Os jovens e a agricultura familiar. Que presente e que futuro

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Main Author: Costa, Cristina Amaro Da
Publication Date: 2021
Other Authors: Coelho, Catarina, Gomes, Diana, Pereira, Adriana, Costa, Daniela
Format: Article
Language: por
Source: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.19/7197
Summary: Cerca de 70% das necessidades alimentares são satisfeitas por 500 milhões explorações agrícolas familiares distribuídas por todo o mundo (FAO, 2014). Contudo, isso não tem sido suficiente para contrariar a visão de que este tipo de agricultura está, frequentemente, associado à pobreza, pequena dimensão da exploração, agricultura de subsistência e baixos rendimentos (FAO/CTA/IFAD, 2014). Apesar desta visão não ser atrativa, um pouco por todo o lado, e mesmo em Portugal, existem muitos jovens envolvidos na agricultura familiar. O fenómeno do abandono agrícola, iniciado no final da década de 60 com o êxodo de grande parte população rural para a Europa, seguido do aumento da atividade industrial que contratou inúmeros jovens provenientes dos territórios rurais e, mais tarde, a Guerra do Ultramar, tem continuado até aos dias de hoje. Entre outros, a falta de apoio técnico e a insegurança económica da atividade agrícola encontram-se entre as principais razões que levam os jovens a ir para as cidades à procura de melhores salários e oportunidades de vida (Almeida, 2007). Apesar das políticas de apoio à instalação e ao investimento de jovens agricultores, com início em 1986, ao abrigo da entrada na Comunidade Económica Europeia (Cordeiro, 2008; Alberto, 2004), continua a verificar-se o envelhecimento dos produtores agrícolas: segundo o último recenseamento agrícola (2019) mais de metade dos produtores agrícolas (52,5%) tem mais de 64 anos, sendo que na Beira Litoral e no Algarve a idade média é de 67 e 68 anos, respetivamente (INE, 2021). Os territórios rurais, em particular os do interior o País, têm assistido a um decréscimo significativo da população residente, com valores que nalguns locais atingem os 75% em relação a 1960, com o consequente abandono da atividade agrícola. O resultado tem sido o envelhecimento da população já referido, e a ocupação das áreas agrícolas por espécies florestais de rápido crescimento ou mato/floresta desordenada o que potenciam a ameaça causada pelos incêndios florestais, bem como a perda de biodiversidade e o acréscimo de desequilíbrios ambientais associados. Importa, assim, promover a revitalização dos territórios rurais, que se associam fortemente às dinâmicas e paisagens rurais, através do incentivo a explorações agrícolas, pecuárias e florestais mais diversificadas, resilientes, rentáveis e sustentáveis, valorizando concomitantemente os seus impactos positivos a nível económico, ambiental e social. Compreender os fatores que propiciam o despovoamento e o abandono da atividade agrícola, é fundamental para identificar medidas que permitam apoiar a fixação de população, em particular de jovens agricultores
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