Os sobas e a construção de Angola nos séculos XVI e XVII
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/118908 |
Resumo: | A partir da análise da primeira obra historiográfica relativa a Angola, escrita em 1680, apresenta-se o papel das autoridades locais na construção deste território enquanto espaço colonial. Este processo foi estruturado a partir da vontade portuguesa, no final do século XVI, em articulação com a atuação dos líderes locais, os chamados sobas. Entre os séculos XVI e XVII, Angola irá constituir-se como um dos eixos fundamentais para a política imperial portuguesa no Atlântico Sul. Partindo dos modelos de colonização no império português e da caraterização territorial, política e social do reino do Ndongo, apresenta-se a evolução da estratégia portuguesa relativa ao tráfico de escravizados deste território africano, em direção à América. Tendo por base uma revisão da bibliografia existente e do confronto de fontes primárias, pretende-se enunciar as características do poder das autoridades tradicionais de Angola à chegada dos portugueses, descrever as políticas esboçadas para a imposição do domínio português sobre o território, demonstrar as estratégias de adesão ou contestação dos sobas às intenções portuguesas, caracterizando tipologias de atuação e padrões de relação. Defende-se que atuação destas autoridades locais africanas foi decisiva para a permanência do poder português neste espaço, criando modelos que serão implementados por outros sistemas coloniais nas centúrias seguintes. A relação entre portugueses e africanos produziu mudanças significadas para as sociedades africanas, que resultaram tanto da capacidade de adaptação de africanos, como de portugueses. Consideramos também, que com estes contactos surgiram novas identidades e novas dinâmicas, que foram fundamentais para a construção do espaço atlântico. |
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Os sobas e a construção de Angola nos séculos XVI e XVIIAngolaSécs. XVI-XVIIReino do NdongoLuandaÁfricaImpério PortuguêsIdade ModernaAutoridades locaisInterações Portugueses-AfricanosDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaA partir da análise da primeira obra historiográfica relativa a Angola, escrita em 1680, apresenta-se o papel das autoridades locais na construção deste território enquanto espaço colonial. Este processo foi estruturado a partir da vontade portuguesa, no final do século XVI, em articulação com a atuação dos líderes locais, os chamados sobas. Entre os séculos XVI e XVII, Angola irá constituir-se como um dos eixos fundamentais para a política imperial portuguesa no Atlântico Sul. Partindo dos modelos de colonização no império português e da caraterização territorial, política e social do reino do Ndongo, apresenta-se a evolução da estratégia portuguesa relativa ao tráfico de escravizados deste território africano, em direção à América. Tendo por base uma revisão da bibliografia existente e do confronto de fontes primárias, pretende-se enunciar as características do poder das autoridades tradicionais de Angola à chegada dos portugueses, descrever as políticas esboçadas para a imposição do domínio português sobre o território, demonstrar as estratégias de adesão ou contestação dos sobas às intenções portuguesas, caracterizando tipologias de atuação e padrões de relação. Defende-se que atuação destas autoridades locais africanas foi decisiva para a permanência do poder português neste espaço, criando modelos que serão implementados por outros sistemas coloniais nas centúrias seguintes. A relação entre portugueses e africanos produziu mudanças significadas para as sociedades africanas, que resultaram tanto da capacidade de adaptação de africanos, como de portugueses. Consideramos também, que com estes contactos surgiram novas identidades e novas dinâmicas, que foram fundamentais para a construção do espaço atlântico.Starting with the first historiographic work related to Angola, written in 1680, the role of local authorities in the construction of the territory as a colonial space is addressed. This process was supported on the Portuguese will, at the end of the 16th century, together with the agency of local leaders, also called as sobas. Between the 16th and 17th centuries, Angola became one of the fundamental axis of action for the Portuguese imperial politics in the South Atlantic. Based upon the colonization models in the Portuguese empire and given the territorial, political and social characterisation of the Kingdom of Ndongo, the evolution of the Portuguese strategy regarding the slave trade from this African territory, towards America is here presented. Based on a review of the existing literature and the analysis of primary sources, it is intended to state characteristics of power of the traditional authorities of Angola at the arrival of the Portuguese, to describe the outlined politics for the imposition of the Portuguese rule over the territory, to show strategies of support or challenge of the sobas to the Portuguese intentions, featuring plans of action and relationship patterns. We argue that the actions taken by the local African authorities were decisive for the permanence of the Portuguese power in this land, creating structures that would be implemented by other colonial systems in the following centuries. The relationship between Portuguese and Africans produced significant changes for African societies, result of the adaptability of Africans and Portuguese. We also consider that these contacts have created new identities and new dynamics, that were fundamental to the construction of the Atlantic world.Brito, CristinaRUNVicente, Mário João Lázaro2021-06-07T15:03:28Z2021-04-092021-01-152021-04-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/118908TID:202721450porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:01:36Zoai:run.unl.pt:10362/118908Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:43:57.796456Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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