Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Catarina
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Gomes, Cláudia, Camilo, Cristina, Rios, Joana, Abecassis, Francisco, Vieira, Marisa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2014.3193
Resumo: Introdução: O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, podendo resultar em lesões neurológicas permanentes. O objectivo deste estudo é caracterizar as crianças vítimas de afogamento internadas numa unidade de cuidados intensivos, as circunstâncias do acidente, gravidade e prognóstico. Metodologia: Estudo retrospectivo dos processos de internamento por afogamento numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012. Resultados: Foram internadas quinze crianças, dez do sexo feminino, com mediana de idades de onze anos (6 meses-15 anos). Os afogamentos ocorreram maioritariamente em água doce, entre Junho e Setembro. Seis afogamentos não foram presenciados. Nos restantes, a mediana do tempo de submersão foi 3,5 minutos (1-30). Quatro crianças estavam em paragem cardíaca à chegada da equipa médica e sete necessitaram de intubação endotraqueal. Foram transportadas directamente para a unidade oito crianças. Na admissão, oito crianças necessitaram de ventilação invasiva, três estavam hemodinamicamente instáveis e cinco tinham uma pontuação da escala de coma de Glasgow inferior a nove. Quatro crianças tinham evidência imagiológica de encefalopatia hipóxico-isquémica e numa verificou-se traumatismo vértebro-medular. A mediana da duração de internamento foi três dias (1-38). Na transferência, três crianças tinham sequelas neurológicas graves; ocorreram dois óbitos. Nos casos com morbimortalidade, a mediana do tempo de submersão foi 30 minutos (1-30) e em quatro ocorreu paragem cardíaca. Discussão: Os afogamentos associam-se a elevada morbimortalidade, principalmente nos casos com maior tempo de submersão ou paragem cardíaca. É necessário reforçar as medidas de prevenção já existentes e instituir campanhas específicas para adolescentes.
id RCAP_4d018c997719255543f53476d442ddc0
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/3193
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricosSéries de casosIntrodução: O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, podendo resultar em lesões neurológicas permanentes. O objectivo deste estudo é caracterizar as crianças vítimas de afogamento internadas numa unidade de cuidados intensivos, as circunstâncias do acidente, gravidade e prognóstico. Metodologia: Estudo retrospectivo dos processos de internamento por afogamento numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012. Resultados: Foram internadas quinze crianças, dez do sexo feminino, com mediana de idades de onze anos (6 meses-15 anos). Os afogamentos ocorreram maioritariamente em água doce, entre Junho e Setembro. Seis afogamentos não foram presenciados. Nos restantes, a mediana do tempo de submersão foi 3,5 minutos (1-30). Quatro crianças estavam em paragem cardíaca à chegada da equipa médica e sete necessitaram de intubação endotraqueal. Foram transportadas directamente para a unidade oito crianças. Na admissão, oito crianças necessitaram de ventilação invasiva, três estavam hemodinamicamente instáveis e cinco tinham uma pontuação da escala de coma de Glasgow inferior a nove. Quatro crianças tinham evidência imagiológica de encefalopatia hipóxico-isquémica e numa verificou-se traumatismo vértebro-medular. A mediana da duração de internamento foi três dias (1-38). Na transferência, três crianças tinham sequelas neurológicas graves; ocorreram dois óbitos. Nos casos com morbimortalidade, a mediana do tempo de submersão foi 30 minutos (1-30) e em quatro ocorreu paragem cardíaca. Discussão: Os afogamentos associam-se a elevada morbimortalidade, principalmente nos casos com maior tempo de submersão ou paragem cardíaca. É necessário reforçar as medidas de prevenção já existentes e instituir campanhas específicas para adolescentes.Sociedade Portuguesa de Pediatria2014-05-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2014.3193por2184-44532184-3333Figueiredo, CatarinaGomes, CláudiaCamilo, CristinaRios, JoanaAbecassis, FranciscoVieira, Marisainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:53:45Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/3193Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:24:03.002982Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
title Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
spellingShingle Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
Figueiredo, Catarina
Séries de casos
title_short Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_full Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_fullStr Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_full_unstemmed Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
title_sort Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
author Figueiredo, Catarina
author_facet Figueiredo, Catarina
Gomes, Cláudia
Camilo, Cristina
Rios, Joana
Abecassis, Francisco
Vieira, Marisa
author_role author
author2 Gomes, Cláudia
Camilo, Cristina
Rios, Joana
Abecassis, Francisco
Vieira, Marisa
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Figueiredo, Catarina
Gomes, Cláudia
Camilo, Cristina
Rios, Joana
Abecassis, Francisco
Vieira, Marisa
dc.subject.por.fl_str_mv Séries de casos
topic Séries de casos
description Introdução: O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, podendo resultar em lesões neurológicas permanentes. O objectivo deste estudo é caracterizar as crianças vítimas de afogamento internadas numa unidade de cuidados intensivos, as circunstâncias do acidente, gravidade e prognóstico. Metodologia: Estudo retrospectivo dos processos de internamento por afogamento numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012. Resultados: Foram internadas quinze crianças, dez do sexo feminino, com mediana de idades de onze anos (6 meses-15 anos). Os afogamentos ocorreram maioritariamente em água doce, entre Junho e Setembro. Seis afogamentos não foram presenciados. Nos restantes, a mediana do tempo de submersão foi 3,5 minutos (1-30). Quatro crianças estavam em paragem cardíaca à chegada da equipa médica e sete necessitaram de intubação endotraqueal. Foram transportadas directamente para a unidade oito crianças. Na admissão, oito crianças necessitaram de ventilação invasiva, três estavam hemodinamicamente instáveis e cinco tinham uma pontuação da escala de coma de Glasgow inferior a nove. Quatro crianças tinham evidência imagiológica de encefalopatia hipóxico-isquémica e numa verificou-se traumatismo vértebro-medular. A mediana da duração de internamento foi três dias (1-38). Na transferência, três crianças tinham sequelas neurológicas graves; ocorreram dois óbitos. Nos casos com morbimortalidade, a mediana do tempo de submersão foi 30 minutos (1-30) e em quatro ocorreu paragem cardíaca. Discussão: Os afogamentos associam-se a elevada morbimortalidade, principalmente nos casos com maior tempo de submersão ou paragem cardíaca. É necessário reforçar as medidas de prevenção já existentes e instituir campanhas específicas para adolescentes.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-05-13
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25754/pjp.2014.3193
url https://doi.org/10.25754/pjp.2014.3193
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2184-4453
2184-3333
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133512804073472