A ressignificação das memórias nas Redes Sociais na Internet

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Mágda Rodrigues da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.34624/sopcom.v0i0.15265
Resumo: A crescente apropriação e produção de conteúdos por intermédio das redes sociais na internet constituem, no atual contexto, um novo formato de memória, individual e coletiva,  simultaneamente. São múltiplas narrativas que somadas constroem um texto, com fragmentos independentes, assumindo novos significados a cada leitura e soma de outra informação postada. Neste texto, pretendemos fazer uma reflexão sobre alguns pontos desta grande memória que vem sendo tecida coletivamente, a partir das percepções e experiências individuais dos sujeitos, do esquecimento e do abastecimento permanente. Memória – redes sociais – internet – ressignificação – esquecimento. As investigações a respeito da memória envolvem tradicionalmente uma perspectiva linear, considerando passado, presente e futuro e a observação destes tempos exatamente no lugar onde ocorreram. As memórias pessoais também foram tratadas, em certa medida, de forma individual, como experiências vividas apenas por uma pessoa, fazendo parte da sua história de vida. Com o surgimento e apropriação das redes sociais na internet, esta forma de investigar e considerar a memória passa por um processo de complexificação. Nas redes e no ciberespaço contamos histórias de todas as épocas para muitos, tantos quantos possam e desejem acompanhálas. Mas também deixamos nossos registros e percepções sobre os lugares que visitamos, as experiências que vivenciamos, nos diferentes períodos da vida. Em nossas reflexões sobre memória e redes sociais, identificamos uma dimensão em torno do tema que está relacionada ao cruzamento destas memórias e especialmente à ressignificação das memórias individuais para aqueles que as produzem, mas também para os que leem. Somos hoje mais influenciados por nosso passado, pelos constantes reencontros no tempo presente, por intermédio da leitura nas redes, como também influenciados pelas memórias alheias, nos rastros que vão sendo deixados pelos sujeitos. Nosso objetivo é apresentar os casos observados nas redes e analisar a ressignificação da memória no entrecruzamento de dados registrados no ciberespaço. Neste texto, vamos refletir sobre a memória produzida nas redes sociais FourSquare e Instagram, observando as camadas de significado deixadas pelos produtores de conteúdo em relação a determinados lugares. Neste texto, não temos o objetivo direto de trabalhar com a informação geolocalizada. Ela é aqui uma estratégia, um filtro para rastrear as marcas que constituirão a grande memória sobre as experiências vividas naqueles espaços. Com certeza, as narrativas dizem muitos sobre os lugares e  permanecerão como mais uma marcação na larga história. Nesse contexto, misturam-se memória, como lembrança, mas também esquecimento, como referem alguns autores. Pretendemos também aqui iluminar aspectos que envolvam o registro dos acontecimentos neste contexto e refletir sobre as informações que vão sendo armazenadas neste processo sobre a vida cotidiana nas cidades. Consideramos que são alguns aspectos, entre muitos, que se fazem relevantes na composição desta memória em rede, em constante atualização no tempo presente.
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