Quantificação dos níveis de cálcio e fósforo no pós-parto e a sua relação com patologias do puerpério em bovinos leiteiros
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/11865 |
Resumo: | A hipocalcémia clínica trata-se de uma patologia do foro metabólico que consiste na descida dos valores séricos de cálcio, predispondo os bovinos de aptidão leiteira a estados parésicos com manutenção do decúbito. O momento do parto e o período puerperal representa um enorme desafio para os mecanismos homeostáticos dos bovinos leiteiros. Com o início da lactogénese, os bovinos ficam expostos ao aumento da libertação de cálcio através da síntese de colostro e aumento da atividade da glândula mamária. Devido ao aumento brusco da remoção de cálcio das reservas celulares apenas o controlo homeostático rígido sobre o mineral possibilita reverter a incidência de hipocalcémia. Apesar do rígido controlo sobre o cálcio, há bovinos que apresentam níveis de cálcio inferiores aos valores de referência não manifestando sinais clínicos. Estes animais desenvolvem casos de hipocalcémia subclínica. Devido à ausência de sinais clínicos, os casos subclínicos podem significar uma porta de entrada para a incidência de patologias puerperais. Devido à ação preponderante que o fósforo possui na homeostasia das vacas leiteiras, o seu papel é crucial. Com processos fisiológicos semelhantes e controlados pela mesma ação hormonal a interligação entre o cálcio e o fósforo, principalmente em casos de deficit em cálcio, não deve ser descurada. Com o presente trabalho pretendeu-se diagnosticar a percentagem da incidência de hipocalcémia subclínica em duas explorações e a sua interligação com 4 patologias puerperais: metrite, mastite, deslocamento de abomaso à esquerda e retenção placentária. Pretendeu-se também evidenciar a interligação entre o cálcio e o fósforo. Para tal, procedeu-se à recolha de 50 amostras sanguíneas até 48 horas pós-parto para quantificação do cálcio total e fósforo inorgânico. Os resultados mostraram que entre 65 a 80 % dos animais do estudo apresentavam hipocalcémia subclínica. Foi igualmente possível demonstrar a correlação positiva entre casos de hipocalcémia subclínica com a incidência de metrite e mastite. Estatisticamente, não foi possível correlacionar a interação entre o cálcio e o fósforo. Foi possível concluir que a dieta com elevados níveis de cálcio pode ter estado na origem da elevada percentagem de animais com hipocalcémia subclínica. Conclui-se também que animais com hipocalcémia subclínica estão mais predispostos à incidência de patologias do puerpério. |
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Quantificação dos níveis de cálcio e fósforo no pós-parto e a sua relação com patologias do puerpério em bovinos leiteirosMESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIAMEDICINA VETERINÁRIAVETERINÁRIAHIPOCALCEMIACÁLCIOPATOLOGIAPUERPÉRIOFÓSFOROBOVÍDEOSVETERINARY MEDICINEHYPOCALCEMIACALCIUMPATHOLOGYPUERPERIUMPHOSPHORUSBOVIDSA hipocalcémia clínica trata-se de uma patologia do foro metabólico que consiste na descida dos valores séricos de cálcio, predispondo os bovinos de aptidão leiteira a estados parésicos com manutenção do decúbito. O momento do parto e o período puerperal representa um enorme desafio para os mecanismos homeostáticos dos bovinos leiteiros. Com o início da lactogénese, os bovinos ficam expostos ao aumento da libertação de cálcio através da síntese de colostro e aumento da atividade da glândula mamária. Devido ao aumento brusco da remoção de cálcio das reservas celulares apenas o controlo homeostático rígido sobre o mineral possibilita reverter a incidência de hipocalcémia. Apesar do rígido controlo sobre o cálcio, há bovinos que apresentam níveis de cálcio inferiores aos valores de referência não manifestando sinais clínicos. Estes animais desenvolvem casos de hipocalcémia subclínica. Devido à ausência de sinais clínicos, os casos subclínicos podem significar uma porta de entrada para a incidência de patologias puerperais. Devido à ação preponderante que o fósforo possui na homeostasia das vacas leiteiras, o seu papel é crucial. Com processos fisiológicos semelhantes e controlados pela mesma ação hormonal a interligação entre o cálcio e o fósforo, principalmente em casos de deficit em cálcio, não deve ser descurada. Com o presente trabalho pretendeu-se diagnosticar a percentagem da incidência de hipocalcémia subclínica em duas explorações e a sua interligação com 4 patologias puerperais: metrite, mastite, deslocamento de abomaso à esquerda e retenção placentária. Pretendeu-se também evidenciar a interligação entre o cálcio e o fósforo. Para tal, procedeu-se à recolha de 50 amostras sanguíneas até 48 horas pós-parto para quantificação do cálcio total e fósforo inorgânico. Os resultados mostraram que entre 65 a 80 % dos animais do estudo apresentavam hipocalcémia subclínica. Foi igualmente possível demonstrar a correlação positiva entre casos de hipocalcémia subclínica com a incidência de metrite e mastite. Estatisticamente, não foi possível correlacionar a interação entre o cálcio e o fósforo. Foi possível concluir que a dieta com elevados níveis de cálcio pode ter estado na origem da elevada percentagem de animais com hipocalcémia subclínica. Conclui-se também que animais com hipocalcémia subclínica estão mais predispostos à incidência de patologias do puerpério.Clinical hypocalcaemia is a metabolic pathology that consists in a decrease of serum calcium values, predisposing dairy cattle to paretic states with maintenance of the decubitus. The time of calving and the puerperal period represents an enormous challenge for the homeostatic mechanisms of dairy cattle. With the onset of lactogenesis, cattle are exposed to increased calcium release through colostrum synthesis and increased mammary gland activity. Due to the sudden increase in calcium exit’s from cellular reserves, only a strict homeostatic control over the mineral makes it possible to reverse the incidence of hypocalcaemia. Despite strict control over calcium, there are cattle that have calcium levels below the reference values and do not show clinical signs. These animals develop cases of subclinical hypocalcaemia. Due to the absence of clinical signs, subclinical cases may represent a gateway for the incidence of puerperal pathologies. Due to the predominant action that phosphorus has on homeostasis of dairy cows, its role is crucial. With similar physiological processes and controlled by the same hormonal action, the interconnection between calcium and phosphorus, especially in cases of calcium deficit, should not be overlooked. This work aimed to diagnose the percentage of the incidence of subclinical hypocalcaemia in two herds and its interconnection with 4 puerperal pathologies: metritis, mastitis, left displacement of abomasum and retained placenta. It was also intended to highlight the interconnection between calcium and phosphorus. To this end, 50 blood samples were collected up to 48 hours postpartum to quantify total calcium and inorganic phosphorus. The results showed that between 65 to 80% of the animals in the study had subclinical hypocalcaemia. It was also possible to demonstrate the positive correlation between cases of subclinical hypocalcaemia with the incidence of metritis and mastitis. Statistically, it was not possible to correlate the interaction between calcium and phosphorus. It was possible to conclude that the high calcium diet may have been responsible for the high percentage of animals with subclinical hypocalcaemia. It is also concluded that animals with subclinical hypocalcaemia are more predisposed to the incidence of pathologies of the puerperium.2021-04-15T15:04:53Z2020-01-01T00:00:00Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/11865TID:202683885porGrilo, Tomás Paisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:09:43Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/11865Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:16:38.727996Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A hipocalcémia clínica trata-se de uma patologia do foro metabólico que consiste na descida dos valores séricos de cálcio, predispondo os bovinos de aptidão leiteira a estados parésicos com manutenção do decúbito. O momento do parto e o período puerperal representa um enorme desafio para os mecanismos homeostáticos dos bovinos leiteiros. Com o início da lactogénese, os bovinos ficam expostos ao aumento da libertação de cálcio através da síntese de colostro e aumento da atividade da glândula mamária. Devido ao aumento brusco da remoção de cálcio das reservas celulares apenas o controlo homeostático rígido sobre o mineral possibilita reverter a incidência de hipocalcémia. Apesar do rígido controlo sobre o cálcio, há bovinos que apresentam níveis de cálcio inferiores aos valores de referência não manifestando sinais clínicos. Estes animais desenvolvem casos de hipocalcémia subclínica. Devido à ausência de sinais clínicos, os casos subclínicos podem significar uma porta de entrada para a incidência de patologias puerperais. Devido à ação preponderante que o fósforo possui na homeostasia das vacas leiteiras, o seu papel é crucial. Com processos fisiológicos semelhantes e controlados pela mesma ação hormonal a interligação entre o cálcio e o fósforo, principalmente em casos de deficit em cálcio, não deve ser descurada. Com o presente trabalho pretendeu-se diagnosticar a percentagem da incidência de hipocalcémia subclínica em duas explorações e a sua interligação com 4 patologias puerperais: metrite, mastite, deslocamento de abomaso à esquerda e retenção placentária. Pretendeu-se também evidenciar a interligação entre o cálcio e o fósforo. Para tal, procedeu-se à recolha de 50 amostras sanguíneas até 48 horas pós-parto para quantificação do cálcio total e fósforo inorgânico. Os resultados mostraram que entre 65 a 80 % dos animais do estudo apresentavam hipocalcémia subclínica. Foi igualmente possível demonstrar a correlação positiva entre casos de hipocalcémia subclínica com a incidência de metrite e mastite. Estatisticamente, não foi possível correlacionar a interação entre o cálcio e o fósforo. Foi possível concluir que a dieta com elevados níveis de cálcio pode ter estado na origem da elevada percentagem de animais com hipocalcémia subclínica. Conclui-se também que animais com hipocalcémia subclínica estão mais predispostos à incidência de patologias do puerpério. |
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