A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Susana
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/1374
Resumo: Dissertação de Mestrado Estudos Ingleses apresentada à Universidade Aberta
id RCAP_468b1ba55ce60cd3ae532d296589853b
oai_identifier_str oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/1374
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medievalHistóriaSociedade inglesaRenascimentoMulheresIdade MédiaEscolásticaBíbliaReformaLiteratura inglesaInglaterraWomanRenaissanceEnglandScholasticismMedieval traditionHoly BibleReformation(s)HumanismDissertação de Mestrado Estudos Ingleses apresentada à Universidade AbertaCom o Renascimento, o Homem adquire uma nova noção do Eu em relação ao Criador e à Sua criação; desenvolve uma perspectiva de antropocentrismo; aperfeiçoa-se enquanto indivíduo na busca da plenitude (uomo universale). Porém, apesar das características de reavaliação, inovação e transformação associadas a este período, denunciam-se múltiplos diálogos de continuidade entre o homem renascentista e o seu homólogo medieval: comungam da mesma metodologia epistemológica, partilham uma idêntica moldura de pensamento que subjaz à perspectivação da Mulher, apresentando- -se como guardiães da herança ancestral de tradições e ideologias escolásticas. De acordo com a Escolástica e a Tradição Medieval, a Mulher permanecia perspectivada segundo dois arquétipos: Eva (mala mulier) e Maria (bona mulier). Eva representava o vício, o pecado, a insensatez, em suma, as características que contribuíram para a Queda de Adão e Eva e, consequentemente, de toda a humanidade. Maria, mãe de Jesus Cristo, figurava as virtudes inexistentes na mãe da humanidade: a virtude, a castidade, a sensatez. Na dicotomia clara existente nos modelos delineados pela Bíblia para a Mulher, residia a realidade da condição feminina. Esta era a herança recebida pela sociedade renascentista: o pensamento de que a Mulher devia obediência ao Homem permanecia numa linha de continuidade, omnipresente, uma vez que assim decretavam as Sagradas Escrituras, corroboravam os teólogos e metodizavam os filósofos clássicos. Contudo, a época do Renascimento em Inglaterra conheceu factores de mudança: o movimento humanista, a Reforma e o conjunto de reestruturações levadas a cabo pelos monarcas da Dinastia Tudor. A presente dissertação procura, assim, aferir até que ponto foi a sociedade renascentista capaz de se desvincular do legado da Escolástica e da Tradição Medieval, criando novas perspectivas da/sobre a Mulher, ou, remetendo para Joan Gadol, procura a resposta à questão: “Did women have a Renaissance?”.In the Renaissance, Man raised a new consciousness of God and His creation; he developed an anthropocentric perspective; he improved as an individual in the pursuit of plenitude (uomo universale). However, alongside with the of re-evaluation, innovation, and transformation, as characteristics associated to this period in history, there were multiple dialogues of continuity between the man of the Renaissance and his medieval counterpart: they shared the same epistemological methodology as well as an identical frame of thought regarding the concept of Woman, presenting themselves as the guardians of an ancestral heritage of scholastic traditions and ideologies. According to Scholasticism and Medieval Tradition there were two major models for women: Eve (mala mulier) and Mary (bona mulier). On the one hand, Eve represented vice, sin, and folly, i.e. the features which led to the Fall of human kind. On the other hand, Mary, the mother of Christ, symbolized the qualities which Eve lacked, such as virtue, chastity and good sense. Women’s condition depended on the dichotomy underlining these two major biblical models, and that was the legacy accepted by the Renaissance society. Women owed Man obedience, and such line of thought remained omnipresent, as it resulted from the ideology decreed by the Holy Bible, defended by theologians and methodized by philosophers. Yet, the period of the English Renaissance witnessed several transformations: the humanist movement, the Reformation and the set of changes which took place during the Tudor dynasty. This dissertation aims at evaluating into what extent the English Renaissance society was able to disengage itself from the legacy of the Scholasticism and the Medieval Tradition, thus providing Woman with new perspectives (or, as Joan K. Gadol put it: “Did women have a Renaissance?”).Pendant la Renaissance, l’Homme obtient une nouvelle notion du “Je” par rapport au Créateur et à Sa création; il développe une perspective anthropocentrique ; il se perfectionne en tant qu’individu en quête de plénitude (uomo universale). Pourtant, malgré les caractéristiques de réévaluation, innovation et transformation associées à cette période, nous remarquons plusieurs dialogues de continuité entre l’homme renaissant et son homologue médiéval : ils ont en commun la même méthodologie épistémologique, partagent un encadrement identique d’une mentalité sous-jacente à la perspective sur la Femme, se présentant comme gardiens d’un héritage ancestral de traditions et idéologies scolastiques. D’après la Scolastique et la Tradition Médiévale, la Femme était mise en perspective selon deux archétypes : Ève (mala mulier) et Marie (bona mulier). Ève représentait le vice, le péché, la sottise, en somme, les caractéristiques qui ont contribué pour à la Chute d’Adam et de Ève et, en conséquence, de toute l’humanité. Marie, mère de Jésus Christ, figurait les vertus inexistantes chez la mère de l’humanité: la vertu, la chasteté, la sagesse. Dans la claire dichotomie existante dans les modèles esquissés par la Bible pour la femme, y résidait la réalité de la condition féminine. Celle-ci serait l’héritage reçu par la société renaissante : la croyance que la femme devait obéir à l’homme demeurait dans une ligne de continuité, omniprésente, étant donné qu’ainsi le décrétait les Écritures Saintes, corroboraient les théologiens et systématisaient les philosophes classiques. Cependant, l’époque de la Renaissance en Angleterre a connu des facteurs de changement : le mouvement humaniste, la Réforme et l’ensemble des restructurations menées par les monarques de la Dynastie Tudor. La dissertation ici présente cherche donc à vérifier jusqu’à quel point la société renaissante a été capable de se détacher du légat de la Scolastique et de la Tradition Médiévale, en créant de nouvelles perspectives de/sur la Femme, ou, nous rapportant à Joan Gadol, recherche la réponse à la question : “Did women have a Renaissance?”.Relvas, Maria de Jesus C.Repositório AbertoOliveira, Susana2009-08-05T08:47:14Z20092009-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.2/1374porOliveira, Susana - A mulher do renascimento inglês [Em linha] : segundo a escolástica e a tradição medieval. Lisboa : [s.n.], 2009. 174 p.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T15:13:54Zoai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/1374Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:43:14.025083Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
title A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
spellingShingle A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
Oliveira, Susana
História
Sociedade inglesa
Renascimento
Mulheres
Idade Média
Escolástica
Bíblia
Reforma
Literatura inglesa
Inglaterra
Woman
Renaissance
England
Scholasticism
Medieval tradition
Holy Bible
Reformation(s)
Humanism
title_short A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
title_full A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
title_fullStr A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
title_full_unstemmed A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
title_sort A mulher do renascimento inglês : segundo a escolástica e a tradição medieval
author Oliveira, Susana
author_facet Oliveira, Susana
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Relvas, Maria de Jesus C.
Repositório Aberto
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Susana
dc.subject.por.fl_str_mv História
Sociedade inglesa
Renascimento
Mulheres
Idade Média
Escolástica
Bíblia
Reforma
Literatura inglesa
Inglaterra
Woman
Renaissance
England
Scholasticism
Medieval tradition
Holy Bible
Reformation(s)
Humanism
topic História
Sociedade inglesa
Renascimento
Mulheres
Idade Média
Escolástica
Bíblia
Reforma
Literatura inglesa
Inglaterra
Woman
Renaissance
England
Scholasticism
Medieval tradition
Holy Bible
Reformation(s)
Humanism
description Dissertação de Mestrado Estudos Ingleses apresentada à Universidade Aberta
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-08-05T08:47:14Z
2009
2009-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.2/1374
url http://hdl.handle.net/10400.2/1374
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Oliveira, Susana - A mulher do renascimento inglês [Em linha] : segundo a escolástica e a tradição medieval. Lisboa : [s.n.], 2009. 174 p.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application pdf
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134998918332416