Estado actual e perspectivas futuras do problema das tripanossomíases africanas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, J. Fraga da
Data de Publicação: 1964
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/159472
Resumo: Contém gráficos e quadros.
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spelling Estado actual e perspectivas futuras do problema das tripanossomíases africanasParasitologia médicaDoença do sonoTripanossomíase africanaContém gráficos e quadros.Na apresentação do assunto respeitante às tripanossomíases africanas considerou-se a necessidade de focar os pricipais aspectos que se referem actualmente ao problema, os quais serão apresentados por individualidades especialmente convidadas para esse fim. De acordo com tal plano, define-se no presente trabalho o significado de que se revestem aquelas parasitoses, aludindo à sua distribuição, prevalência e letalidade, mas considerando previamente os meios de diagnóstico a utilizar para se obterem dados preciosos sobre esses aspectos da endemia. Assim é que se apreciam os métodos que visam revelar directa ou inderectamente os tripanossomas e bem assim as provas de imunodiagnósticos, a propósito das quais se discute o complexo problema da imunidade nas tripanossomíases. Considerando a distribuição destas protozooses, alude-se especialmente aos resultados dos últimos inquéritos feitos e às conclusões a que chegaram as conferências internacionais levadas a cabo sobre o assunto, especialmente por iniciativa da C. C. T. A. (Comissão de Cooperação em África ao Sul do Sáara) e da O. M. S..Através dessas observações verifica-se que, embora se tenha notado a sua erradicação nalgumas áreas, há, por outro lado, aumento da sua incidência noutras regiões, sobretudo como consequência dos movimentos migratórios das populações. Quando às glossinas, tem-se registado aumento apreciável da sua área de incidência em certas regiões, donde a possibilidade de reintrodução das tripanossomíases em zonas libertas háanos deste flagelo. Reduções, posto que limitadas, se têm observado, por outro lado, numa ou noutra área do continente africano. Ao discutir-se a prevalência das tripanossomíases, põe-se em evidência a sua notável redução, sobretudo na África Ocidental, como consequência particularmente da pentamidinização profiláctica. Em áreas restritas, porém, verificou-se aumento da prevalência da doença, em virtude especialmente de as populações exercerem as suas actividades em zonas desde há tempos abandonadas. Estes diversos aspectos evolutivos, que assim se registam nas tripanossomíases humans africanas, poderão ser devidamente esclarecidos quando se conhecerem com precisão quais os animais reservatórios que, além do homem, asseguram a menutenção da endemia. De importância epidemiológica se revestem também os conceitos de simples portadores de tripanossomas, sem doença e de portadores sofrendo de doença-do-sono, apreciados em função do sexo, idade e ocupação dos indivíduos observados e atendendo ao estado evolutivo da doença para os que apresentam manifestações da infecção. Igualmento se consideram os factores que possam influir na patogenicidade dos respectivos tripanossomas e, consequentemente, na letalidade a atribuir-lhe, como sejam os respeitantes às espécies vectoras, às condições de vida do homem, à imunidade causada, ao meio ambiente e aos animais reservatórios. O significado social da doença e os factores condicionantes da sua evolução, particularmente como consequência da natureza e grau de contacto mantido entre o homem e as glossinas, são também discutidos. Tratando-se de uma endemia que exige fundamentalmente uma estreita cooperação internacional para o sucesso de qualquer medida profiláctica de carácter regional ou geral, põe-se em evidência o interesse com que uma tal colaboração se tem desenvolvido desde há longos anos, pois remontam a 1907 os primeiros acordos estabelecidos entre os países interessados para desenvolverem uma acção conjunta sobre o assunto. Nos últimos tempos são dignas de louvar as medidas tomadas nos territórios africanos entre organismos de acção médica e de acção veterinária para o estudo e solução do problema, sobretudo através da C. C. T. A. por intermédio dos seus organismos qualificados, como o Conselho Científico Africano, o Bureau Permanente Interafricano da Tsé-tsé e das Tripanossomíases, o Conselho Internacional de Investigações sobre Tripanossomíases e o Bureau Interafricano das Doenças Epizoóticas. Mais recentemente, também a O. M. S. tem dedicado uma atenção especial ao assunto, promovendo inquéritos, reuniões de peritos e o estudo de planos de luta contra a endemia e seus vectores. Seguidamente indicam-se os principais factores que maior influência têm actualmente na incidência das tripanossomíases e apresentam-se os assuntos sobre que mais importa investigar, no sentido de se poder dispor de meios exequíveis e práticos que ainda hoje nos faltam para actuar com a eficiência devida contra tão graves parasitoses. Assim é que muito interessaria estudar com precisão a biologia dos tripanossomas patogénicos, os diversos factores que influem na sua patogenicidade, como sejam especialmente as espécies vectoras e os animais reservatórios, e a imunidade a que poderão dar lugar, como possível meio a utilizar na luta contra esses perniciosos agentes causais de doenças no homem e nos animais. É que os tripanossomas africanos, postoque reduzidos actualmente nas suas manifestações, continuam a constituir um grave perigo potencial, o que justifica que o problema se mantenha na ordem do dia dos assuntos que se apresentam com maior premência para o continente africano. Consideram-se finalmente as perspectivas futuras que nos oferece o problema à luz dos meios disponíveis para o solucionar e atendendo à situação actual e evolução demográfica do continente africano e ao seu promissor desenvolvimento económico e social.Instituto de Medicina TropicalRUNAzevedo, J. Fraga da2023-11-02T17:28:08Z1964-011964-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/159472porAzevedo, J. Fraga da (1964) . Estado actual e perspectivas futuras do problema das tripanossomíases africanas . 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