Equidade no acesso aos medicamentos para as doenças cardiovasculares em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Estêvão, Cláudia Sofia Sebastião
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/164503
Resumo: RESUMO - Introdução:A equidade no acesso aos cuidados de saúde, objetivo basilar dos sistemas de saúde, pressupõe uma prestação de cuidados iguais para iguais necessidades. Contudo, existem evidências de diferenças sistemáticas na utilização dos cuidados de saúde em Portugal associadas a características geográficas e socioeconómicas que, indo além das necessidades de saúde, constituem situações de iniquidade. Neste contexto, com este estudo, pretendeu-se analisar as desigualdades geográficas em saúde e no acesso aos medicamentos para a doença cardiovascular em Portugal continental. Metodologia: Este é um estudo ecológico analítico, transversal e retrospetivo na observação, tendo como unidade geográfica de análise os municípios ( = 278) de Portugal continental e como ano de referência 2019. Com base nos dados provenientes do INFARMED, do INE e da SPMS, analisou-se o acesso aos medicamentos para as doenças cardiovasculares (utilização e despesa pública) em função da influência de fatores de necessidade, mas também socioeconómicos (nível educacional, rendimento) e de oferta de cuidados. Os testes estatísticos realizados com o software SPSS, compreenderam análise descritiva e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados revelaram desigualdades em saúde relacionadas com o local geográfico de residência, evidenciando a existência de contextos mais adversos (carga de doença, nível educacional, rendimento e oferta de médicos), sobretudo em territórios rurais do interior e contextos mais favoráveis, ou seja, em territórios mais urbanos, junto ao litoral. Ao nível do acesso aos medicamentos cardiovasculares observaram-se também desigualdades geográficas, verificando-se que o acesso depende de fatores de necessidade, como a presença de doença, mas também é influenciado por fatores socioeconómicos e de oferta de cuidados, o que sugere a existência de iniquidades no acesso. Discussão/Conclusões: Os resultados sugerem desigualdades geográficas na doença cardiovascular e fatores de risco e de iniquidade no acesso aos medicamentos cardiovasculares. Estes resultados devem ser aprofundados e monitorizados de modo a diminuir as desigualdades em saúde e as iniquidades no acesso aos cuidados.
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Metodologia: Este é um estudo ecológico analítico, transversal e retrospetivo na observação, tendo como unidade geográfica de análise os municípios ( = 278) de Portugal continental e como ano de referência 2019. Com base nos dados provenientes do INFARMED, do INE e da SPMS, analisou-se o acesso aos medicamentos para as doenças cardiovasculares (utilização e despesa pública) em função da influência de fatores de necessidade, mas também socioeconómicos (nível educacional, rendimento) e de oferta de cuidados. Os testes estatísticos realizados com o software SPSS, compreenderam análise descritiva e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados revelaram desigualdades em saúde relacionadas com o local geográfico de residência, evidenciando a existência de contextos mais adversos (carga de doença, nível educacional, rendimento e oferta de médicos), sobretudo em territórios rurais do interior e contextos mais favoráveis, ou seja, em territórios mais urbanos, junto ao litoral. Ao nível do acesso aos medicamentos cardiovasculares observaram-se também desigualdades geográficas, verificando-se que o acesso depende de fatores de necessidade, como a presença de doença, mas também é influenciado por fatores socioeconómicos e de oferta de cuidados, o que sugere a existência de iniquidades no acesso. Discussão/Conclusões: Os resultados sugerem desigualdades geográficas na doença cardiovascular e fatores de risco e de iniquidade no acesso aos medicamentos cardiovasculares. Estes resultados devem ser aprofundados e monitorizados de modo a diminuir as desigualdades em saúde e as iniquidades no acesso aos cuidados.ABSTRACT - Introduction: Equity in access to health care, a basilar objective of health care systems, requires equal delivery of care for equal need. Despite this, there is evidence of systematic differences in the delivery of health care associated with geographic and socioeconomic factors which go beyond the health needs and create situations where access to health care is not equitable. In this context, this study was undertaken to analyse geographic inequalities in health and access to medicines for cardiovascular disease due to non medical factors in mainland Portugal. Methodology: This was an ecological, analytical, cross-sectional, and retrospective observational study, with the municipalities of Mainland Portugal serving as the geographical units of analysis, and 2019 as the reference year. Based on data provided by INE, SPMS and INFARMED differences in health and access to medicines for cardiovascular diseases (usage and public expenditures), was analysed on the presence of need, but also on socioeconomic factors (educational level, income level) and health care availability. Statistical tests included a descriptive analysis and multiple linear regression analysis, using SPSS software. Results: The results revealed health inequalities related to an individual’s geographic place of residence. The existence of more unfavorable factors (disease burden, educational level, income, and supply of doctors) was evident, especially in rural and inland areas, which adversely affected the ability of individuals in those areas to access needed medications. At the same time, more urban and coastal territories had considerably less unfavorable contexts and simultaneously much better access to the same medications. Geographical inequalities were clearly observed, verifying that access to medications depends not only on need (such as the presence of disease) but is also influenced by socioeconomic factors tied to geographical location and the local supply of care, which suggests the existence of inequities in access. Discussion/Conclusions: The results suggest geographic inequalities in in cardiovascular disease and risk factors and inequality in access to cardiovascular medications. These results must be deepened and monitored to reduce health inequalities and inequities in access to care.Furtado, CláudiaRUNEstêvão, Cláudia Sofia Sebastião2024-03-06T00:04:16Z20232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/164503TID:203531817porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:52:42Zoai:run.unl.pt:10362/164503Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T04:00:12.915962Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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