Personalidade e rendimento académico em estudantes de Medicina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carretas, Pedro Miguel Bilro
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8356
Resumo: Introdução: A personalidade é todo um conjunto de características que nos define como pessoas e, consequentemente, define os nossos comportamentos e atitudes. O inventário NEO-FFI, sustentado na Teoria dos Cinco Fatores, permite medir as características individuais de personalidade relativamente às dimensões de Neuroticismo, Extroversão, Abertura à Experiência, Amabilidade e Conscienciosidade. Segundo vários estudos realizados a populações compostas por estudantes de Medicina, estas apresentam continuamente resultados médios prevalentes na dimensão Conscienciosidade. Este traço está também relacionado com o sucesso no percurso académico dos estudantes de Medicina tanto na fase pré-clínica da sua formação como posteriormente na fase clínica. Objetivo do estudo: Este estudo teve como objetivo analisar as características de personalidade dos estudantes que ingressam no curso de medicina e relacioná-las com o seu desempenho académico. Métodos: O questionário NEO-FFI foi aplicado aos alunos que entraram no 1º ano do Curso de Medicina na FCS-UBI nos diversos anos letivos compreendidos entre 2011 e 2016. Foram também recolhidas as classificações do 1ºano relativamente aos alunos que ingressaram em 2016. Foi analisada a evolução das cinco características de personalidade dos estudantes que ingressaram no curso de Medicina ao longo dos 6 anos considerados e, relativamente aos que ingressaram no ano de 2016, essas características foram correlacionadas com as notas obtidas no primeiro ano. A comparação de médias foi feita através da análise da variância (ANOVA) e foi usada a correlação de Pearson para analisar a relação entre as características de personalidade e o desempenho académico no 1º ano. Resultados: A amostra foi composta por 803 alunos, dos quais 71,6% eram do sexo feminino. Verificou-se que a dimensão Conscienciosidade predomina em todos os grupos que ingressaram em medicina nos diferentes anos letivos. A dimensão que apresenta valores médios mais baixos é o Neuroticismo. Para ambos os traços de personalidade o sexo feminino apresenta níveis mais elevados. Existe uma correlação negativa significativa entre estes dois traços. Analisando a evolução da personalidade ao longo do tempo para as diferentes coortes de alunos que ingressam em medicina, verifica-se que, em 6 anos, a Conscienciosidade aumenta de forma significativa enquanto os outros traços se mantêm constantes. Quanto à relação entre o rendimento académico e os diferentes traços de personalidade verificou-se, em ambos os sexos, uma correlação positiva entre as classificações académicas e os níveis de Conscienciosidade. Discussão e Conclusões: Os nossos resultados indicam que os alunos que hoje entram em medicina são diferentes, no que diz respeito à personalidade, dos que ingressaram há alguns anos. Apresentam níveis de Conscienciosidade superiores, o que indica que são mais responsáveis, com elevados níveis de autoconfiança e focados na concretização de objetivos, traduzindo-se estas características no seu desempenho académico. Os resultados indicam também que existe alguma diferença relativamente ao género, revelando-se as raparigas com características de personalidade que indicam maior propensão para a depressão e para serem mais ansiosas. Perspetivas futuras: Será interessante saber se estes mesmos traços de personalidade dos estudantes de Medicina se mantêm estáveis ao longo da sua carreira académica.
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Objetivo do estudo: Este estudo teve como objetivo analisar as características de personalidade dos estudantes que ingressam no curso de medicina e relacioná-las com o seu desempenho académico. Métodos: O questionário NEO-FFI foi aplicado aos alunos que entraram no 1º ano do Curso de Medicina na FCS-UBI nos diversos anos letivos compreendidos entre 2011 e 2016. Foram também recolhidas as classificações do 1ºano relativamente aos alunos que ingressaram em 2016. Foi analisada a evolução das cinco características de personalidade dos estudantes que ingressaram no curso de Medicina ao longo dos 6 anos considerados e, relativamente aos que ingressaram no ano de 2016, essas características foram correlacionadas com as notas obtidas no primeiro ano. A comparação de médias foi feita através da análise da variância (ANOVA) e foi usada a correlação de Pearson para analisar a relação entre as características de personalidade e o desempenho académico no 1º ano. Resultados: A amostra foi composta por 803 alunos, dos quais 71,6% eram do sexo feminino. Verificou-se que a dimensão Conscienciosidade predomina em todos os grupos que ingressaram em medicina nos diferentes anos letivos. A dimensão que apresenta valores médios mais baixos é o Neuroticismo. Para ambos os traços de personalidade o sexo feminino apresenta níveis mais elevados. Existe uma correlação negativa significativa entre estes dois traços. Analisando a evolução da personalidade ao longo do tempo para as diferentes coortes de alunos que ingressam em medicina, verifica-se que, em 6 anos, a Conscienciosidade aumenta de forma significativa enquanto os outros traços se mantêm constantes. Quanto à relação entre o rendimento académico e os diferentes traços de personalidade verificou-se, em ambos os sexos, uma correlação positiva entre as classificações académicas e os níveis de Conscienciosidade. Discussão e Conclusões: Os nossos resultados indicam que os alunos que hoje entram em medicina são diferentes, no que diz respeito à personalidade, dos que ingressaram há alguns anos. Apresentam níveis de Conscienciosidade superiores, o que indica que são mais responsáveis, com elevados níveis de autoconfiança e focados na concretização de objetivos, traduzindo-se estas características no seu desempenho académico. Os resultados indicam também que existe alguma diferença relativamente ao género, revelando-se as raparigas com características de personalidade que indicam maior propensão para a depressão e para serem mais ansiosas. Perspetivas futuras: Será interessante saber se estes mesmos traços de personalidade dos estudantes de Medicina se mantêm estáveis ao longo da sua carreira académica.Background: Personality is a whole set of characteristics that defines us as a person and, consequently, defines our behaviors and attitudes. The NEO-FFI inventory, based on the Five Factor Theory, allows us to measure individual personality characteristics in relation to the dimensions of Neuroticism, Extroversion, Openness to Experience, Agreeableness and Conscientiousness. According to several studies performed in populations of medical students, they present continuously prevalent medium results regarding the trait conscientiousness. This trait is also related with the success in medical school both at pre-clinical stage and in clinical one. Summary of Work: This study aimed to analyze personality characteristics of medical students and relate them to their academic performance. Methods: NEO-FFI questionnaire was applied to students that entered the first year of Medical degree at Faculty of Health Sciences – University of Beira Interior in the academic years from 2011 to 2016. It was also gathered the grades of the first year, related to those who entered in 2016. It was analyzed the evolution of the five personality traits of students that entered medical school through all the 6 years considered and, regarding the students that entered in 2016, those traits were also correlated with the grades obtained in their first academic year. Mean comparison was performed through variance analysis (ANOVA) and it was used Pearson Correlation to analyze the relation between personality traits and academic performance in first year. Results: The sample of this study was composed of 803 medical students, of which 71.6% were female. In 6 different cohorts we saw that personality remains stable, being predominant the characteristic of conscientiousness. The dimension presenting the lowest values is neuroticism. For both traits, female gender presents the highest values and there is a negative correlation between these two personality traits. Regarding the evolution of personality over the time through different cohorts, it was found that conscientiousness increases significantly, whereas other traits remain stable. About the relationship between academic performance and personality traits, it was found a positive correlation between academic grades and levels of Conscientiousness, in both genders. Discussion and Conclusions: Our results indicate that medical students that enter medical school nowadays are different, which refers to personality, from those who began medical school a few years before. They present higher levels of conscientiousness, which indicates that they are more responsible, with higher levels of self-confidence and more focused in fulfilling their goals, and that is revealed in their academic performance. Results also indicate that there is some difference regarding both genders, revealing that female medical students tend to be more anxious and susceptible to depression. Future perspectives: It will be interesting to know if these personality traits of medical students entering medical school remain stable throughout their academic career.Neto, Isabel Maria FernandesuBibliorumCarretas, Pedro Miguel Bilro2020-01-15T17:06:17Z2018-05-162018-04-62018-05-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8356TID:202362906porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:18Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8356Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:42.462521Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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