Avaliação in vivo de efeitos fisiológicos da suplementação alimentar de uma alga marinha, Grateloupia turuturu em murganhos K14HPV16

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, José Carlos Félix Ribeiro de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9950
Resumo: A infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV), em particular do HPV16, conduz à formação de lesões cutâneas proliferativas que por vezes podem evoluir para cancro. Juntamente com o HPV18, estes dois tipos víricos são responsáveis por cerca de 70% de todos os casos de cancro do colo do útero registados mundialmente. As algas marinhas são organismos que constituem um recurso alimentar importante e têm propriedades terapêuticas. O principal objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação de uma alga marinha, Grateloupia turuturu, em murganhos fêmea transgénicos K14HPV16. Neste trabalho, foram determinados parâmetros morfológicos, bioquímicos, histológicos e genotóxicos. Neste estudo, foram utilizados 4 grupos de murganhos fêmeas, cada com 11 animais, da estirpe FVB/n, com 20 semanas de idade. O grupo I (HPV16-/-) e o grupo II (HPV16+/-) foram alimentados com uma dieta na qual foi incorporado 10% de Grateloupia turuturu, enquanto o grupo III (HPV16-/-) e o grupo IV (HPV16+/-) consumiram uma dieta comercial não aditivada. Os animais ingeriram esta dieta durante 22 dias, nos quais foi feito um registo semanal da ingestão de alimento e de água, variação das massas corporais e ainda determinado o seu bem-estar. No final todos os animais foram eutanasiados, sendo recolhido sangue para determinação bioquímica de parâmetros hepáticos e renais, e para realizar o teste de micronúcleos e o ensaio do cometa. Todos os órgãos foram recolhidos, pesados e fixados em formaldeído para análise histológica. Verificou-se que a suplementação da dieta com Grateloupia turuturu não influenciou significativamente a variação da massa corporal dos animais nem na ingestão média de alimento e de água. Verificou-se um aumento significativo (p<0,05) na média da massa do baço no grupo I (HPV16-/-, alimentado com alga), relativamente ao grupo III (HPV16-/-, alimentado com dieta base), bem como uma diminuição da média das massas do fígado e aumento da média da massa dos rins no grupo II (HPV16+/-, alimentado com alga) comparado com o grupo IV (HPV16+/-, alimentado com dieta base). A análise bioquímica não revelou qualquer alteração entre os grupos experimentais. O teste de micronúcleos não revelou resultados estatisticamente significativos, apesar de nos grupos de animais transgénicos (II e IV) se ter registado uma diminuição quanto à contagem de micronúcleos nos murganhos que foram alimentados com Grateloupia turuturu. Por outro lado, o ensaio do cometa demonstrou uma redução significativa dos danos no DNA nos animais transgénicos suplementados com esta alga. Histologicamente, verificaram-se diminuições significativas das lesões na pele e nas orelhas dos animais transgénicos (HPV16+/-), em resultado da suplementação com a alga, apoiando o seu potencial efeito quimiopreventivo. Concluindo, os resultados indicam que Grateloupia turuturu teve interferência positiva nas lesões induzidas pelo HPV, sem provocar danos genotóxicos nos animais em estudo.
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O grupo I (HPV16-/-) e o grupo II (HPV16+/-) foram alimentados com uma dieta na qual foi incorporado 10% de Grateloupia turuturu, enquanto o grupo III (HPV16-/-) e o grupo IV (HPV16+/-) consumiram uma dieta comercial não aditivada. Os animais ingeriram esta dieta durante 22 dias, nos quais foi feito um registo semanal da ingestão de alimento e de água, variação das massas corporais e ainda determinado o seu bem-estar. No final todos os animais foram eutanasiados, sendo recolhido sangue para determinação bioquímica de parâmetros hepáticos e renais, e para realizar o teste de micronúcleos e o ensaio do cometa. Todos os órgãos foram recolhidos, pesados e fixados em formaldeído para análise histológica. Verificou-se que a suplementação da dieta com Grateloupia turuturu não influenciou significativamente a variação da massa corporal dos animais nem na ingestão média de alimento e de água. Verificou-se um aumento significativo (p<0,05) na média da massa do baço no grupo I (HPV16-/-, alimentado com alga), relativamente ao grupo III (HPV16-/-, alimentado com dieta base), bem como uma diminuição da média das massas do fígado e aumento da média da massa dos rins no grupo II (HPV16+/-, alimentado com alga) comparado com o grupo IV (HPV16+/-, alimentado com dieta base). A análise bioquímica não revelou qualquer alteração entre os grupos experimentais. O teste de micronúcleos não revelou resultados estatisticamente significativos, apesar de nos grupos de animais transgénicos (II e IV) se ter registado uma diminuição quanto à contagem de micronúcleos nos murganhos que foram alimentados com Grateloupia turuturu. Por outro lado, o ensaio do cometa demonstrou uma redução significativa dos danos no DNA nos animais transgénicos suplementados com esta alga. Histologicamente, verificaram-se diminuições significativas das lesões na pele e nas orelhas dos animais transgénicos (HPV16+/-), em resultado da suplementação com a alga, apoiando o seu potencial efeito quimiopreventivo. Concluindo, os resultados indicam que Grateloupia turuturu teve interferência positiva nas lesões induzidas pelo HPV, sem provocar danos genotóxicos nos animais em estudo.Human papillomavirus (HPV) infection, in particular HPV16, may lead to the formation of proliferative cutaneous lesions, which in some cases can progress to cancer. Along with HPV18, these two viral types account for about 70% of all cases of cervical cancer. Seaweeds are an important resource in terms of health benefits and many of its therapeutic properties were already studied and proven, namely in treating cancer. The main objective of this study was to evaluate the effects of the red seaweed Grateloupia turuturu in K14HPV16 female transgenic mice, where physiological, biochemical, histological and genotoxic effects were studied. This mouse model carries the early region of HPV16 inserted into its genome, under human cytokeratin 14 (K14) promoter regulation. This way, K14HPV16 animals spontaneously develop identical lesions to those caused by HPV infection. In this study, 4 groups of female mice, with 11 animals, of the FVB/n strain, with 20 weeks of age were used. Group I (HPV16-/-) and group II (HPV16+/-), were fed a diet containing 10% of Grateloupia turuturu while group III (HPV16-/-) and group IV (HPV16+/-) consumed a commercial diet. This procedure lasted 22 days, during which a weekly record of food and water consumption, body masses and an assessment of their well-being was made. In the end, all animals were euthanized, and blood was collected by cardiac puncture, which was used to perform, biochemical analysis, micronucleus test and comet assay. The animals also had their organs collected, weighted and fixed in formaldehyde, for histological analysis. Grateloupia turuturu supplementation had no influence, either in body masses variation, or in food and water consumption. However, there was a significant increase (p<0,05) in the spleen, in group I (HPV16-/-, fed with seaweed), compared with group III (HPV16-/-, fed with base diet) as well as between group II (HPV16+/-, fed with seaweed) and group IV (HPV16+/-, fed with base diet), with decreased liver masses and increased kidneys masses. Biochemical analyses didn’t reveal any changes. Histologically, significant decreases in skin and ear lesions were observed in transgenic animals (HPV16+/-), with seaweed supplementation, supporting its chemopreventive effects. The micronucleus test didn’t reveal statistically significant results, although transgenic groups (II and IV) fed with Grateloupia turuturu showed lower micronucleus counts. On the other hand, the comet assay, demonstrated a significant reduction in DNA damage, in transgenic animals supplemented with seaweed, relatively to those who consumed the base diet. In conclusion, these results indicate that Grateloupia turuturu produced positive effects in the prevention of lesions caused by HPV, without causing genotoxic damage to the animals studied.2020-06-08T11:19:23Z2020-04-03T00:00:00Z2020-04-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/9950porAlmeida, José Carlos Félix Ribeiro deinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:34:21Zoai:repositorio.utad.pt:10348/9950Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:03.749192Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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