Aplicação do Time-Driven Activity-Based Costing no Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro: estudo de caso dos exames de Tomografia Computorizada

• Autor(a) principal: Oliveira, Catarina Alexandra de Albuquerque
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11901
• topic: Time-Driven; Activity-Based

Cada vez mais, a viabilidade das organizações requer uma eficiente supervisão e controlo dos custos inerentes à sua operação. Em especial nas organizações ligadas à prestação de serviços, como no caso dos serviços de saúde, devido aos ambientes de constante mudança e à grande quantidade de custos (diretos e indiretos) envolvidos. Neste contexto, assiste-se à crescente implementação de modelos de custeio que permitem um tratamento mais correto dos custos, essencialmente dos indiretos. Torna-se, portanto, imperioso para as organizações da área da saúde diminuir os custos de forma sustentável e melhorar resultados, sem, no entanto, descurar o cuidado do paciente. Dentro desta perspetiva, insere-se o método Time-Driven Activity-Based Costing (TDABC), que possibilita percorrer todo o ciclo de atividades para determinar os custos de um determinado processo clínico. O presente trabalho, permitiu contribuir para a consciencialização da importância do controlo de custos nos serviços de saúde, através de um modelo action research relativo à implementação do modelo de custeio TDABC aos exames de Tomografia Computacional (TC), realizados no Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar de Trásos-Montes e Alto Douro (CHTMAD). Inicialmente, efetuou-se a revisão sistemática de literatura sobre o tema, seguida da aplicação prática do referido método de custeio. Principiada com a definição do circuito do doente, com o mapeamento de todas as suas atividades constituintes, e a definição de três subcasos: uma secção sem contraste (1S), uma secção com contraste (1C) e três secções com contraste (3C). Posteriormente, foi efetuada a medição dos tempos de realização para cada atividade, listagem dos recursos consumidos e respetivos custos, cálculo da taxa de custo de capacidade de cada recurso e, finalmente, a determinação dos custos totais inerentes para cada um dos subcasos. Para além do valor inicialmente obtido após a aplicação do método, apresentamse os valores ajustados para a alteração do rácio de capacidade prática vs teórica (65% em vez de 85%) e outro para inclusão dos recursos em standby. As distribuições das percentagens de custos afetos aos diferentes tipos de recursos: pessoal, equipamentos e consumíveis, variam, respetivamente, para o subcaso 1S entre 74,53-76,70%; 23,07-25,23% e 0,19-0,29%; para o subcaso 1C entre 41,38-47,90%; 18,68-21,73% e 30,37-39,94%, respetivamente e para o subcaso 3C entre 52,98-57,78%; 17,42-19,69% e 22,54-29,59%. A aplicação de metodologias de imputação de custos, para além de coadjuvar a gestão ao permitir o cálculo real dos custos e a sua alocação, reverteu também para a potencial melhoria do serviço prestado, identificando áreas sem valor acrescentado e potenciais melhorias, das quais se destaca a rentabilização dos recursos humanos através do agendamento de exames com e sem contraste em turnos independentes. Apesar dos benefícios comprovados da utilização deste tipo de metodologias de custeio, a mesma é ainda incipiente nos serviços de saúde na área da Imagiologia em Portugal, sendo este trabalho, uma contribuição direta para colmatar esta lacuna.