Perceções dos reclusos sobre a vida na prisão e o processo de ressocialização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: García, Gloria Svietlana Jólluskin
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Pereira, Sílvia Antunes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/4260
Resumo: Os estudos sobre a reincidência criminal não costumam centrar-se na reflexão sobre os motivos percecionados pelos reclusos, em relação ao sucesso ou insucesso da reinserção. Com o presente trabalho, de natureza qualitativa, pretende-se descrever e compreender as perceções dos reclusos face ao tratamento prisional, assim como os comportamentos que estes esperam manter em liberdade e a sua capacidade para antecipar os diferentes obstáculos que poderão ter de enfrentar. De forma a alcançar estes objetivos, foram realizadas entrevistas a 15 reclusos do sexo masculino, com idades entre os 25 e os 64 anos, que se encontravam a cumprir uma pena privativa de liberdade num Estabelecimento Prisional do norte do país, realizando posteriormente uma análise de conteúdo das mesmas. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes apresentou uma visão positiva em relação ao sucesso da sua ressocialização, ainda que no discurso dos participantes não se tenha constatado a capacidade de construir um plano para o futuro. A maior parte dos reclusos percecionou as atividades propostas durante o trata-mento prisional como uma oportunidade de melhoramento pessoal, sobretudo a nível escolar e profissional. Contudo, em relação ao impacto pessoal da experiência na prisão, as verbalizações dos reclusos podem ser interpretadas como negativas. Os reclusos manifestaram ainda que costumam aproveitar o tempo em liberdade com a família e amigos, percecionando a liberdade condicional (LC) como uma oportunidade de integração na sociedade, e considerando o suporte familiar como sendo essencial, durante e depois do cumprimento da pena. Finalizamos o trabalho com uma reflexão sobre as formas de favorecer a melhor adequação das atividades prisionais às características da população prisional, assim como sobre a implementação e o desenvolvimento de programas de acompanhamento aos reclusos, após a sua libertação.
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