Música Instrumental no Final do Antigo Regime. Contextos, Circulação e Repertórios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, Vanda de
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Fernandes, Cristina
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/20974
Resumo: A música instrumental durante o antigo Regime tem sido objeto de estudos parciais ou indiretos, uma vez que a vasta importância da música sacra e da ópera em Portugal absorveram a maior parte da investigação produzida. A afirmação de novos modelos de sociabilidade e a introdução de novas práticas culturais associadas à importação de novas formas de consumo e recepção musical tiveram uma influência significativa na emergência de elementos de modernidade que ultrapassam o contexto de antigo regime. No reinado de D. Maria I (1777-1816) este processo está relacionado com a expansão e diversificação dos circuitos de disseminação da música instrumental que propicia a afirmação de novos contextos, nomeadamente Assembleias. II O presente livro resulta de um conjunto de ensaios consagrados à música instrumental no período final do antigo regime produzidos pelos investigadores envolvidos no Projeto de Investigação intitulado Estudos de Música Instrumental 1755-1840 financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Uma parte importante dos trabalhos desenvolvidos e o enfoque no período referido decorrem de um programa de doutoramento em musicologia da Universidade de Évora científicamente enquadrado pelo Professor Doutor Rui Vieira Nery que permitiu a formação de um conjunto de musicólogos orientados para a música instrumental no final do antigo regime, período em que se encontravam desenvolvidos sobretudo os estudos em ópera e música sacra. A formação da presente equipa resultou assim de um processo natural, tendo sido ainda enriquecida por investigadores focados nos estudos de reportório e na sua praxis interpretativa (Vasco Negreiros), bem como nos processos de autonomização das práticas culturais associadas à música instrumental (Francesco Esposito). A organização e estrutura do presente livro foi confrontada com as linhas de enfoque e de abordagem que melhor se desenvolveram no quadro de reuniões científicas organizadas pela equipa do presente projeto, nomeadamente o workshop exploratório dedicado ao Cosmopolitismo na Música Instrumental do final do Antigo Regime (Universidade de Évora, Fevereiro 2012). A reunião organizou Seminários em torno das seguintes linhas de trabalho: (a) Fontes e fundos musicais. Circulação da Música; (b) Instituições, instrumentistas e compositores; (c) Reportórios e (d) Instrumentos. A questão de fundo do cosmopolitismo foi sobretudo aprofundada através da articulação com a equipa de investigação coordenada por Miguel Angel Marín, que desenvolve um projeto de investigação similar sediado na Universidade de la Rioja. Em articulação com esta equipa e a linha de investigação de Estudos Culturais do INET-MD (FCSH-UNL) organizou-se o Colóquio Internacional Instrumental Music in the Iberian World (1760-1820) , (Fundação Calouste Gulbenkian, Junho 2013), no qual se propôs uma abordagem contextualizada considerando os seguintes eixos temáticos: (a) a recepção e circulação de géneros instrumentais entre Portugal e outros centros musicais europeus; (b) o mercado da música, redes de vendas, conexões entre livreiros e impressores; (c) a existência e dinâmica de valorização entre repertórios locais e repertórios internacionais, nomeadamente tradições compositivas locais e modelos europeus; (d) a composição de repertórios e problemas de periodização; (e) os repertórios históricos, neste caso periféricos, na actualidade, nomeadamente no que refere a estilos e práticas de execução. O conjunto de onze estudos reunidos no presente livro foram organizados em três secções temáticas que permitem englobar abordagens complementares de um universo complexo passível de ser subdividido em linhas de enfoque mais específico. As divisões de largo espectro permitiram contudo agrupar estudos de caso de natureza muito específica a par de abordagens mais transversais, mantendo uma linha de fundo unificadora em termos de resultado de investigação. Trata-se também de, através de uma conjugação de estudos, aplicar ao caso português as perspectivas de estudo que têem sido definidas pela história social da música, a história dos géneros musicais e os recentes performance studies. O presente livro promove novas perspectivas relativamente à circulação de reportórios e músicos, bem como aos contextos em que se ouvia a música instrumental. Através de estudos de reportórios menos trabalhados promove a sistematização de dados necessária à abordagem de tradições compositivas, circulação de convenções, influências e património musical partilhado. Estes aspetos que se apresentam de grande complexidade são fundamentais para o enquadramento estilístico de reportórios periféricos, para a compreensão da sua natureza específica e dos detalhes que eventualmente o diferenciam em relação a modelos de grande disseminação que a historiografia facilmente identifica.
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II O presente livro resulta de um conjunto de ensaios consagrados à música instrumental no período final do antigo regime produzidos pelos investigadores envolvidos no Projeto de Investigação intitulado Estudos de Música Instrumental 1755-1840 financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Uma parte importante dos trabalhos desenvolvidos e o enfoque no período referido decorrem de um programa de doutoramento em musicologia da Universidade de Évora científicamente enquadrado pelo Professor Doutor Rui Vieira Nery que permitiu a formação de um conjunto de musicólogos orientados para a música instrumental no final do antigo regime, período em que se encontravam desenvolvidos sobretudo os estudos em ópera e música sacra. A formação da presente equipa resultou assim de um processo natural, tendo sido ainda enriquecida por investigadores focados nos estudos de reportório e na sua praxis interpretativa (Vasco Negreiros), bem como nos processos de autonomização das práticas culturais associadas à música instrumental (Francesco Esposito). A organização e estrutura do presente livro foi confrontada com as linhas de enfoque e de abordagem que melhor se desenvolveram no quadro de reuniões científicas organizadas pela equipa do presente projeto, nomeadamente o workshop exploratório dedicado ao Cosmopolitismo na Música Instrumental do final do Antigo Regime (Universidade de Évora, Fevereiro 2012). A reunião organizou Seminários em torno das seguintes linhas de trabalho: (a) Fontes e fundos musicais. Circulação da Música; (b) Instituições, instrumentistas e compositores; (c) Reportórios e (d) Instrumentos. 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Através de estudos de reportórios menos trabalhados promove a sistematização de dados necessária à abordagem de tradições compositivas, circulação de convenções, influências e património musical partilhado. Estes aspetos que se apresentam de grande complexidade são fundamentais para o enquadramento estilístico de reportórios periféricos, para a compreensão da sua natureza específica e dos detalhes que eventualmente o diferenciam em relação a modelos de grande disseminação que a historiografia facilmente identifica.Colibri2017-05-05T10:46:34Z2017-05-052014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookhttp://hdl.handle.net/10174/20974http://hdl.handle.net/10174/20974porVanda de Sá e Cristina Fernandes (eds.), Música instrumental no período final do Antigo Regime: contextos, circulação e reportórios. 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