Acompanhamento de idosos vulneráveis em Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI): análise de resultados de um programa de telessaúde versus seguimento clínico convencional

• Autor(a) principal: Pires, Rafaela Pires e
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/164765
• topic: Envelhecimento; Estruturas Residenciais para Idosos; Telessaúde; Avaliação e Monitorização de Idosos Vulneráveis; Poupança; Aging; Nursing homes; Telehealth; Evaluation and Monitoring of Vulnerable Elderly People; Savings; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais

RESUMO - Contexto: Globalmente, assiste-se a um fenómeno de envelhecimento populacional que exige adaptações no modelo de prestação de cuidados de saúde a idosos, sobretudo nos lares de idosos. Ao mesmo tempo, a utilização da tecnologia em instituições de saúde ganha cada vez mais relevância na forma de programas de telessaúde. Estudos internacionais que avaliam a implementação deste tipo de programas têm concluído que a telessaúde nas ERPI permite obter resultados (clínicos e financeiros) promissores para os sistemas de saúde. Objetivos: Determinar o impacto clínico e financeiro (segundo a perspetiva do SNS) de programas de Avaliação e Monitorização de Idosos Vulneráveis (ATIV) em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI). Metodologia: A metodologia aplicada seguiu os Consolidated Health Economic Evaluation Reporting Standards - CHEERS e as Orientações Metodológicas para Estudos de Avaliação Económica de Tecnologias de Saúde. Primeiro, apresentou-se os métodos gerais. De seguida, procedeu-se à identificação e medição de custos, que se dividiu em custos pelo seguimento convencional e custos pelo seguimento pelo programa ATIV. Listaram-se custos por consulta, custos com internamentos, custos com os episódios de urgência e custos com deslocações aos serviços de urgência. Resultados: Após um ano de implementação do programa, a proporção de utentes com níveis de pressão arterial elevada diminui em 53%. Registou-se uma diminuição de 45% no número de episódios de urgência e um aumento de 26% nos episódios de internamento, em relação aos 12 meses anteriores à implementação de cuidados por telessaúde. Numa análise preliminar, o programa ATIV parece ser um fator de risco para o internamento e um fator de proteção para os episódios de urgências. Ao nível de custos com utilização de serviços de saúde, registou-se uma subida de 20,6%, enquanto que ao nível de custos unitários da consulta podem ser alcançadas poupanças na ordem dos 50%. Conclusão: A implementação de programas como o programa ATIV em ERPI é uma estratégia promissora, dado que permite facilitar o acesso a cuidados médicos e reduzir a utilização indevida dos serviços de urgência, controlar a pressão arterial dos utentes e reduzir tempos e custos de consultas. No entanto, são necessários mais estudos no âmbito de programas de telemedicina em ERPI portuguesas.