Avaliação de procedimentos para o acidente vascular cerebral isquémico Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais, Centro Hospitar Cova da Beira, E. P. E.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Diana Gaspar
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/745
Resumo: Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) constitui a primeira causa isolada de mortalidade em Portugal, sendo igualmente a principal causa de morbilidade e de anos potenciais de vida perdidos. Sendo este um problema tratável, é fundamental oferecer tratamento aos doentes para diminuir a morbi-mortalidade por AVC, existindo actualmente um único fármaco disponível para a fase aguda do AVC tipo isquémico: o factor Activador do Plasminogénio tecidular recombinante (rt-PA), de nome comercial Alteplase. As indicações para a administração deste fármaco são restritas e baseiam-se em múltiplos estudos internacionais. Em Portugal, este fármaco tem vindo a ser aplicado em Unidades Especializadas – Unidades de AVC (UAVC’s). No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), E.P.E., existe uma UAVC, que recebe os doentes da Beira Interior e que iniciou a trombólise com Alteplase em Junho de 2006, segundo um Protocolo de Serviço. Objectivo: Actualizar a avaliação da aplicação do Protocolo de Trombólise na UAVC do CHCB, comparando-o com o estudo realizado, em 2007, por Sara Rocha e com as directrizes nacionais e internacionais, e apurar a eficácia do tratamento. Métodos: Neste estudo de carácter observacional descritivo e de direcção retrospectiva, foram analisados os processos clínicos dos doentes internados na referida unidade com o diagnóstico de AVC entre 01 de Janeiro e 28 de Junho de 2009. Os doentes com o diagnóstico de AVC isquémico foram dividos em dois grupos de acordo com a realização ou não de tratamento trombolítico. No primeiro grupo, analisaram-se as etapas do Protocolo de Trombólise e os resultados obtidos com o tratamento. No segundo, investigaram-se os motivos que o impediram. Resultados e Discussão: No período definido foram internados na UAVC 151 doentes com AVC, dos quais 88 de natureza isquémica. A trombólise foi realizada em 7 doentes. Nesses doentes verifica-se que 4 contactaram os serviços de emergência médica, e o tempo médio entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital foi de 62 minutos. No contexto intra-hospitalar, avaliaram-se as taxas de activação da VV, o registo da hora de início dos défices , a coincidência entre as informações do relatório de Urgência e do processo clínico da UAVC), a realização de TC-CE, outros meios complementares de diagnóstico, incluindo o ECG. Os tempos decorridos entre a entrada no Serviço de Urgência (SU), a realização de Exames Complementares de Diagnóstico (E.C.D.), entre a entrada no SU e a obtenção de resultados foi de, respectivamente 13 e 92 minutos para as análises, 30 e 265 para o TC-CE e 45 minutos para o ECG. O início da trombólise verificou-se em média 107 minutos depois da entrada no SU e 169 minutos após a instalação dos sintomas. Todos os doentes receberam o tratamento de acordo com as orientações do Protocolo e todos foram devidamente monitorizados. Com o tratamento obteve-se melhoria franca em 5 doentes e ausência de melhoria em 2 doentes. Em relação às complicações 1 doente apresentou gengivorragias, 1 apresentou descontrolo do esfíncter urinário e em 2 casos ocorreu transformação hemorrágica, tendo estes doentes vindo a falecer. Todos os doentes realizaram exames de imagem cerebral de controlo. A taxa de hemorragia cerebral e de falecimentos foi de 28,6%. A não realização de trombólise nos restantes 81 doentes foi justificada por 6 motivos: idade superior a 80 anos (2 doentes), hora de instalação dos défices desconhecida (26 doentes), mais de 3 horas desde o início dos sintomas (14 doentes), défices minor ou em recuperação (6 doentes), outras contra-indicações (4 doentes) e motivo desconhecido (35 doentes), tendo alguns doentes mais que um motivo. Conclusões: A apreciação global da aplicação do Protocolo de Trombólise é positiva, com boa execução dos procedimentos, rentabilização do tempo e boa eficácia terapêutica. Não obstante é de considerar a possibilidade de se efectuarem melhorias designadamente nos processos de registo, nos vários tempos analisados e na identificação de sintomas e acesso aos cuidados.
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Em Portugal, este fármaco tem vindo a ser aplicado em Unidades Especializadas – Unidades de AVC (UAVC’s). No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), E.P.E., existe uma UAVC, que recebe os doentes da Beira Interior e que iniciou a trombólise com Alteplase em Junho de 2006, segundo um Protocolo de Serviço. Objectivo: Actualizar a avaliação da aplicação do Protocolo de Trombólise na UAVC do CHCB, comparando-o com o estudo realizado, em 2007, por Sara Rocha e com as directrizes nacionais e internacionais, e apurar a eficácia do tratamento. Métodos: Neste estudo de carácter observacional descritivo e de direcção retrospectiva, foram analisados os processos clínicos dos doentes internados na referida unidade com o diagnóstico de AVC entre 01 de Janeiro e 28 de Junho de 2009. Os doentes com o diagnóstico de AVC isquémico foram dividos em dois grupos de acordo com a realização ou não de tratamento trombolítico. 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Os tempos decorridos entre a entrada no Serviço de Urgência (SU), a realização de Exames Complementares de Diagnóstico (E.C.D.), entre a entrada no SU e a obtenção de resultados foi de, respectivamente 13 e 92 minutos para as análises, 30 e 265 para o TC-CE e 45 minutos para o ECG. O início da trombólise verificou-se em média 107 minutos depois da entrada no SU e 169 minutos após a instalação dos sintomas. Todos os doentes receberam o tratamento de acordo com as orientações do Protocolo e todos foram devidamente monitorizados. Com o tratamento obteve-se melhoria franca em 5 doentes e ausência de melhoria em 2 doentes. Em relação às complicações 1 doente apresentou gengivorragias, 1 apresentou descontrolo do esfíncter urinário e em 2 casos ocorreu transformação hemorrágica, tendo estes doentes vindo a falecer. Todos os doentes realizaram exames de imagem cerebral de controlo. A taxa de hemorragia cerebral e de falecimentos foi de 28,6%. A não realização de trombólise nos restantes 81 doentes foi justificada por 6 motivos: idade superior a 80 anos (2 doentes), hora de instalação dos défices desconhecida (26 doentes), mais de 3 horas desde o início dos sintomas (14 doentes), défices minor ou em recuperação (6 doentes), outras contra-indicações (4 doentes) e motivo desconhecido (35 doentes), tendo alguns doentes mais que um motivo. Conclusões: A apreciação global da aplicação do Protocolo de Trombólise é positiva, com boa execução dos procedimentos, rentabilização do tempo e boa eficácia terapêutica. Não obstante é de considerar a possibilidade de se efectuarem melhorias designadamente nos processos de registo, nos vários tempos analisados e na identificação de sintomas e acesso aos cuidados.Introduction: Stroke remains the leading cause of death in Portugal and the leading cause of disability in the elderly. Because this is a treatable problem, the best treatments should be performed. Recombinant tissue plasminogen activator, also known Alteplase, is the only FDA-approved medical treatment for acute ischemic stroke. It is recommended for selected patients and the criteria were modelled on those used in various international studies. In Portugal, this treatment is done is Specialized Stroke Units. In the Cova da Biera Hospital Center, located in Covilhã, exists one of these Units, which receipted all patients from the Beira Interior region. This Unit started thrombolysis in 2006 June, after a Service Protocol designed. Goal: Update the evaluation of the Thrombolysis Protocol performance in the Stroke Unit of the Cova da Beira Hospital Center, comparing it with a previous study accomplished by Sara Rocha (2007) and the national and international guidelines, and investigate the therapy results. Methods: In this descriptive observational and retrospective study, all the medical processes of the interned patients with stroke diagnosis were consulted, from January 1 to June 28 of 2009. The patients with ischemic stroke diagnosis were divided in two groups according to whether they were submitted to thrombolysis, or not. In the first group, all Protocol procedures and the thrombolysis results were analysed. In the second group, the investigation target was the thrombolysis exclusion’s criteria. Results and Discussion: In the defined period, 151 patients were hospitalized in the Stroke Unit which 88 were ischemic strokes. Thrombolysis was carried in 7 patients. In these patients only 4 had contacted medical emergency service before the hospital admission, and the mean time from symptoms exhibition and hospital admission was 62 minutes. In the hospitalar context several data was evaluated: activation of Stroke line, the records of the time of first symptoms, the coincidence of the data from the Unit process and the emergency service process, and the brain-CT and other exams execution, including electrocardiogram. Between hospital admission and exams, 13 minutes were missed for blood analysis, 30 minutes for brain-CT and 45 minutes for electrocardiogram. Between hospital admission and exams result, 92 minutes were missed for blood analysis and 265 minutes for brain-CT. Thrombolysis started, in average, 107 minutes after hospital admission and 169 minutes after symptoms onset. During the treatment, all patients were monitorized and all the procedures were accomplished. Thrombolysis was responsible for a very good recovery in 5 patients and no recovery in 2 patients. Regarding to adverse reactions, 1 patient expressed gum bleeding, 1 expressed uncontrolled urinary sphincter and in 2 patients hemorrhagic transformation occurred, with subsequent death. After thrombolysis, all patients had done control brain image exams. The rate of hemorrhagic bleeding and death was 28,6%. The other 81 patients didn’t receive the treatment because they presented one or two of the following reasons: more than 80 years (2 patients), indefinite symptoms onset (26 patients), symptoms with more than 3 hours of evolution (14 patients), neurological signs minor or clearing spontaneously (6 patients), other medical criteria (4 patients) unknown reason (35 patients). Conclusions: The overall assessment of the implementation of the Protocol of thrombolysis is positive, with proper implementation of procedures, return on time and good therapeutic efficacy. Nevertheless it is considering the possibility of making such improvements in the processes of registration, in the different times analyzed and to identify symptoms and access to care.Universidade da Beira InteriorCalheiros, José Manuel Lage CampelouBibliorumAbreu, Diana Gaspar2012-11-21T13:57:16Z2010-062010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/745porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:05Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/745Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:45.561275Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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