O crime de abuso sexual de crianças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pombo, Joana Filipa da Costa
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/38369
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo analisar a problemática do abuso sexual de menores, dissecando sobre os pontos mais problemáticos deste tipo de ilícito. Sendo o abuso sexual de menores uma das formas mais graves de maus-tratos infantis, é importante assegurar o direito de todas as crianças a uma infância digna, protegendo o processo de desenvolvimento pessoal da criança para que decorra de forma natural e sem influências perturbadoras ou traumatizantes para o menor. A reforma de 1995 do Código Penal foi um ponto chave para a proteção das vítimas dos abusos sexuais. Com a revisão do Código Penal de 1995, os crimes sexuais deixaram de ser vistos como crimes contra a coletividade e contra a honra da sociedade, chegou-se à conclusão de que o crime de abuso sexual de crianças protege bens jurídicos individuais, a liberdade sexual dos menores, dentro da qual se incluí a autodeterminação sexual. A liberdade sexual do menor é tutelada pelo Direito Penal, quando sanciona os atos sexuais praticados com a vítima, quando esta manifeste uma vontade viciada, porque condicionada por fatores externos de relevo e não controláveis pela mesma, que lhe são impostos por um terceiro que se encontra numa posição de autoridade ou temeridade face à vítima. Esta dissertação serviu também para fazer uma análise quanto ao consentimento do menor. Até aos catorze anos, a proteção da vertente negativa da liberdade sexual do menor é tendencialmente absoluta. No entanto, nem todas as condutas sexuais praticadas com ou em menores constituem um crime. Por isso, é fundamental a promoção da vertente positiva da liberdade sexual, não sendo defensável a tese da castidade absoluta do menor de catorze anos.
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