Estudo dos defeitos de cor em queijos de ovelha e cabra laborados com leite cru

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morais, Laura Varandas
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.11/6400
Resumo: A realização deste trabalho teve como principal objetivo o estudo dos defeitos de cor associados aos queijos laborados com leite cru, em particular o acastanhamento superficial. Nos ensaios efetuados no âmbito deste trabalho foram usadas culturas de bactérias e de leveduras, previamente caracterizadas como promotoras de defeitos de cor em queijo e identificadas como pertencendo às espécies Pseudomonas putida, Pseudomonas fluorescens, Achromobacter xylosoxidans, Yarrowia lipolytica e Candida zeylanoides. O primeiro ensaio foi efetuado em leite de ovelha e visou estudar a evolução de diferentes grupos de microrganismos (Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos, bolores e leveduras, mesófilos e bactérias lácticas) ao longo de um período de conservação de 4 dias no frio. Este ensaio foi efetuado em paralelo com amostras inoculadas e não inoculadas, bem como com amostras tratadas (leite fervido, leite adicionado de peróxido de hidrogénio e leite adicionado de culturas lácticas) e não tratadas (leite cru). Deste ensaio conclui-se que a utilização de peróxido de hidrogénio reduz inicialmente a carga microbiana de Pseudomonas, psicrotróficos e leveduras, no entanto no caso deste último grupo de microrganismos, este efeito é limitado já que se verifica um aumento do seu número após a adição do peróxido de hidrogénio, atingindo valores superiores aos iniciais ao fim dos 4 dias a 6°C. O segundo ensaio foi desenhado para verificar se as culturas microbianas que apresentavam produção de pigmentos castanhos em meio de cultura de Agar-Queijo (ensaio in vitro) também o faziam em queijos inoculados. Todas as amostras de queijo foram analisadas no início do ensaio (no dia do fabrico) e no fim do período de cura, tendo em conta a contagem (UFC/g de queijo) de Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos e bolores e leveduras. Foi ainda feito o registo do aparecimento de manchas na superfície dos queijos e uma análise por espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR). Concluiu-se que as culturas microbianas que produzem pigmentos castanhos também o fazem em queijos inoculados. Nos queijos não inoculados não houve acastanhamento. Este efeito não se diferenciou entre as diferentes culturas microbianas testadas. Por último, avaliou-se o ambiente das câmaras de cura de uma queijaria da região, com o objetivo de conhecer a respetiva carga microbiana (ao nível de Pseudomona spp., de bolores e leveduras e de psicrotróficos) e se esta poderia ter alguma influência no desenvolvimento do acastanhamento superficial dos queijos durante o período de cura. Verificou-se que as câmaras de cura são uma importante fonte de contaminação superficial dos queijos durante o tempo em que permanecem nas câmaras de cura, predominantemente por microrganismos psicrotróficos e bolores, mas também por Pseudomonas spp. Isolados destes grupos de microrganismos provaram produzir pigmentos castanhos in vitro.
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O primeiro ensaio foi efetuado em leite de ovelha e visou estudar a evolução de diferentes grupos de microrganismos (Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos, bolores e leveduras, mesófilos e bactérias lácticas) ao longo de um período de conservação de 4 dias no frio. Este ensaio foi efetuado em paralelo com amostras inoculadas e não inoculadas, bem como com amostras tratadas (leite fervido, leite adicionado de peróxido de hidrogénio e leite adicionado de culturas lácticas) e não tratadas (leite cru). Deste ensaio conclui-se que a utilização de peróxido de hidrogénio reduz inicialmente a carga microbiana de Pseudomonas, psicrotróficos e leveduras, no entanto no caso deste último grupo de microrganismos, este efeito é limitado já que se verifica um aumento do seu número após a adição do peróxido de hidrogénio, atingindo valores superiores aos iniciais ao fim dos 4 dias a 6°C. O segundo ensaio foi desenhado para verificar se as culturas microbianas que apresentavam produção de pigmentos castanhos em meio de cultura de Agar-Queijo (ensaio in vitro) também o faziam em queijos inoculados. Todas as amostras de queijo foram analisadas no início do ensaio (no dia do fabrico) e no fim do período de cura, tendo em conta a contagem (UFC/g de queijo) de Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos e bolores e leveduras. Foi ainda feito o registo do aparecimento de manchas na superfície dos queijos e uma análise por espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR). Concluiu-se que as culturas microbianas que produzem pigmentos castanhos também o fazem em queijos inoculados. Nos queijos não inoculados não houve acastanhamento. Este efeito não se diferenciou entre as diferentes culturas microbianas testadas. Por último, avaliou-se o ambiente das câmaras de cura de uma queijaria da região, com o objetivo de conhecer a respetiva carga microbiana (ao nível de Pseudomona spp., de bolores e leveduras e de psicrotróficos) e se esta poderia ter alguma influência no desenvolvimento do acastanhamento superficial dos queijos durante o período de cura. Verificou-se que as câmaras de cura são uma importante fonte de contaminação superficial dos queijos durante o tempo em que permanecem nas câmaras de cura, predominantemente por microrganismos psicrotróficos e bolores, mas também por Pseudomonas spp. Isolados destes grupos de microrganismos provaram produzir pigmentos castanhos in vitro.The main objective of this work was the study of the color defects associated with cheeses processed with raw milk, in particular the surface browning. In experiments carried out in this work were used cultures of bacteria and yeast previously characterized as promoters of color defects in cheese and identified as belonging to the species Pseudomonas putida, Pseudomonas fluorescens, Achromobacter xylosoxidans, Yarrowia lipolytica e Candida zeylanoides. The first experiment was carried out in sheep's milk and aimed to study the evolution of different groups of microorganisms (Pseudomonas spp., Mesophiles, psychrotrophs, molds and yeasts, mesophiles and lactic acid bacteria) during a cold storage period of 4 days. This test was carried out in parallel with inoculated and uninoculated samples, as well as with treated samples (boiled milk, milk added with hydrogen peroxide and milk added from lactic cultures) and untreated (raw milk) samples. From this assay we conclude that the use of hydrogen peroxide initially reduces the microbial load of Pseudomonas, psychrotrophs and yeasts, however in the case of this last group of microorganisms, this effect is limited since there is an increase in its number after addition of hydrogen peroxide, reaching above initial values at the end of 4 days at 6 ° C. The second assay was designed to verify if the microbial cultures that had brown pigment production in Agar-Cheese culture medium (in vitro assay) also did so on inoculated cheeses. All cheese samples were analyzed at the start of the test (on the day of manufacture) and at the end of the curing period, taking into account the count (UFC / g cheese) of Pseudomonas spp., Mesophiles, psychrotrophs and molds and yeasts. It was also recorded the appearance of spots on the cheeses surface and an analysis by Near Infrared Spectroscopy (NIR). It was concluded that microbial cultures that produce brown pigments also do so in inoculated cheeses. In uninoculated cheeses there was no browning. This effect did not differ between the different microbial cultures tested. Finally, it was evaluated the environment of the curing chambers of a cheese factory in the region, in order to know the respective microbial load (at the level of Pseudomonas spp., Molds and yeasts and psychrotrophs) and if this could have any influence in the development of surface browning of the cheeses during the curing period. It has been found that curing chambers are an important source of surface contamination of cheeses during the time they remain in the healing chambers, predominantly by psychrotrophic microorganisms and molds, but also by Pseudomonas spp. Isolates from these groups of microorganisms have proven to produce brown pigments in vitro.Pintado, Cristina Maria Baptista SantosAnjos, Ofélia Maria Serralha dosPereira, Belmiro Abdul SatarRepositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo BrancoMorais, Laura Varandas2019-02-19T23:34:29Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.11/6400TID:202175014porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T11:46:22Zoai:repositorio.ipcb.pt:10400.11/6400Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:37:03.728542Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description A realização deste trabalho teve como principal objetivo o estudo dos defeitos de cor associados aos queijos laborados com leite cru, em particular o acastanhamento superficial. Nos ensaios efetuados no âmbito deste trabalho foram usadas culturas de bactérias e de leveduras, previamente caracterizadas como promotoras de defeitos de cor em queijo e identificadas como pertencendo às espécies Pseudomonas putida, Pseudomonas fluorescens, Achromobacter xylosoxidans, Yarrowia lipolytica e Candida zeylanoides. O primeiro ensaio foi efetuado em leite de ovelha e visou estudar a evolução de diferentes grupos de microrganismos (Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos, bolores e leveduras, mesófilos e bactérias lácticas) ao longo de um período de conservação de 4 dias no frio. Este ensaio foi efetuado em paralelo com amostras inoculadas e não inoculadas, bem como com amostras tratadas (leite fervido, leite adicionado de peróxido de hidrogénio e leite adicionado de culturas lácticas) e não tratadas (leite cru). Deste ensaio conclui-se que a utilização de peróxido de hidrogénio reduz inicialmente a carga microbiana de Pseudomonas, psicrotróficos e leveduras, no entanto no caso deste último grupo de microrganismos, este efeito é limitado já que se verifica um aumento do seu número após a adição do peróxido de hidrogénio, atingindo valores superiores aos iniciais ao fim dos 4 dias a 6°C. O segundo ensaio foi desenhado para verificar se as culturas microbianas que apresentavam produção de pigmentos castanhos em meio de cultura de Agar-Queijo (ensaio in vitro) também o faziam em queijos inoculados. Todas as amostras de queijo foram analisadas no início do ensaio (no dia do fabrico) e no fim do período de cura, tendo em conta a contagem (UFC/g de queijo) de Pseudomonas spp., mesófilos, psicrotróficos e bolores e leveduras. Foi ainda feito o registo do aparecimento de manchas na superfície dos queijos e uma análise por espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR). Concluiu-se que as culturas microbianas que produzem pigmentos castanhos também o fazem em queijos inoculados. Nos queijos não inoculados não houve acastanhamento. Este efeito não se diferenciou entre as diferentes culturas microbianas testadas. Por último, avaliou-se o ambiente das câmaras de cura de uma queijaria da região, com o objetivo de conhecer a respetiva carga microbiana (ao nível de Pseudomona spp., de bolores e leveduras e de psicrotróficos) e se esta poderia ter alguma influência no desenvolvimento do acastanhamento superficial dos queijos durante o período de cura. Verificou-se que as câmaras de cura são uma importante fonte de contaminação superficial dos queijos durante o tempo em que permanecem nas câmaras de cura, predominantemente por microrganismos psicrotróficos e bolores, mas também por Pseudomonas spp. Isolados destes grupos de microrganismos provaram produzir pigmentos castanhos in vitro.
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