metal with the lowest average concentration. Lead was detected in 76% of households with values ranging between 0.03 ppm and 26.4 ppm. Mercury registered values between 0.08 ppm and 7.71 ppm. Although there are no recommendations for the maximum permissible levels for metals in house dust, compared comparison was performed with the maximum permissible values for dredged materials set by Portaria Nº 1450/2007. The levels of arsenic exceeded the allowable maximum value (20 ppm) in all households. For cadmium the limit (1 ppm) was only exceeded in two houses. As for lead the maximum permissible value (50 ppm) was not exceeded in any house. For mercury the limit (0.5 ppm) was exceeded in four houses. However, these maximum permissible values are only indicative, not allowing assessing the risk associated with the ingestion of house dust. Taking into account the concentrations of each metal and normal dust intake rates for adults and children the daily doses of ingested metal by the inhabitants in each house were estimated. For arsenic, cadmium and lead the calculated daily intake of dust is well below the tolerable intake set by the competent authorities. In the case of lead, and according to the latest recommendations, there are health risks associated with dust ingestion in at least 76% of the studied households. The results obtained in this thesis constitute a baseline for future works in the field of metal contamination in the indoor environment and will serve as a starting point for more comprehensive studies in which other environmental matrices (e.g., soil and air) and human samples (hair , blood, nails and urine) can be studied.Pastorinho, Manuel Ramiro DiasSousa, Ana Catarina AlmeidauBibliorumNeves, Sara Raquel Mateiro2018-08-30T16:05:23Z2015-11-112015-10-22015-11-11T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5935TID:201638169porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:44:09Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5935Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:46.459583Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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