L’ enseignement de l‘histoire en France a-t-il fait l’objet d’un epistémicide? : retour critique sur quelques présupposès de la pensée décoloniale

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cocke, Laurence De
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: fra
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/11556
Resumo: : Este artigo tem como objetivo fazer uma reflexão crítica sobre o ensino da História em França. Argumenta-se que o ensino da História só pode ser político e, portanto, é necessário saber quais os conhecimentos básicos que os alunos devem assimilar para exercer a cidadania política. A narrativa histórica da França forjada no século XIX na época da constituição académica da disciplina de História é baseada numa narrativa linear, ancorada nas grandes personalidades e fundadores de eventos e carregada por uma lógica progressista para demonstrar o progresso de França para o melhor. Essa narrativa histórica tinha um duplo objetivo: fornecer uma matriz de identidade pela identificação comum a um destino coletivo, estabelecer um apego patriótico e um consentimento ao poder, primeiro imperial, depois republicano. Essa narrativa também pretende transmitir um ideal universal diretamente derivado dos pensamentos do Iluminismo, complexos e múltiplos, no centro do qual a História colonial ocupa um lugar central. Em 1957, os programas de História são reescritos com a participação de Fernand Braudel. A abordagem “civilizacional” oferece uma nova perspetiva sobre os espaços descolonizadores, oscilando entre a delimitação de uma nova forma de História imediata e o comentário sobre a atualidade. As questões coloniais estão fortemente representadas. O período da década de 1970 até ao presente aborda novas temáticas. A primeira diz respeito à inclusão das descolonizações como conteúdos de ensino a serem organizados numa narrativa histórica. O segundo, de caráter mais político, é a demanda social que emerge sobre a memória colonial, em conexão com a politização da França da questão da imigração colonial e pós-colonial. Hoje, a História colonial está muito presente, no ensino secundário, na faculdade e no ensino tecnológico e profissional. Palavras-chave: ensino secundário; História; colonização; colonialidade; decolonialidade.
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spelling L’ enseignement de l‘histoire en France a-t-il fait l’objet d’un epistémicide? : retour critique sur quelques présupposès de la pensée décolonialeEDUCAÇÃOENSINO DA HISTÓRIAEDUCATIONHISTORY TEACHINGFRANÇAFRANCE: Este artigo tem como objetivo fazer uma reflexão crítica sobre o ensino da História em França. Argumenta-se que o ensino da História só pode ser político e, portanto, é necessário saber quais os conhecimentos básicos que os alunos devem assimilar para exercer a cidadania política. A narrativa histórica da França forjada no século XIX na época da constituição académica da disciplina de História é baseada numa narrativa linear, ancorada nas grandes personalidades e fundadores de eventos e carregada por uma lógica progressista para demonstrar o progresso de França para o melhor. Essa narrativa histórica tinha um duplo objetivo: fornecer uma matriz de identidade pela identificação comum a um destino coletivo, estabelecer um apego patriótico e um consentimento ao poder, primeiro imperial, depois republicano. Essa narrativa também pretende transmitir um ideal universal diretamente derivado dos pensamentos do Iluminismo, complexos e múltiplos, no centro do qual a História colonial ocupa um lugar central. Em 1957, os programas de História são reescritos com a participação de Fernand Braudel. A abordagem “civilizacional” oferece uma nova perspetiva sobre os espaços descolonizadores, oscilando entre a delimitação de uma nova forma de História imediata e o comentário sobre a atualidade. As questões coloniais estão fortemente representadas. O período da década de 1970 até ao presente aborda novas temáticas. A primeira diz respeito à inclusão das descolonizações como conteúdos de ensino a serem organizados numa narrativa histórica. O segundo, de caráter mais político, é a demanda social que emerge sobre a memória colonial, em conexão com a politização da França da questão da imigração colonial e pós-colonial. Hoje, a História colonial está muito presente, no ensino secundário, na faculdade e no ensino tecnológico e profissional. Palavras-chave: ensino secundário; História; colonização; colonialidade; decolonialidade.This article aims to make a critical reflection on the teaching of history in France. It is argued that the teaching of history can only be political and, therefore, it is necessary to know what basic knowledge students must assimilate in order to exercise their political citizenship. The historical narrative of France forged in the nineteenth century at the time of the academic constitution of the discipline of history is based on a linear narrative, anchored in the main characters and founders of events and carried by progressive logic to demonstrate France’s progress for the better. This historical narrative had a twofold purpose: to provide an identity matrix by common identification with a collective destiny, to establish a patriotic attachment and a consent to power, first imperial, then republican. This narrative also seeks to convey a universal ideal directly derived from the complex and multiple Enlightenment thoughts at the center of which colonial history occupies a central place. In 1957, the history programs are rewritten with the participation of Fernand Braudel. The “civilizational” approach offers a new perspective on decolonizing spaces, ranging from the delineation of a new form of immediate history to the commentary on actuality. Colonial issues are strongly represented. The period from the 1970s to the present new themes emerge. The first concerns the inclusion of decolonizations as teaching contents to be organized in a historical narrative. The second, more political in nature, is the social demand that emerges from colonial memory, in connection with the politicization in France of the issue of colonial and postcolonial immigration. Today, colonial history is very present in high school, college and in technological and vocational education. Keywords: high school; History; colonization; coloniality; decolonialityEdições Universitárias Lusófonas2020-12-15T09:35:40Z2020-01-01T00:00:00Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/11556fra1646-401XCocke, Laurence Deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-08T01:32:26Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/11556Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:14:45.587599Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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