Terapia fotodinâmica combinada com oxigenoterapia: uma abordagem no retinoblastoma?

• Autor(a) principal: Neves, Ana Rita Marques
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/33074
• topic: Engenharia biomédica; Oncologia; Retinoblastoma; Terapia fotodinâmica; Oxigenoterapia; Crianças

O retinoblastoma é o tumor intraocular maligno mais comum nas crianças e apresenta uma incidência de 1 em cada 15 000 a 20 000 nascimentos. A terapia fotodinâmica (PDT) é um tratamento promissor no que diz respeito ao retinoblastoma e apresenta-se como uma abordagem terapêutica emergente no tratamento de outras neoplasias malignas, podendo induzir morte celular através de um mecanismo que envolve o stresse oxidativo, depois da ativação luminosa das moléculas fotossensibilizadoras. A oxigenoterapia (OT) é o método através do qual ocorre fornecimento de oxigénio, em maiores concentrações do que à pressão atmosférica normal, de forma a tratar ou a melhorar algumas condições patológicas. Esta terapia aumenta o teor de oxigénio no sangue e nos tecidos, o que reduz a inflamação e melhora as medidas de stresse oxidativo. A presente dissertação permitiu avaliar a eficácia da combinação da ação fotodinâmica do fotossensibilizador ACS881F1 com a oxigenoterapia no retinoblastoma humano, in vitro. Verificou-se que, tanto para o ensaio do alamar blue como para o ensaio do SRB, o aumento do tempo de exposição à oxigenoterapia e o aumento da pressão parcial de oxigénio na terapia combinada apresentou uma tendência para a indução de melhores resultados, comparativamente à terapia fotodinâmica aplicada de forma isolada. Hipotetizou-se, também, a realização destes dois ensaios em células previamente submetidas a um ambiente hipóxico durante 2h, período após o qual imediatamente se realizaram os tratamentos com PDT e com OT+PDT (oxigenoterapia antes da terapia fotodinâmica), com 2 bar de pressão. De uma forma geral, foi observado que a associação da terapia fotodinâmica com o tratamento hiperbárico induziu um decréscimo da atividade metabólica e do conteúdo proteico, nas células de uma linha celular de retinoblastoma humano, compatível com a diminuição da viabilidade celular. A morte celular ocorreu preferencialmente por apoptose para a oxigenoterapia aplicada de forma isolada, a 2 bar de pressão (OT 2bar), e para a combinação da terapia fotodinâmica antes da oxigenoterapia a 1 bar de pressão (PDT+OT 1bar). Relativamente à avaliação da vascularização e da angiogénese pelo aortic ring assay verificou-se que, em todas as metodologias, a PDT aplicada de forma isolada apresentou melhores resultados do que a combinação OT60+PDT (oxigenoterapia a 2 bar, durante 60 min, antes da terapia fotodinâmica) e, por sua vez, a combinação referida foi preferível em relação à oxigenoterapia a 2 bar de pressão aplicada de forma isolada, durante 60 min (OT60 2bar). A elevada citotoxicidade induzida pela PDT utilizando o fotossensibilizador ACS881F1 levou a que a utilização da oxigenoterapia em simultâneo com a PDT seja pouco representativa. Assim, por forma a realizar uma prova de conceito em relação ao potencial terapêutico da combinação da terapia fotodinâmica e oxigenoterapia, recorreu-se ao fotossensibilizador Photofrin®, sendo que a combinação testada OT60 a 2 bar+PDT (oxigenoterapia a 2 bar durante 60 min antes da terapia fotodinâmica) foi a que apresentou melhores resultados. Este trabalho pretende revelar, assim, o potencial do tratamento fotodinâmico em combinação com a oxigenoterapia aplicado ao retinoblastoma. Palavras-chave: terapia fotodinâmica; oxigenoterapia; retinoblastoma; apoptose; aortic ring assay.