Espiritualidade e religião no cuidar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, João
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/8386
Resumo: 2º CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO CATÓLICA DOS ENFERMEIROS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE 7 de março de 2013 Tema: Espiritualidade e religião no cuidar João Manuel Galhanas Mendes Prof. Coordenador Escola Superior de Enfermagem de S. João de Deus da Universidade de Évora Departamento de Enfermagem Os enfermeiros atuam em contextos privilegiados dado que lhes é permitido testemunhar e acompanhar a vulnerabilidade do outro nos momentos de sofrimento e da morte, podendo tornar-se fontes de esperança para os doentes em qualquer fase da sua doença. A qualidade dos cuidados na sua globalidade recebe contributos importantes das intervenções relacionadas com a dimensão espiritual do ser humano. A dimensão espiritual é uma dimensão importante da existência humana, no entanto a espiritualidade em si mesmo é um conceito abstrato que envolve muitas facetas, é usado muitas vezes incorretamente e por vezes surge substituído pelo termo religião. A espiritualidade é o núcleo central do ser humano e normalmente refere-se a uma experiência que envolve a perceção das relações de cada pessoa com um ser supremo, como por exemplo Deus, com o transcendente/sagrado ou com um grande poder, com os outros e com o ambiente. Espiritualidade envolve sentimentos, significados e propósitos para a existência do ser humano ao longo do seu trajeto de vida. A espiritualidade deve entrar na prática profissional dos enfermeiros e de todos os profissionais de saúde, sendo necessário aumentarmos os recursos de que dispomos no dia-a-dia, para que essa mesma prática profissional esteja mais de acordo com as necessidades das pessoas que necessitam de cuidados. É importante que cada um analise o próprio sentido da vida, para que as convicções pessoais sobre o mundo e sobre o ser humano que defendemos estejam em consonância com o corpo de conhecimentos que sustenta a intervenção profissional dos enfermeiros. A relação enfermeiro-doente pode ser a âncora para a procura da cura, assim como a espiritualidade o fundamento para a criação de mecanismos para se ultrapassar a situação de diagnóstico encontrada, contudo é sempre a partir da situação de diagnóstico que se inicia a intervenção. Os cuidados de enfermagem são vistos como um processo de relação entre o enfermeiro e o doente para alcançar um objetivo comum. Os enfermeiros devem ser autênticos, sensíveis e verdadeiros de forma a fornecerem ao doente um caminho para a cura, envolverem-se com o doente de forma genuína elevando-lhe a autoestima e a autonomia, sendo fundamental o recurso à sua dimensão espiritual em todo o processo de cuidados. Os cuidados espirituais devem estar incluídos nas intervenções dos enfermeiros, uma vez que pelo maior contacto com o doente podem conhecer as suas necessidades de modo mais abrangente.
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