O uso da morfina na gestão da dor crónica: perspetiva dos profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Maria Helena Pinto
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2270
Resumo: O decurso de novos hábitos de vida, de uma maior longevidade do indivíduo e do prolongamento da sobrevida do mesmo e do ambiente em que vivemos parece aumentar a ocorrência de dor, especialmente, a dor crónica. Também os medos associados à utilização de opióides para o tratamento da dor colocam Portugal num dos países da Europa com maior resistência à utilização destes fármacos. O subtratamento da dor crónica continua assim a assumir uma dimensão importante, colocando-a como um problema de saúde pública, cuja gestão tem sido de difícil controlo, com repercussões na qualidade de vida dos indivíduos. Face a esta problemática, o objetivo deste estudo foi, precisamente, o de desenvolver um trabalho que nos permita compreender a perspetiva dos profissionais saúde sobre o uso da morfina na gestão da dor crónica. Para uma compreensão mais profunda do fenómeno, delineou-se um conjunto de objetivos específicos, designadamente: identificar situações em que se deve utilizar a morfina na gestão da dor crónica; identificar fatores que interferem na utilização da morfina na gestão da dor crónica e identificar dilemas que se colocam aos profissionais de saúde na utilização da morfina na gestão da dor crónica. Para alcançar estes objetivos, optou-se por uma investigação qualitativa, com caráter descritivo e exploratório. A estratégia escolhida para a recolha dos dados, foi a entrevista semiestruturada. Os dados, recolhidos foram analisados com o recurso à técnica de análise de conteúdo, de L. Bardin (2011). Os resultados demonstram que os profissionais de saúde (PS) admitem que a dor ainda é um problema e muitas vezes é subvalorizada. Reconhecem a importância da morfina e recomendam, assim, a sua utilização. Assumem que o tratamento com morfina privilegia o conforto e a qualidade de vida do doente. Contudo não é o medicamento de eleição, e ainda é visto por muitos, como último recurso. Não obstante, manifestaram que em sua opinião os opiáceos serão um caminho para o controlo a dor e melhoria da qualidade de vida dos doentes. Da análise dos resultados podemos aferir que o medo, muito associado aos efeitos secundários da utilização da morfina, constitui uma das grandes barreiras no controlo da dor. Apesar das limitações subjacentes ao presente estudo, considera-se, no entanto, que foram atingidos os objetivos propostos. Aguarda-se pois, que este trabalho possa constituir-se como um estímulo à reflexão e à produção de futuras investigações acerca da problemática que envolve o uso da morfina para o controlo da dor crónica.
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Para uma compreensão mais profunda do fenómeno, delineou-se um conjunto de objetivos específicos, designadamente: identificar situações em que se deve utilizar a morfina na gestão da dor crónica; identificar fatores que interferem na utilização da morfina na gestão da dor crónica e identificar dilemas que se colocam aos profissionais de saúde na utilização da morfina na gestão da dor crónica. Para alcançar estes objetivos, optou-se por uma investigação qualitativa, com caráter descritivo e exploratório. A estratégia escolhida para a recolha dos dados, foi a entrevista semiestruturada. Os dados, recolhidos foram analisados com o recurso à técnica de análise de conteúdo, de L. Bardin (2011). Os resultados demonstram que os profissionais de saúde (PS) admitem que a dor ainda é um problema e muitas vezes é subvalorizada. Reconhecem a importância da morfina e recomendam, assim, a sua utilização. Assumem que o tratamento com morfina privilegia o conforto e a qualidade de vida do doente. Contudo não é o medicamento de eleição, e ainda é visto por muitos, como último recurso. Não obstante, manifestaram que em sua opinião os opiáceos serão um caminho para o controlo a dor e melhoria da qualidade de vida dos doentes. Da análise dos resultados podemos aferir que o medo, muito associado aos efeitos secundários da utilização da morfina, constitui uma das grandes barreiras no controlo da dor. Apesar das limitações subjacentes ao presente estudo, considera-se, no entanto, que foram atingidos os objetivos propostos. Aguarda-se pois, que este trabalho possa constituir-se como um estímulo à reflexão e à produção de futuras investigações acerca da problemática que envolve o uso da morfina para o controlo da dor crónica.The course of new habits of life, a longer life span of the individual and prolonged survival of the individual and the environment in which we live seems to increase the occurrence of pain, especially chronic pain. Also the fears associated with the use of opioids to treat pain place Portugal in one of the European countries with the highest resistance to the use of these drugs. The undertreatment of chronic pain thus continues to assume an important dimension, placing it as a public health problem, whose management has been difficult to control, with repercussions on individuals' quality of life. Given this problem, the aim of this study was precisely to develop a work that allows us to understand the perspective of health professionals on the use of morphine in the management of chronic pain. For a deeper understanding of the phenomenon, a set of specific objectives were outlined, namely: to identify situations in which morphine should be used in the management of chronic pain; identify factors that interfere with the use of morphine in chronic pain management and identify dilemmas facing health professionals in the use of morphine in chronic pain management. To achieve these objectives, a qualitative, descriptive and exploratory research was chosen. The strategy chosen for data collection was the semi-structured interview. The data collected were analyzed using the content analysis technique, by L. Bardin (2011). The results show that health professionals (PS) admit that pain is still a problem and is often undervalued. They recognize the importance of morphine and therefore recommend its use. They assume that morphine treatment favors the patient's comfort and quality of life. However it is not the drug of choice, and is still seen by many as a last resort. However, they stated that in their opinion opioids would be a way to control pain and improve the quality of life of patients. From the analysis of the results we can see that fear, very associated with the side effects of morphine use, is one of the major barriers to pain control. Despite the limitations underlying the present study, it is considered, however, that the proposed objectives were achieved. It is hoped, therefore, that this work can be a stimulus for reflection and the production of future investigations about the problem involving the use of morphine to control chronic pain.2019-12-18T11:50:04Z2019-10-24T00:00:00Z2019-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2270TID:202345653porSantos, Maria Helena Pintoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:40:47Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2270Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:13.092587Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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