Crianças em acolhimento residencial : conteúdo temático das suas narrativas de vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Diana Neves
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Silva, Sara Ramos, Henriques, Margarida Rangel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/6540
Resumo: Resumo: A narrativa constitui uma unidade semântica em forma de história que permite ao ser humano dar sentido à sua experiência. A investigação na área não tem sido conclusiva quanto à capacidade das crianças que vivenciaram maus-tratos integrarem estas experiências nas suas narrativas de vida. Alguns investigadores defendem que os maus-tratos afetam a capacidade mnésica das crianças, dificultando a recordação e a referência destas experiências; outros defendem que experiências traumáticas podem até ser melhor recordadas e hipernarradas do que experiências do quotidiano. Neste estudo pretendeu-se mapear as temáticas que emergem nas narrativas de vida de crianças com passado de adversidade precoce, explorando se o tema dos maus-tratos chega a surgir nestas narrativas ou se até se torna o tema dominante. Participaram no estudo 16 crianças em acolhimento residencial, com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos. Foi utilizada a Entrevista de Narrativa de Vida com Crianças, para a recolha das histórias de vida. A análise temática das narrativas de vida permitiu identificar que as crianças incluem em média 15 temas nas suas narrativas de vida, sendo que metade das crianças relatou episódios de Maus-tratos físicos e/ou psicológicos. A diversidade temática encontrada nas narrativas de vida das crianças aponta para a capacidade adaptativa de estar disponível para a multiplicidade de vivências, sem permanecer dominado por uma narrativa rígida e monotemática. Além disso, a capacidade com que muitas crianças relatam acontecimentos de maltrato, distancia a hipótese da amnésia ou incapacidade de os narrar e encoraja a existência de espaços conversacionais abertos e sem restrições temáticas.
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