Emigrantes: estranhos numa terra estranha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Helena
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Ferreira, Aline
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/33443
Resumo: Shaun Tan nasceu em 1974 na Austrália Ocidental. É licenciado em Belas Artes e em Literatura Inglesa e actualmente trabalha como artista e autor freelance em Melbourne. Participa ainda em projectos de cenografia, arte conceptual e cinema de animação. As suas obras de carácter histórico exprimem sempre uma crítica social e política e como o próprio autor afirma, revelam o “interesse recorrente pela ideia de ‘pertença’” (Tan, 2007). O presente estudo centra-se na obra “Emigrantes”, de 2007 que conta a história, em imagens, de um homem que deixa a sua família para partir rumo ao desconhecido. Este emigrante chega a um lugar “enlouquecido” de costumes estranhos, animais peculiares, objectos flutuantes e idiomas indecifráveis. Desta forma, Tan introduz temas como a difícil adaptação a outra cultura, a importância da família, a identidade e o sentimento de pertença. Na pesquisa para este livro, o autor recolheu histórias autobiográficas de emigrantes, o que muito contribuiu para que esta obra fosse ecuménica, uma vez que equivale à realidade que enfrentam muitos emigrantes contemporâneos ou de outras épocas e de qualquer lugar. Esta é uma obra peculiar porque prescinde da linguagem escrita. Como refere Tan (2007), “o protagonista não pode ler nem compreender nada naquele novo país, assim o leitor também não deve poder”, para que possa vivenciar um sentimento de incerteza e de descoberta permitindo assim, que este se coloque facilmente no lugar do protagonista, assumindo que esta é uma situação pela qual todos podemos passar. Foi nesta posição que nos colocamos, sem, no entanto, suprimir os conhecimentos que possuímos da gramática do design visual de Kress e van Leeuwen (1996, 2006), que sendo um metodologia detalhada e explícita, permite que as imagens sejam analisadas como textos comunicativos visuais, não como um texto fechado em si próprio, mas inseridas no contexto socio-cultural de que fazem parte.
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