O ‘instinto’ modernista

Bibliographic Details
Main Author: Vila Maior, Dionísio
Publication Date: 2012
Format: Article
Language: por
Source: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.2/8147
Summary: Procura-se refletir, antes de mais, sobre a crise de valores que marcou os finais do século XIX e os princípios do século XX. Assim, e no contexto deste trabalho, relembrar essa crise traduzir-se-á, por um lado, na necessidade de se ter em consideração um quadro geral onde prevalece o valor de desterritorialização do discurso monológico, validado pelas noções de subversão, pluridiscursividade e decadência; relembrar essa crise traduzir-se-á, por outro lado, na imperatividade de precisão histórico-literária e teórico-metodológica, com o intuito de melhor se apreender o gesto vanguardista, cujos contornos, como se sabe, permitem encará-lo com virtualidades próprias do excesso e da oscilação do racionalismo aristotélico. Na sequência desta linha de orientação, parece conveniente reforçar, em seguida, esta reflexão inicial, transitando para um terreno mais específico: a produção teórica, estético-literária e manifestatária de alguns dos modernistas portugueses (entre eles, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e outros eus [nomeadamente, Álvaro de Campos, Alexander Search e Jean Seul de Méluret]). Aí, o diálogo entre convenção e subversão — que conforma a lógica do discurso da extravagância — é assumida, como veremos: pela presença do absurdo e do estranho; pela crítica à decadência dos valores europeus; pela exploração literária do motivo e da personagem que surpreendem; pela prática estilística de configuração carnavalesca; pelo recurso à narrativa, particularmente significativa, no que à exploração do macabro e da perversão diz respeito; enfim, pelo registo discursivo excêntrico àquele para que, então, um horizonte de expectativas tendia.
id RCAP_4a6245443976de1ccf96186fdef1d943
oai_identifier_str oai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/8147
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling O ‘instinto’ modernistaFernando PessoaAlmada NegreirosMário de Sá Carneiro, 1890-1916Álvaro de CamposAlexander SearchJean Seul de MéluretCriseFrançaEuropaExtravagânciaInstintoDesterritorializaçãoSubversãoPluridiscursividadeCarnavalizaçãoBakhtineManifesto LiterárioDialogismoDecadênciaProcura-se refletir, antes de mais, sobre a crise de valores que marcou os finais do século XIX e os princípios do século XX. Assim, e no contexto deste trabalho, relembrar essa crise traduzir-se-á, por um lado, na necessidade de se ter em consideração um quadro geral onde prevalece o valor de desterritorialização do discurso monológico, validado pelas noções de subversão, pluridiscursividade e decadência; relembrar essa crise traduzir-se-á, por outro lado, na imperatividade de precisão histórico-literária e teórico-metodológica, com o intuito de melhor se apreender o gesto vanguardista, cujos contornos, como se sabe, permitem encará-lo com virtualidades próprias do excesso e da oscilação do racionalismo aristotélico. Na sequência desta linha de orientação, parece conveniente reforçar, em seguida, esta reflexão inicial, transitando para um terreno mais específico: a produção teórica, estético-literária e manifestatária de alguns dos modernistas portugueses (entre eles, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e outros eus [nomeadamente, Álvaro de Campos, Alexander Search e Jean Seul de Méluret]). Aí, o diálogo entre convenção e subversão — que conforma a lógica do discurso da extravagância — é assumida, como veremos: pela presença do absurdo e do estranho; pela crítica à decadência dos valores europeus; pela exploração literária do motivo e da personagem que surpreendem; pela prática estilística de configuração carnavalesca; pelo recurso à narrativa, particularmente significativa, no que à exploração do macabro e da perversão diz respeito; enfim, pelo registo discursivo excêntrico àquele para que, então, um horizonte de expectativas tendia.In this reflection, I will try to devote a careful consideration to the crisis of values which characterized both late 19th and early 20th century. Recalling that crisis will force us to frame a picture where the value of the deterritorialization of the monologic speech prevails, endured by concepts such as subversion, pluridiscursivity and decadence. In addition, a mindful retrospection to the previously mentioned crisis will strengthen the need to conduct a sharp and precise historic-literary and theoretical-methodological evaluation, therefore allowing us better to apprehend the vanguardist ‘frame of mind’, which can be examined in light of particular aristotelic rationalism features such as exaggeration.Repositório AbertoVila Maior, Dionísio2019-05-03T13:47:07Z2012-012012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.2/8147por1646-7698info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-16T15:15:29Zoai:repositorioaberto.uab.pt:10400.2/8147Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:43:42.417348Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv O ‘instinto’ modernista
title O ‘instinto’ modernista
spellingShingle O ‘instinto’ modernista
Vila Maior, Dionísio
Fernando Pessoa
Almada Negreiros
Mário de Sá Carneiro, 1890-1916
Álvaro de Campos
Alexander Search
Jean Seul de Méluret
Crise
França
Europa
Extravagância
Instinto
Desterritorialização
Subversão
Pluridiscursividade
Carnavalização
Bakhtine
Manifesto Literário
Dialogismo
Decadência
title_short O ‘instinto’ modernista
title_full O ‘instinto’ modernista
title_fullStr O ‘instinto’ modernista
title_full_unstemmed O ‘instinto’ modernista
title_sort O ‘instinto’ modernista
author Vila Maior, Dionísio
author_facet Vila Maior, Dionísio
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Aberto
dc.contributor.author.fl_str_mv Vila Maior, Dionísio
dc.subject.por.fl_str_mv Fernando Pessoa
Almada Negreiros
Mário de Sá Carneiro, 1890-1916
Álvaro de Campos
Alexander Search
Jean Seul de Méluret
Crise
França
Europa
Extravagância
Instinto
Desterritorialização
Subversão
Pluridiscursividade
Carnavalização
Bakhtine
Manifesto Literário
Dialogismo
Decadência
topic Fernando Pessoa
Almada Negreiros
Mário de Sá Carneiro, 1890-1916
Álvaro de Campos
Alexander Search
Jean Seul de Méluret
Crise
França
Europa
Extravagância
Instinto
Desterritorialização
Subversão
Pluridiscursividade
Carnavalização
Bakhtine
Manifesto Literário
Dialogismo
Decadência
description Procura-se refletir, antes de mais, sobre a crise de valores que marcou os finais do século XIX e os princípios do século XX. Assim, e no contexto deste trabalho, relembrar essa crise traduzir-se-á, por um lado, na necessidade de se ter em consideração um quadro geral onde prevalece o valor de desterritorialização do discurso monológico, validado pelas noções de subversão, pluridiscursividade e decadência; relembrar essa crise traduzir-se-á, por outro lado, na imperatividade de precisão histórico-literária e teórico-metodológica, com o intuito de melhor se apreender o gesto vanguardista, cujos contornos, como se sabe, permitem encará-lo com virtualidades próprias do excesso e da oscilação do racionalismo aristotélico. Na sequência desta linha de orientação, parece conveniente reforçar, em seguida, esta reflexão inicial, transitando para um terreno mais específico: a produção teórica, estético-literária e manifestatária de alguns dos modernistas portugueses (entre eles, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e outros eus [nomeadamente, Álvaro de Campos, Alexander Search e Jean Seul de Méluret]). Aí, o diálogo entre convenção e subversão — que conforma a lógica do discurso da extravagância — é assumida, como veremos: pela presença do absurdo e do estranho; pela crítica à decadência dos valores europeus; pela exploração literária do motivo e da personagem que surpreendem; pela prática estilística de configuração carnavalesca; pelo recurso à narrativa, particularmente significativa, no que à exploração do macabro e da perversão diz respeito; enfim, pelo registo discursivo excêntrico àquele para que, então, um horizonte de expectativas tendia.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-01
2012-01-01T00:00:00Z
2019-05-03T13:47:07Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.2/8147
url http://hdl.handle.net/10400.2/8147
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1646-7698
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799135005575741440