Análise do Papel Neuroprotetor da Proteína DJ-1 na Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jacinto, Daniela Filipa Flores
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/6005
Resumo: O stresse oxidativo é considerado um dos fatores chave no desencadeamento e progressão de diversas doenças neurodegenerativas. Uma vez que a perda progressiva de neurónios dopaminérgicos na substância nigra pars compacta constitui a principal característica da doença de Parkinson e que esta população neuronal está sujeita a elevados níveis de stresse oxidativo, sugere-se que este possa estar na base da grande vulnerabilidade destes neurónios. A DJ-1 é uma pequena proteína com papel neuroprotetor em situações de stresse oxidativo e que tem sido associada à DP esporádica. Apesar das múltiplas funções atribuídas a esta proteína, o seu papel neuroprotetor possui grande relevância nesta patologia, uma vez que ela funciona como um sensor de stresse oxidativo. A DJ-1 é expressa quer por neurónios, quer por astrócitos, localizando-se no citoplasma, núcleo celular, mitocôndria e também extracelularmente. A sua libertação para o meio parece ser facilitada por oxidação. Este trabalho pretendeu avaliar o papel protetor da DJ-1 extracelular usando como modelo experimental culturas primárias de neurónios do mesencéfalo ventral e co-culturas de neurónios e astrócitos. A lesão neuronal foi induzida por exposição ao estímulo oxidante, H2O2, numa concentração à qual apenas os neurónios dopaminérgicos foram lesados. Ao contrário do esperado a lesão dopaminérgica não foi afetada pela presença de astrócitos. Estudos de imunodepleção da DJ-1 presente no meio mostraram que esta promove a proteção dopaminérgica quer em condições controlo quer após exposição a lesão oxidativa. Por quantificação da DJ-1 presente no meio mostrámos que esta é secretada e que a exposição a H2O2 estimula a sua libertação. Com recurso ao uso de DJ-1 conjugada ao fluoróforo Alexa 488 confirmámos a capacidade dos neurónios em captar a proteína extracelular. No entanto, apenas uma pequena percentagem dos neurónios apresentaram incorporação significativa e curiosamente nenhum dos neurónios dopaminérgicos presentes incorporou a proteína marcada, pelo que não é clara a relevância desta recaptura para a proteção neuronal observada. Em conjunto os resultados obtidos mostraram que neurónios e astrócitos mesencefálicos têm a capacidade de libertar DJ-1, quer em condições basais quer em condições oxidantes, e que a proteína secretada para o meio é relevante para a sobrevivência dopaminérgica. Verificámos ainda que a DJ-1 extracelular pode ser recaptada por neurónios, o que sugere uma ação parácrina desta proteína.
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A DJ-1 é expressa quer por neurónios, quer por astrócitos, localizando-se no citoplasma, núcleo celular, mitocôndria e também extracelularmente. A sua libertação para o meio parece ser facilitada por oxidação. Este trabalho pretendeu avaliar o papel protetor da DJ-1 extracelular usando como modelo experimental culturas primárias de neurónios do mesencéfalo ventral e co-culturas de neurónios e astrócitos. A lesão neuronal foi induzida por exposição ao estímulo oxidante, H2O2, numa concentração à qual apenas os neurónios dopaminérgicos foram lesados. Ao contrário do esperado a lesão dopaminérgica não foi afetada pela presença de astrócitos. Estudos de imunodepleção da DJ-1 presente no meio mostraram que esta promove a proteção dopaminérgica quer em condições controlo quer após exposição a lesão oxidativa. Por quantificação da DJ-1 presente no meio mostrámos que esta é secretada e que a exposição a H2O2 estimula a sua libertação. Com recurso ao uso de DJ-1 conjugada ao fluoróforo Alexa 488 confirmámos a capacidade dos neurónios em captar a proteína extracelular. No entanto, apenas uma pequena percentagem dos neurónios apresentaram incorporação significativa e curiosamente nenhum dos neurónios dopaminérgicos presentes incorporou a proteína marcada, pelo que não é clara a relevância desta recaptura para a proteção neuronal observada. Em conjunto os resultados obtidos mostraram que neurónios e astrócitos mesencefálicos têm a capacidade de libertar DJ-1, quer em condições basais quer em condições oxidantes, e que a proteína secretada para o meio é relevante para a sobrevivência dopaminérgica. Verificámos ainda que a DJ-1 extracelular pode ser recaptada por neurónios, o que sugere uma ação parácrina desta proteína.Oxidative stress is considered one of the key factors in triggering and in the progression of several neurodegenerative diseases. Since the progressive loss of dopaminergic neurons in the substantia nigra pars compacta is the main characteristic of Parkinson's disease and that this neuronal population is subject to high levels of oxidative stress, it is suggested that this can be a cause of the great vulnerability of these neurons. The DJ-1 is a small protein with a neuroprotective role in oxidative stress situations and has been linked to sporadic PD. In spite of the multiple tasks assigned to this protein, its neuroprotective role is very important in this pathology, since it functions as a sensor of oxidative stress. DJ-1 is expressed by brain cells and astrocytes, it is located in the cytoplasm, in the cell nuclei, in the mitochondria and also extracellularly. Its release to the medium seems to be facilitated by oxidation. This present study aimed at evaluating the protective role of the extracellular DJ-1 using as experimental model primary neuron cultures of ventral midbrain and co-cultures of neurons and astrocytes. The neuronal lesion was induced by exposure to the oxidant stimulus H2O2 in a concentration at which only the dopaminergic neurons were harmed. Unlike what was expected, the extension of the dopaminergic lesion was not affected by the presence of astrocytes. Studies in which DJ-1 was immunodepleted from the extracellular milieu showed that it promotes dopaminergic protection, either in basal conditions or after exposure to an oxidative lesion. Quantifying the extracellular DJ-1 present in the medium showed that DJ-1 is released and that the addition of H2O2 stimulates its secretion. By using the DJ-1 conjugated to fluorophore Alexa 488, the ability of neurons to capture the extracellular protein was confirmed. However, only a small percentage of neurons showed a significant incorporation, and, curiously, none of the dopaminergic neurons present in the preparations incorporated the marked protein, thus, it is not clear the relevance of this uptake for the neuronal protection observed. Taken together the results obtained showed that midbrain neurons and astrocytes have the capacity to release DJ-1, both in basal and oxidizing conditions, and that the protein secreted into the medium is relevant for the dopaminergic survival. It was also verified that the extracellular DJ-1 can be recaptured by neurons, suggesting a paracrine action of this protein.Baltazar, Graça Maria FernandesuBibliorumJacinto, Daniela Filipa Flores2018-08-31T16:13:34Z2015-11-122015-10-52015-11-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/6005TID:201646650porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:44:14Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6005Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:49.677487Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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