Caracterização petrográfica, mineralógica e geoquímica do padrão de alteração hidrotermal a muro das massas dos sulfuretos maciços do Lousal, faixa piritosa Ibérica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/8259 |
Resumo: | Tese de mestrado em Geologia Económica (Prospecção Mineral), apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2011 |
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Caracterização petrográfica, mineralógica e geoquímica do padrão de alteração hidrotermal a muro das massas dos sulfuretos maciços do Lousal, faixa piritosa IbéricaGeologia económicaTeses de mestrado - 2011Tese de mestrado em Geologia Económica (Prospecção Mineral), apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2011A mina de sulfuretos maciços polimetálicos do Lousal situa-se na região NW da Faixa Piritosa Ibérica, ocorre num alinhamento de rochas aflorantes do Complexo Vulcano-Sedimentar (CVS) e é delimitada a N, E e S pelos sedimentos da Bacia Terciária do Sado e, a W, por turbiditos da Formação de Mértola (GFBA). No Lousal foram definidos dois domínios onde ocorrem mineralizações de sulfuretos maciços, ocorrendo ambos no flanco SW de uma estrutura anticlinal principal. As massas de sulfuretos são em geral lenticulares, com possanças muito variáveis, ocorrendo encaixadas concordantemente com as rochas alteradas/mineralizadas de muro. A ocorrência dos sulfuretos é caracterizada por um estilo de mineralização predominantemente hospedada em xistos negros com pirite disseminada. A mineralogia sulfuretada é fortemente dominada por pirite, com proporções muito acessórias de calcopirite, esfalerite, galena, arsenopirite e estanite. O objectivo deste trabalho é a caracterização petrográfica, mineralógica e geoquímica das rochas a muro das massas de sulfuretos maciços no Lousal, com vista a definir as diferentes zonas de alteração associadas a este sistema hidrotermal. O trabalho teve como base o estudo e amostragem de duas sondagens e respectivos perfis de implantação, efectuados e disponibilizados pela Empresa Pirites Alentejanas, S.A., bem como a cartografia e logs efectuados por Matos et al., (in prep.). A integração desta informação permitiu a reconstituição esquemática da sucessão encaixante da mineralização num quadro pré-deformacional, circunstância que permitiu situar a zonalidade temporal e espacial da alteração hidrotermal mineralizante num quadro de interpretação metalogenética. Para além de um estudo petrográfico detalhado das paragéneses secundárias e das relações texturais observadas, esta investigação inclui dados significativos de química mineral, relativos a clorites, sericites, feldspatos e diferentes gerações de carbonatos, e análises representativas de geoquímica de rocha total, obtidas em vinte amostras para um pacote extenso de elementos maiores e em traço. As amostras estudadas são na sua maioria rochas vulcânicas ácidas e, em menor proporção, rochas pertencentes ao Grupo Filito-Quartzítico e rochas vulcânicas básicas. A alteração expressa nas amostras varia de intensidade e apresenta diferentes expressões consoante a litologia afectada. No Lousal foram definidas três zonas de alteração com base nas suas características texturais, mineralógicas e geoquímicas em ordem a um perfil de afastamento relativamente ao eixo do sistema hidrotermal mineralizante. Os trabalhos efectuados por Barriga (1983) e Relvas (1991) em Feitais e Gavião, respectivamente, e por Relvas (2000) em Neves Corvo, foram tidos como referência para este trabalho pois constituem bons exemplos de estudos na Faixa Piritosa Ibérica, dirigidos à compreensão e caracterização do padrão de alteração hidrotermal associado a este tipo de mineralizações. A zona 1 corresponde à zona nuclear do sistema hidrotermal, sendo a alteração pervasiva e destrutiva em relação às características originais das rochas. Esta zona é caracterizada por uma lixiviação intensa dos álcalis e um aumento dos conteúdos em Fe2O3 e MgO. Nesta zona, as relíquias de rocha original são relativamente pouco abundantes, podendo a substituição ser total, dando lugar à formação de clorititos. A paragénese de alteração é constituída por clorite + quartzo ± sericite + carbonatos + sulfuretos. Os sulfuretos são abundantes. A zona 2a situa-se perifericamente à zona 1 e é também caracterizada por uma alteração intensa. No entanto, nesta zona, predomina a alteração sericitica relativamente à clorítica. A sericite é potássica e apresenta quantidades significativas de Ba; os conteúdos em Fe2O3 e MgO na rocha total são ainda relativamente elevados, devido à presença de clorite. Esta zona caracteriza-se por uma intensa sericitização, sulfuretização e alguma silicificação. A paragénese mineralógica é constituída por sericite + clorite + quartzo ± carbonatos + sulfuretos. A zona 2b consiste no halo de alteração mais periférico da secção estudada na sequência de muro das mineralizações do Lousal, apresentando-se enriquecida em Na2O relativamente às restantes zonas de alteração. Este sódio é justificado pelo aumento da molécula paragonítica na sericite e pela albitização dos feldspatos ígneos preservados. O facto de a alteração ser um pouco menos intensa, permitiu a preservação de algumas características mineralógicas e texturais da rocha original. A paragénese de alteração desta zona é constituída por sericite + quartzo + carbonatos + sulfuretos ± clorite ± epídoto. Durante o episódio mineralizante, verifica-se lixiviação dos álcalis e aumento de Fe2O3 e MgO na zona central do sistema hidrotermal. As zonas periféricas são caracterizadas pela fixação dos álcalis, K e Na, nas zonas 2a e 2b, respectivamente. O padrão e assinaturas geoquímicas da alteração hidrotermal associada à formação das mineralizações do Lousal, aliados às características mineralógicas e químicas dos seus minérios, indicam que este jazigo é, no que se refere à fonte dos seus metais e à origem dos fluidos mineralizantes, um jazigo típico da Faixa Piritosa Ibérica. Embora limitados, os dados disponíveis para as mineralizações do Lousal, são consistentes com um ambiente genético de deposição do tipo Brine Pool, semelhante ao proposto para o jazigo de Tharsis.The polymetallic massive sulphide mine of Lousal is located in the NW region of the Iberian Pyrite Belt (IPB). It lies within an alignment of rocks that belong to the Volcanic-Sedimentary Complex (VS) and contact to the N, E and S with sediments of the Tertiary Basin of the Sado, and to the W with turbidites of the Mértola Formation. At Lousal two domains were defined where mineralization of massive sulphides have occurred, both of which situated on the SW limb of a main anticlinal structure. The orebodies are generally lenticular with variable thickness and conformably overlie altered/mineralized footwall rocks. The Lousal sulphides are well-known for being hosted by a thick sucession of carbonaceous shales, which contain abundant disseminated pyrite, and accessory amounts of chalcopyrite, sphalerite, galena, arsenopyrite and stannite. The goal of this work is to characterize the petrography, mineralogy and geochemistry of the footwall rocks and orebodies at Lousal, in order to define the hydrothermal alteration zoning associated to this ore-forming system. The research was ground on the study and sampling of two boreholes – LS1 and LS02, which logs and corresponding profiles were done and made available by the Pirites Alentejanas S.A. company. Previous work in the area includes detailed mapping and log interpretations by Matos et al. (in prep.). This study heavily relied on these high-quality data. The integration of this information led to a tentative schematic reconstruction of the mineralization setting in a pre-deformation context, in order to place the alteration zones recognized in a spatial and temporal framework and thus allow some metallogenic constraints. Aside from a petrographic study of the secondary paragenesis and the observed textural relationships, this investigation also includes significant data regarding the mineral chemistry of chlorite, sericite, feldspar and several generations of carbonates and geochemical data for an extensive package of major and trace elements yield by twenty selected samples. The studied samples are mostly acid volcanic rocks; some belong to the Phylilite-Quartzitic Group and one is a basic volcanic rock (spilite). The alteration patterns identified in the samples is variably intense and exhibit different records according to the affected lithology. At Lousal three alteration zones were defined based on textural, mineralogical and geochemical characteristics relative to a distance profile to the mineralizing hydrothermal system axis. For this study, the works of Barriga (1983) and Relvas (1991) in Feitais and Gavião, respectively, and by Relvas (2000) in Neves Corvo were taken into consideration as they are good reference material on the study of the Iberian Pyrite Belt and focus the comprehension and characterization of the hydrothermal alteration pattern associated to this type of mineralization. Zone 1 is the core area of the hydrothermal system. There, the alteration is pervasive and destructive regarding the original characteristics of the rocks. This zone is characterized by intense leaching of alkalis and increase in MgO and Fe2O3 content. In this zone, relics of the original rock are either rare or absent, leading to formation of chloritite. The hydrothermal assemblage is chlorite + quartz ± sericite + carbonates + sulphides. Sulphides are very abundant. Zone 2a is peripheral to zone 1 and is also characterized for having intense alteration, although in this zone the alteration originates more sericite rather than chlorite. K- sericite shows significant amounts of Ba. The contents of MgO and Fe2O3 in the whole-rock are still relatively high, due to the presence of chlorite. It is a zone of intense sericitization, sulphidization and some silicification. The mineralogical assemblage is made up by sericite + chlorite + quartz ± carbonates + sulphides. In the studied footwall section of the Lousal ore-hosting sequence, the zone 2b is the most peripheral alteration halo recognized. It presents Na2O enrichment relative to the inner alteration zones. The higher Na2O content of the altered rocks is due both to the larger paragonitic component of the sericite and to albitization of the preserved feldspars. The fact that the alteration is less intense here allows the partial preservation of the mineral and textural characteristics of the original rock. The alteration paragenesis in this zone is characterized by sericite + quartz + carbonates + sulphides ± chlorite ± epidote. As it is common in the IPB, the leaching of alkalis and MgO and Fe2O3 enrichment at the core of the mineralizing system, is followed by the fixation of the alkalis at the peripheral alteration envelopes: K in Zone 2a and Na in Zone 2b. The pattern and geochemical signatures of hydrothermal alteration associated with the formation of the mineralization in Lousal, coupled with mineralogical and chemical characteristics of the ores, indicates that this mineralization is a typical IPB deposit, regarding the origin of metals and ore fluids. Although limited, the available data are consistent with a brine pool environment of deposition, similar to the genetic model proposed for the Tharsis deposit in Spain.Relvas, Jorge Manuel Rodrigues de Sancho, 1960-Matos, João X.Repositório da Universidade de LisboaFernandes, Ana Sofia Correia2013-04-11T13:14:32Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/8259porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:52:02Zoai:repositorio.ul.pt:10451/8259Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:32:51.678242Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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