Avaliação detalhada de fases formadas numa combinação de cimento aluminoso, gesso e cimento Portland
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/29419 |
Resumo: | A adição de cimento de aluminato de cálcio/aluminoso a outros cimentos tem vindo a ser estudada nos últimos anos como forma de combater problemas associados ao ataque por sulfatos. Nesta dissertação é feito um estudo detalhado ás fases formadas após hidratação de uma mistura ternária de cimento de aluminato de cálcio (CAC), cimento Portland (OPC) e Gesso (C$), variando o teor de Gesso de forma a perceber a influência que este tem nas fases formadas. Foram então preparadas 3 formulações com 28 % de teor de CAC, 8% de teor de OPC, variando o teor de Gesso (bem como a qualidade do mesmo), e agregados prefazendo a restante percentagem da mistura. Para a formulação 1 utilizou-se Gesso Hemi-hidratado com um teor de 6 %, para a formulação 2 o mesmo tipo de gesso com teor de 8 % e para a formulação 3 utilizou-se 8% de Gesso Bi-hidratado. Foram feitos testes de resistência mecânica (flexão e compressão), caracterização dimensional (retração, perda de massa e massa volúmica aparente), bem como testes físico-químicos como análises á composição englobando análises Raio-X e termogravimetria com análise térmica diferencial, análises á área superficial e porosidade a partir de modelos de adsorção gasosa (BET) e análises à microestrura a partir de observação no microscópio eletrónico de varrimento(SEM/EDS). Estes testes foram feitos para temperaturas de 5±2 °C, 22±2 °C e 55±2 °C e tempos de cura de 24 horas, 28 dias e 3 meses. Uma vez obtidos os resultados mecânicos eliminou-se a formulação 3 por apresentar resistências mecânicas baixas comparativamente às restantes formulações, bem como as hipóteses à temperatura de cura de 55±2 °C, por promover a dessecação da matriz e limitar a extensão as reações de hidratação. A partir dos resultados para as restantes análises foi possível confirmar a presença de fases que não reagiram na fase de hidratação como CA, CA2 e C12A7 (integrantes do CAC) e C3S bem como C2S (fases presentes no OPC) e Gesso (Hemi-hidratado e Anidrite). Relativamente às fases que se formam após hidratação foi possível identificar a presença de Etringite, que tende a diminuir ao longo do tempo voltando a aumentar ligeiramente para tempos de cura mais longos, sugerindo a formação de Etringite (AFt) tardia. Confirma-se também a presença de monossulfoaluminato (AFm), sugerindo que esta não se forma apenas pelo decaimento da Etringite, mas também se pode formar a partir das fases que ficaram por reagir na matriz, uma vez que se existe a presença de fontes de sulfato, CA's, assim como Alite e Belite (presentes no OPC) na análise Raio-X. Já a análise termogravimétrica e térmica diferencial revelou a presença de compostos aluminosos hidratados de baixo grau de cristalinidade como CAH10, C2AH8 e C3AH6, assim como a presença de carbonatos para temperaturas de 22±2 °C e ausência destas mesmas fases para temperaturas de 5±2 °C, sugerindo a formação de Taumasite a baixas temperaturas. A Taumasite é desfavorável para o sistema pois tende a promover a perda de coesão da matriz provocada por ataque de sulfatos. A Calcite é um dos percursores da Taumasite e é detetado em todas as formulações estudadas. Também foram identificadas fases como a Laumontite e Gelenite. A partir da análise SEM identificou-se a presença de agulhas de Etringite mais fortemente no interior dos poros acompanhada por aglomerados não identificados, que a partir das imagens EDS apresentam alto teor de Alumínio, levando a considerar a conversão lenta de C-S-H em C-A-S-H, justificando assim as elevadas retrações sofridas para ambas as formulações em análise para tempos de cura de 3 meses. Os resultados indicam que não é o défice de Gesso na matriz que provoca a formação de fases indesejadas. Sugere-se que sejam testadas formulações de Gesso Hemi-hidratado, cuja solubilidade elevada favorece a extensão das reações iniciais de hidratação, combinado com Anidrite ou Gesso Di-hidratado, com solubilidade inferior, servindo como fontes de sulfato para reações tardias. O Gesso Hemi-hidratado apresenta ainda as configurações a e b, cujo impacto nas fases formadas também é sugerido como caso de estudo. |
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A partir da análise SEM identificou-se a presença de agulhas de Etringite mais fortemente no interior dos poros acompanhada por aglomerados não identificados, que a partir das imagens EDS apresentam alto teor de Alumínio, levando a considerar a conversão lenta de C-S-H em C-A-S-H, justificando assim as elevadas retrações sofridas para ambas as formulações em análise para tempos de cura de 3 meses. Os resultados indicam que não é o défice de Gesso na matriz que provoca a formação de fases indesejadas. Sugere-se que sejam testadas formulações de Gesso Hemi-hidratado, cuja solubilidade elevada favorece a extensão das reações iniciais de hidratação, combinado com Anidrite ou Gesso Di-hidratado, com solubilidade inferior, servindo como fontes de sulfato para reações tardias. O Gesso Hemi-hidratado apresenta ainda as configurações a e b, cujo impacto nas fases formadas também é sugerido como caso de estudo.The inclusion of calcium aluminate cements to other cementitious materials has been studied in recent years as a way to counter the problems related with sulphate attack. In this dissertation is made a detailed study of the formed phases upon hydration of a ternary mixture of calcium aluminate cement (CAC), Portland cement (OPC) and Gypsium (C$), ranging the content of Gypsium added, in a way of understanding its in uence in the formed phases. Three different formulas were prepared containing 28% of CAC, 8% of OPC, varying the content of Gypsium (as well as the quality of the Gypsium added), and aggregates totaling the remaining percentage of the mixture. For the formula number 1, the Gypsium used was Hemihidrate, with a content of 6%, for formula 2 the same type of gypsium was used but with a content of 8% and for formula 3 was used Bi-hidrated Gypsium with a content of 8%. Tests of mechanical resistance were made (exion and compression), along with tests of dimensional characterization (shrinkage, mass loss and volume apparent mass), as well as physical and chemical analysis to the composition of the matrix, like X-ray diffraction and thermogravimetric analysis along with differential thermal analysis, analysis to the surface area and porosity from gas adsortion models (BET) and microstructure analysis using scanning electron microscopy (SEM/EDS). These tests were made for temperatures of 5±2°C, 22±2°C and 55±2°C, with curing times of 24 hours, 28 days e 3 months. Once obtained the mechanical resistance results, the formula 3 was eliminated due to its low mechanical resistances comparing with the other formulas, as well as the samples exposed to the temperatures of 55±2°C, because it promoted desiccation of the cementicious matrix and limiting the extention of hydration reactions. From the results obtained from the remaining analysis was possible to confirm the presence of non-reacted compounds upon hydration such as CA, CA2 and C12A7 (built-in CAC) and C3S as well as C2S (built-in OPC) and Gypsium (Hemi-hydrite and Anhydrite). In relation to the formed phases upon hydration, was possible to identify the presence of Ettringite (AFt), which tends to decrease with time, slightly increasing for longer periods of time, suggesting the formation of delayed Ettringite. We can also confirm the presence of monossulphaluminate hydrates (AFm), suggesting that this compound is not only formed by Ettringite decay but is also formed by the non-reacted compounds upon hydration, since there haven been identiffed sources of sulphate, CA's, as well as Alite and Belite (presents in OPC) detected by X-ray analysis. The thermogravimetric analysis along with differential thermal analysis revealed the presence of aluminous hydrate compounds with low levels of crystallinity such as CAH10, C2AH8 and C3AH6, like so the presence of carbonates at temperatures of 22±2°C and the absence of these compounds for temperatures of 5±2°C, suggesting the formation of Thaumasite at low temperatures. Thaumasite is detrimental for the sistem because it tends to promote the loss of cohesion in the matrix caused by sulphate attack. Calcite is one of the precursors of Thaumasite formation and is detected in all of the studied formulas. Were also detected phases such as Laumontite e Ghelenite. From SEM analysis Ettringite needles were identied, more frequent in the interior of the pores combined with non-identiffed clusters, which, from EDS analysis, revealed a high content of Aluminum, leading to consider the possibility of convertion of C-S-H phases to C-A-S-H phases, making possible to justify the high values of shinkage suffered for both formulas to the cure time of 3 months. The obtained results indicate that is not the lack of Gypsium in the matrix that causes the formation of unwanted phases. It is suggested that formulations with combinations of Hemi-hydrated Gypsium, whose high solubility favors the extension of intial hydration reactions, combined with Anhydrite or Dihydrated Gypsium, whose solubility is inferior, making them good sources of sulphate for delayed reactions. The Hemi-hydrated Gypsium has two configurations, a and b, whose impact on the formed phases is also suggested as a case study.2019-072019-07-01T00:00:00Z2021-07-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/29419porVieira, Joel Simõesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:56:54Zoai:ria.ua.pt:10773/29419Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:01:46.033454Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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