Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues, M
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Luís, C, Brito, MJ, Correia, P
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1889
Resumo: Introdução: A celulite orbitária, pré e pós-septal, é a principal infeção dos tecidos e anexos do olho, tendo diferentes abordagens e implicações clínicas. Métodos: Análise retrospectiva de crianças internadas num hospital de nível II da região metropolitana de Lisboa por celulite orbitária ao longo de 17 anos. Comparação entre celulite pré-septal e infeção pós-septal no que respeita à sua apresentação clínica, achados imagiológicos e tratamento. Os dados clínicos e abordagens diagnóstica e terapêutica foram ainda analisados antes e após a implementação de um protocolo de atuação, 1996-2002 e 2003-2013, respetivamente. Resultados: Foram incluídas 305 crianças, 241 com celulite pré-septal e 64 pós-septal, homogeneamente distribuídas pelas fases anterior e posterior à implementação do protocolo de atuação (150 vs 155, respetivamente). Na celulite pós-septal, o fator predisponente mais comum foi a sinusite (82,8 vs 46,9%, p < 0,001) e a existência de portas de entrada foi menos frequente (17,2 vs 40,6%, p < 0,001). Laboratorialmente, constatou-se um maior aumento da proteína C reativa (9,6 vs 4,4 mg/ dL, p < 0,001). Após a implementação do protocolo, constatou-se um maior número de internamentos com atingimento pós- -septal (29 vs 12,7%, p = 0,001), com quadros clínicos mais exuberantes: mais fotofobia (p = 0,001), dor ocular (p < 0,001) e proptose (p < 0,05); a sinusite foi mais frequentemente diagnosticada (p < 0,05). Nesse período, registou-se ainda alteração na escolha e duração da antibioterapia, tendo sido o ceftriaxone a primeira opção na maioria dos casos. Apesar da maior taxa de complicações (1,3% vs 12,9%, p < 0,001), não se verifi cou aumento do número de sequelas a longo prazo. A implementação do protocolo de atuação com critérios de internamento mais restritos levou à admissão preferencial de casos mais graves e maior racionalização da terapêutica
id RCAP_428c6685a393a98a0fe90c391da893ee
oai_identifier_str oai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1889
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de ExperiênciaPre- and Post-Septal Orbital Cellulitis in a Paediatric Department: A 17-Year Retrospective ReviewCriançaCelulite orbitáriaInfecções bacterianasIntrodução: A celulite orbitária, pré e pós-septal, é a principal infeção dos tecidos e anexos do olho, tendo diferentes abordagens e implicações clínicas. Métodos: Análise retrospectiva de crianças internadas num hospital de nível II da região metropolitana de Lisboa por celulite orbitária ao longo de 17 anos. Comparação entre celulite pré-septal e infeção pós-septal no que respeita à sua apresentação clínica, achados imagiológicos e tratamento. Os dados clínicos e abordagens diagnóstica e terapêutica foram ainda analisados antes e após a implementação de um protocolo de atuação, 1996-2002 e 2003-2013, respetivamente. Resultados: Foram incluídas 305 crianças, 241 com celulite pré-septal e 64 pós-septal, homogeneamente distribuídas pelas fases anterior e posterior à implementação do protocolo de atuação (150 vs 155, respetivamente). Na celulite pós-septal, o fator predisponente mais comum foi a sinusite (82,8 vs 46,9%, p < 0,001) e a existência de portas de entrada foi menos frequente (17,2 vs 40,6%, p < 0,001). Laboratorialmente, constatou-se um maior aumento da proteína C reativa (9,6 vs 4,4 mg/ dL, p < 0,001). Após a implementação do protocolo, constatou-se um maior número de internamentos com atingimento pós- -septal (29 vs 12,7%, p = 0,001), com quadros clínicos mais exuberantes: mais fotofobia (p = 0,001), dor ocular (p < 0,001) e proptose (p < 0,05); a sinusite foi mais frequentemente diagnosticada (p < 0,05). Nesse período, registou-se ainda alteração na escolha e duração da antibioterapia, tendo sido o ceftriaxone a primeira opção na maioria dos casos. Apesar da maior taxa de complicações (1,3% vs 12,9%, p < 0,001), não se verifi cou aumento do número de sequelas a longo prazo. A implementação do protocolo de atuação com critérios de internamento mais restritos levou à admissão preferencial de casos mais graves e maior racionalização da terapêuticaSociedade Portuguesa de PediatriaRepositório do Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaDomingues, MLuís, CBrito, MJCorreia, P2017-06-29T11:37:30Z2017-01-01T00:00:00Z2017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.10/1889porActa Pediatr Port 2017;48(1):37-450301-147Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-20T15:52:37Zoai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1889Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:52:55.401018Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
Pre- and Post-Septal Orbital Cellulitis in a Paediatric Department: A 17-Year Retrospective Review
title Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
spellingShingle Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
Domingues, M
Criança
Celulite orbitária
Infecções bacterianas
title_short Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
title_full Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
title_fullStr Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
title_full_unstemmed Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
title_sort Celulite Orbitária Pré e Pós-Septal em Idade Pediátrica: 17 Anos de Experiência
author Domingues, M
author_facet Domingues, M
Luís, C
Brito, MJ
Correia, P
author_role author
author2 Luís, C
Brito, MJ
Correia, P
author2_role author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
dc.contributor.author.fl_str_mv Domingues, M
Luís, C
Brito, MJ
Correia, P
dc.subject.por.fl_str_mv Criança
Celulite orbitária
Infecções bacterianas
topic Criança
Celulite orbitária
Infecções bacterianas
description Introdução: A celulite orbitária, pré e pós-septal, é a principal infeção dos tecidos e anexos do olho, tendo diferentes abordagens e implicações clínicas. Métodos: Análise retrospectiva de crianças internadas num hospital de nível II da região metropolitana de Lisboa por celulite orbitária ao longo de 17 anos. Comparação entre celulite pré-septal e infeção pós-septal no que respeita à sua apresentação clínica, achados imagiológicos e tratamento. Os dados clínicos e abordagens diagnóstica e terapêutica foram ainda analisados antes e após a implementação de um protocolo de atuação, 1996-2002 e 2003-2013, respetivamente. Resultados: Foram incluídas 305 crianças, 241 com celulite pré-septal e 64 pós-septal, homogeneamente distribuídas pelas fases anterior e posterior à implementação do protocolo de atuação (150 vs 155, respetivamente). Na celulite pós-septal, o fator predisponente mais comum foi a sinusite (82,8 vs 46,9%, p < 0,001) e a existência de portas de entrada foi menos frequente (17,2 vs 40,6%, p < 0,001). Laboratorialmente, constatou-se um maior aumento da proteína C reativa (9,6 vs 4,4 mg/ dL, p < 0,001). Após a implementação do protocolo, constatou-se um maior número de internamentos com atingimento pós- -septal (29 vs 12,7%, p = 0,001), com quadros clínicos mais exuberantes: mais fotofobia (p = 0,001), dor ocular (p < 0,001) e proptose (p < 0,05); a sinusite foi mais frequentemente diagnosticada (p < 0,05). Nesse período, registou-se ainda alteração na escolha e duração da antibioterapia, tendo sido o ceftriaxone a primeira opção na maioria dos casos. Apesar da maior taxa de complicações (1,3% vs 12,9%, p < 0,001), não se verifi cou aumento do número de sequelas a longo prazo. A implementação do protocolo de atuação com critérios de internamento mais restritos levou à admissão preferencial de casos mais graves e maior racionalização da terapêutica
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-29T11:37:30Z
2017-01-01T00:00:00Z
2017-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.10/1889
url http://hdl.handle.net/10400.10/1889
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Acta Pediatr Port 2017;48(1):37-45
0301-147X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130395725266944