A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sirgado Ganho, Maria de Lourdes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119
Resumo: A ética diz respeito à vida do homem, aos seus ideais, acções, juízos e costumes, bem como coloca a questão da felicidade versus infelicidade. Ela pressupõe a distinção entre bem e mal e implica uma reflexão acerca das categorias da paixão e da acção. Com efeito, encontramo-nos perante uma reflexão acerca do agir, com vista a determinar as regras que o orientam. Aristóteles na Ética a Nicómaco, advertia que a compreensão da realidade ética está sustentada por um saber de carácter experiencial, ou seja, um saber acerca das coisas da vida, pois não nos encontramos perante um conhecimento, mas sim uma acção, na qual o homem está totalmente implicado. A sabedoria a que se faz apelo é uma sabedoria prática. Ora, tanto para Aristóteles como para os estóicos, nomeadamente Séneca, autor central e uma das fontes da filosofia portuguesa medieval, esta sabedoria prática está intimamente ligada à aquisição da virtude. Nesse sentido, a ética tem por finalidade determinar para o homem qual é o soberano bem, o que, por sua vez, só se atinge mediante o exercício da recta razão. Assim sendo, podemos considerar que ela diz respeito a uma compreensão do agir do homem frente a si próprio e frente aos outros. Ela refere-se ao viver e conviver. Como nos diz Paul Ricoeur na obra Soi- même comme un autre, a ética diz respeito à vida boa, no e com os outros, nas instituições justas. No seu horizonte está a verdade, felicidade e espiritualização que conduz à perfeição. Nesse sentido, ela permanece, ainda hoje, como um desafio.
id RCAP_4d26c7de633c087d74af0046b1a3bcfa
oai_identifier_str oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/1119
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa MedievalA ética diz respeito à vida do homem, aos seus ideais, acções, juízos e costumes, bem como coloca a questão da felicidade versus infelicidade. Ela pressupõe a distinção entre bem e mal e implica uma reflexão acerca das categorias da paixão e da acção. Com efeito, encontramo-nos perante uma reflexão acerca do agir, com vista a determinar as regras que o orientam. Aristóteles na Ética a Nicómaco, advertia que a compreensão da realidade ética está sustentada por um saber de carácter experiencial, ou seja, um saber acerca das coisas da vida, pois não nos encontramos perante um conhecimento, mas sim uma acção, na qual o homem está totalmente implicado. A sabedoria a que se faz apelo é uma sabedoria prática. Ora, tanto para Aristóteles como para os estóicos, nomeadamente Séneca, autor central e uma das fontes da filosofia portuguesa medieval, esta sabedoria prática está intimamente ligada à aquisição da virtude. Nesse sentido, a ética tem por finalidade determinar para o homem qual é o soberano bem, o que, por sua vez, só se atinge mediante o exercício da recta razão. Assim sendo, podemos considerar que ela diz respeito a uma compreensão do agir do homem frente a si próprio e frente aos outros. Ela refere-se ao viver e conviver. Como nos diz Paul Ricoeur na obra Soi- même comme un autre, a ética diz respeito à vida boa, no e com os outros, nas instituições justas. No seu horizonte está a verdade, felicidade e espiritualização que conduz à perfeição. Nesse sentido, ela permanece, ainda hoje, como um desafio.Gabinete de Filosofia Medieval / MEMP-IF2016-01-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/1119Mediaevalia. Textos e estudos; Vol. 23 (2004); 219-230Mediaevalia. Textos e estudos; Vol. 23 (2004); 219-2302183-68840872-0991reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPenghttps://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119/983Sirgado Ganho, Maria de Lourdesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-12-20T10:56:00Zoai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/1119Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:16:14.068936Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
title A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
spellingShingle A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
Sirgado Ganho, Maria de Lourdes
title_short A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
title_full A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
title_fullStr A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
title_full_unstemmed A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
title_sort A Problemática Ética na Filosofia Portuguesa Medieval
author Sirgado Ganho, Maria de Lourdes
author_facet Sirgado Ganho, Maria de Lourdes
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Sirgado Ganho, Maria de Lourdes
description A ética diz respeito à vida do homem, aos seus ideais, acções, juízos e costumes, bem como coloca a questão da felicidade versus infelicidade. Ela pressupõe a distinção entre bem e mal e implica uma reflexão acerca das categorias da paixão e da acção. Com efeito, encontramo-nos perante uma reflexão acerca do agir, com vista a determinar as regras que o orientam. Aristóteles na Ética a Nicómaco, advertia que a compreensão da realidade ética está sustentada por um saber de carácter experiencial, ou seja, um saber acerca das coisas da vida, pois não nos encontramos perante um conhecimento, mas sim uma acção, na qual o homem está totalmente implicado. A sabedoria a que se faz apelo é uma sabedoria prática. Ora, tanto para Aristóteles como para os estóicos, nomeadamente Séneca, autor central e uma das fontes da filosofia portuguesa medieval, esta sabedoria prática está intimamente ligada à aquisição da virtude. Nesse sentido, a ética tem por finalidade determinar para o homem qual é o soberano bem, o que, por sua vez, só se atinge mediante o exercício da recta razão. Assim sendo, podemos considerar que ela diz respeito a uma compreensão do agir do homem frente a si próprio e frente aos outros. Ela refere-se ao viver e conviver. Como nos diz Paul Ricoeur na obra Soi- même comme un autre, a ética diz respeito à vida boa, no e com os outros, nas instituições justas. No seu horizonte está a verdade, felicidade e espiritualização que conduz à perfeição. Nesse sentido, ela permanece, ainda hoje, como um desafio.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-01-22
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119
oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/1119
url https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119
identifier_str_mv oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/1119
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119
https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1119/983
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Gabinete de Filosofia Medieval / MEMP-IF
publisher.none.fl_str_mv Gabinete de Filosofia Medieval / MEMP-IF
dc.source.none.fl_str_mv Mediaevalia. Textos e estudos; Vol. 23 (2004); 219-230
Mediaevalia. Textos e estudos; Vol. 23 (2004); 219-230
2183-6884
0872-0991
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130616929714176