Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25754/pjp.2014.3193 |
Resumo: | Introdução: O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, podendo resultar em lesões neurológicas permanentes. O objectivo deste estudo é caracterizar as crianças vítimas de afogamento internadas numa unidade de cuidados intensivos, as circunstâncias do acidente, gravidade e prognóstico. Metodologia: Estudo retrospectivo dos processos de internamento por afogamento numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2012. Resultados: Foram internadas quinze crianças, dez do sexo feminino, com mediana de idades de onze anos (6 meses-15 anos). Os afogamentos ocorreram maioritariamente em água doce, entre Junho e Setembro. Seis afogamentos não foram presenciados. Nos restantes, a mediana do tempo de submersão foi 3,5 minutos (1-30). Quatro crianças estavam em paragem cardíaca à chegada da equipa médica e sete necessitaram de intubação endotraqueal. Foram transportadas directamente para a unidade oito crianças. Na admissão, oito crianças necessitaram de ventilação invasiva, três estavam hemodinamicamente instáveis e cinco tinham uma pontuação da escala de coma de Glasgow inferior a nove. Quatro crianças tinham evidência imagiológica de encefalopatia hipóxico-isquémica e numa verificou-se traumatismo vértebro-medular. A mediana da duração de internamento foi três dias (1-38). Na transferência, três crianças tinham sequelas neurológicas graves; ocorreram dois óbitos. Nos casos com morbimortalidade, a mediana do tempo de submersão foi 30 minutos (1-30) e em quatro ocorreu paragem cardíaca. Discussão: Os afogamentos associam-se a elevada morbimortalidade, principalmente nos casos com maior tempo de submersão ou paragem cardíaca. É necessário reforçar as medidas de prevenção já existentes e instituir campanhas específicas para adolescentes. |
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