Educação e património cultural: roteiros para o ensino em Estarreja

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Carla Susana Nunes Ferreira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/8984
Resumo: Partindo do reconhecimento de que é muito deficiente a educação escolar para o património cultural e de que são diversas as ameaças da pós-modernidade à preservação da nossa herança material e espiritual, com o presente estudo perseguimos dois objectivos essenciais: reflectir sobre a evolução recente dos conceitos de património cultural e apresentar algumas propostas para uma educação patrimonial em contexto educativo, sob a forma de inventário, partindo da situação em que se encontra o património o Município de Estarreja. Apesar de existir um programa geral, contemplado, tanto na Lei de Bases do Sistema Educativo (1986), como nos programas da área de Estudo do Meio (1.º Ciclo), nas disciplinas de História e Geografia de Portugal (2.º Ciclo) e História (3.º Ciclo) – e estranhamente só nestas –, na verdade, não há um programa de educação patrimonial de incidência local ou regional. As escolas, enquanto espaços de transmissão (da herança científica e cultural) e de descoberta (de caminhos novos), deverão ser praças da cidadania e estar atentas, tanto à educação científica, como à educação para o património natural e cultural. Nunca poderão estabelecer um profícuo relacionamento com o meio em que se inserem se o olhar dos seus alunos e professores for ignorante fora do estrito espaço físico delimitado pelos seus muros. Cabe às escolas, às autarquias, às associações e colectividades, em conjunto, construir um programa de educação patrimonial local, no sentido de resgatar memórias, de afirmar (e reconstruir) identidades, de preservar gestos e saberes, relegados para o buraco negro do esquecimento pela inexorável força centrípeta de Cronos, pelo ímpeto autofágico das tecnologias da globalização, pela velocidade das mudanças, pela pressão autoritária do presente. Nessa medida, esta dissertação constitui um contributo para um inventário do património cultural de Estarreja, oferecendo igualmente sugestões de actividades que, também de forma lúdica, possam formar cidadãos conhecedores das suas raízes, conscientes dos desafios da preservação material e espiritual, para assim saberem opor, a um tempo cronológico, devorador e vazio, um tempo cairológico, um tempo de encontros, de amizades, de memórias partilhadas, um tempo de criação, um tempo que, como diz João Maria André, “permite a compreensão da historicidade como acontecimento da liberdade”. Como se poderá ver, as actividades sugeridas e os materiais produzidos visam essencialmente as faixas etárias dos alunos do Ensino Básico – expressão que, por razões de limitação dos caracteres do título desta dissertação, foi amputada –, mas não será difícil construir propostas inovadoras para todos os alunos.
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Apesar de existir um programa geral, contemplado, tanto na Lei de Bases do Sistema Educativo (1986), como nos programas da área de Estudo do Meio (1.º Ciclo), nas disciplinas de História e Geografia de Portugal (2.º Ciclo) e História (3.º Ciclo) – e estranhamente só nestas –, na verdade, não há um programa de educação patrimonial de incidência local ou regional. As escolas, enquanto espaços de transmissão (da herança científica e cultural) e de descoberta (de caminhos novos), deverão ser praças da cidadania e estar atentas, tanto à educação científica, como à educação para o património natural e cultural. Nunca poderão estabelecer um profícuo relacionamento com o meio em que se inserem se o olhar dos seus alunos e professores for ignorante fora do estrito espaço físico delimitado pelos seus muros. Cabe às escolas, às autarquias, às associações e colectividades, em conjunto, construir um programa de educação patrimonial local, no sentido de resgatar memórias, de afirmar (e reconstruir) identidades, de preservar gestos e saberes, relegados para o buraco negro do esquecimento pela inexorável força centrípeta de Cronos, pelo ímpeto autofágico das tecnologias da globalização, pela velocidade das mudanças, pela pressão autoritária do presente. Nessa medida, esta dissertação constitui um contributo para um inventário do património cultural de Estarreja, oferecendo igualmente sugestões de actividades que, também de forma lúdica, possam formar cidadãos conhecedores das suas raízes, conscientes dos desafios da preservação material e espiritual, para assim saberem opor, a um tempo cronológico, devorador e vazio, um tempo cairológico, um tempo de encontros, de amizades, de memórias partilhadas, um tempo de criação, um tempo que, como diz João Maria André, “permite a compreensão da historicidade como acontecimento da liberdade”. Como se poderá ver, as actividades sugeridas e os materiais produzidos visam essencialmente as faixas etárias dos alunos do Ensino Básico – expressão que, por razões de limitação dos caracteres do título desta dissertação, foi amputada –, mas não será difícil construir propostas inovadoras para todos os alunos.Recognizing that school education is very poor of cultural heritage and are several threats of postmodernity to the preservation of our material and spiritual heritage, the present study pursued two main objectives: to reflect on recent developments concepts of cultural heritage and present some proposals for a heritage education in the educational context, in the form of inventory, based on the situation in which the property is the municipality of Estarreja. Although there is a general program, included in both the Lei de Bases do Sistema Educativo (1986), as in programs in Estudo do Meio (1.º Ciclo), in the disciplines of História e Geografia de Portugal (2.º Ciclo) and História (3.º Ciclo) - and strangely only in these - in fact, there is a heritage education program for local or regional impact. The schools, as spaces of transmission (the scientific and cultural heritage) and discovery (new paths) should be squares of citizenship and be alert both to science education, as education for the natural and cultural heritage. They can never establish a fruitful relationship with the environment in which they live if the look of their students and teachers is ignorant outside the narrow space enclosed by its walls. It is up to schools, municipalities, associations and communities together to build a local heritage education program, to recall memories, to say (and rebuild) identities, gestures and preserve knowledge, relegated to the black hole of oblivion the inexorable centripetal force of Cronos, the impetus of autophagic technologies of globalization, the speed of change, the pressure of this authoritarian. As such, this work is a contribution to an inventory of cultural heritage of Estarreja also offer suggestions for activities, also in a playful, knowledgeable citizens can form their roots, conscious of the challenges of preserving material and spiritual, in order to know opposing to a chronological time, devourer and empty, right time, a time of meetings, friendships, shared memories, a time of creation, a time that, as says João Maria André, "gives an understanding of the historicity as an event of freedom". As we can see, the suggested activities and materials produced are essentially aimed at the age of the students of basic education - an expression which, for reasons of limiting the characters of the title of this dissertation was amputated - but will not be difficult to build innovative proposals for all the students.Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:37Z2011-12-21T00:00:00Z2011-12-212014-01-13T09:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/8984porVieira, Carla Susana Nunes Ferreirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:15:22Zoai:ria.ua.pt:10773/8984Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:45:57.800527Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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