Relação entre volume de tecido hemorrágico na apresentação e volume de lesão final no AVC de tipo hemorrágico comparando as TC à entrada e TC com resultado final de lesão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/13504 |
Resumo: | Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) faz parte de um leque de doenças cardiovasculares que no seu conjunto, integram a principal causa de mortalidade em Portugal e na Europa (1). A hemorragia intraparenquimatosa apresenta ainda uma mortalidade significativa sendo que a sua abordagem não sofreu avanços significativos. Cada caso deve ser avaliado individualmente de modo a obter uma intervenção adequada em todos os fatores relacionados com o evento, obtendo assim o melhor prognóstico possível. Assim, este estudo tem como objetivo estudar a relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa aguda na tomografia computadorizada crânioencefálica (TC-CE) de apresentação e a área final de lesão na TC-CE de controlo, já sem hemorragia. Tem também um objetivo secundário, estudar a relação do volume reabsorvido, e a percentagem deste com várias outras variáveis explicitadas na secção dos métodos, assim como o seu impacto no prognóstico destes doentes. Métodos: Estudo de investigação retrospetivo. Recolheram-se dados dos processos clínicos armazenados no Sclinico de doentes hospitalizados na unidade de AVC do Hospital Universitário Cova da Beira entre janeiro de 2008 e abril de 2012. Foram excluídos os doentes que não apresentavam hemorragia intraparenquimatosa ou que não apresentavam um exame de imagem de seguimento. A análise estatística destes dados foi feita no SPSS. Resultados: De 146 doentes com diagnóstico de AVC hemorrágico nestas datas, apenas 50 apresentavam todas as condições para serem incluídos no estudo. Há uma clara relação entre o volume de hemorragia inicial medido na TC-CE e o volume de lesão final, sendo que o volume de lesão inicial explica cerca de 35,6% da variância do volume de lesão final (p-value < 0,001). As variáveis secundárias que contribuem para o volume de lesão final na TC-CE são a afetação intraventricular, o volume de edema na lesão inicial, a toma de antiagregantes, a contagem de plaquetas à admissão, a topografia da lesão e a história pessoal de eventos cardiovasculares prévios e dislipidemias. Em relação à sobrevivência no 1º ano após o evento agudo e independência para as atividades de vida diária (AVD), apenas a topografia da lesão inicial apresentou uma relação estatisticamente significativa (p-value 0,034 para independência AVD e p-value 0,032 para sobrevivência 1º ano após evento agudo). Discussão: Este estudo estabelece uma clara relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa inicial e o volume da lesão final na TC-CE, quanto mais elevado o primeiro, mais elevado irá ser o volume de lesão final, e ainda destaca outras variáveis a considerar para este volume final, como a influência do volume do edema perihematoma, a toma habitual de antiagregantes, a expansão intraventricular do hematoma, a ocorrência de eventos cardiovasculares prévios, o diagnóstico de dislipidemias, a topografia da lesão e a contagem de plaquetas à admissão. Os fatores de prognóstico estudados apenas sofreram maior influência pela topografia da lesão, sendo que lesões na fossa posterior estão associadas a piores outcomes. |
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Relação entre volume de tecido hemorrágico na apresentação e volume de lesão final no AVC de tipo hemorrágico comparando as TC à entrada e TC com resultado final de lesãoAvcAvchemorrágicoNeurologiaTcVolumesDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) faz parte de um leque de doenças cardiovasculares que no seu conjunto, integram a principal causa de mortalidade em Portugal e na Europa (1). A hemorragia intraparenquimatosa apresenta ainda uma mortalidade significativa sendo que a sua abordagem não sofreu avanços significativos. Cada caso deve ser avaliado individualmente de modo a obter uma intervenção adequada em todos os fatores relacionados com o evento, obtendo assim o melhor prognóstico possível. Assim, este estudo tem como objetivo estudar a relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa aguda na tomografia computadorizada crânioencefálica (TC-CE) de apresentação e a área final de lesão na TC-CE de controlo, já sem hemorragia. Tem também um objetivo secundário, estudar a relação do volume reabsorvido, e a percentagem deste com várias outras variáveis explicitadas na secção dos métodos, assim como o seu impacto no prognóstico destes doentes. Métodos: Estudo de investigação retrospetivo. Recolheram-se dados dos processos clínicos armazenados no Sclinico de doentes hospitalizados na unidade de AVC do Hospital Universitário Cova da Beira entre janeiro de 2008 e abril de 2012. Foram excluídos os doentes que não apresentavam hemorragia intraparenquimatosa ou que não apresentavam um exame de imagem de seguimento. A análise estatística destes dados foi feita no SPSS. Resultados: De 146 doentes com diagnóstico de AVC hemorrágico nestas datas, apenas 50 apresentavam todas as condições para serem incluídos no estudo. Há uma clara relação entre o volume de hemorragia inicial medido na TC-CE e o volume de lesão final, sendo que o volume de lesão inicial explica cerca de 35,6% da variância do volume de lesão final (p-value < 0,001). As variáveis secundárias que contribuem para o volume de lesão final na TC-CE são a afetação intraventricular, o volume de edema na lesão inicial, a toma de antiagregantes, a contagem de plaquetas à admissão, a topografia da lesão e a história pessoal de eventos cardiovasculares prévios e dislipidemias. Em relação à sobrevivência no 1º ano após o evento agudo e independência para as atividades de vida diária (AVD), apenas a topografia da lesão inicial apresentou uma relação estatisticamente significativa (p-value 0,034 para independência AVD e p-value 0,032 para sobrevivência 1º ano após evento agudo). Discussão: Este estudo estabelece uma clara relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa inicial e o volume da lesão final na TC-CE, quanto mais elevado o primeiro, mais elevado irá ser o volume de lesão final, e ainda destaca outras variáveis a considerar para este volume final, como a influência do volume do edema perihematoma, a toma habitual de antiagregantes, a expansão intraventricular do hematoma, a ocorrência de eventos cardiovasculares prévios, o diagnóstico de dislipidemias, a topografia da lesão e a contagem de plaquetas à admissão. Os fatores de prognóstico estudados apenas sofreram maior influência pela topografia da lesão, sendo que lesões na fossa posterior estão associadas a piores outcomes.Introduction: Stroke is part of a spectrum of cardiovascular diseases that in their total, integrate the main mortality cause in Portugal and in Europe. Intracerebral hemorrhage (ICH) still presents a significant mortality that could be explained by the lack of breakthrough developments in its management. Each case must be managed individually in order to obtain an adequate intervention of every factor contributing to the acute event, so that the best outcomes are achieved. This work aims to study the relationship between the acute ICH initial volume and the final lesion volume on the following head CT scan, where the bleeding has been reabsorbed. It also aims to study the relationship between the absorbed volume and its percentage and many other variables explicit in the methods section, as well as their impact in these patients’ prognosis. Methods: Retrospective investigation work. Data from clinical processes stored in Sclinico of patients hospitalised in the Hospital Universitário Cova da Beira’s stroke unit between January 2008 and April 2012 was extracted. Patients who didn’t present with ICH or didn’t have a following CT scan were excluded. The statistical analysis was done in SPSS. Results: Of 146 patients hospitalised in that unit with an ICH diagnosis, only 50 patients presented all the characteristics to be included in this study. There is a clear relationship between the initial lesion volume and the final lesion volume, and this initial lesion contributes around 35,6% of the final lesion variance (p-value <0,001). The secondary variables that contribute to the final lesion volume on head CT are intraventricular expansion, perilesional oedema, antiplatelets agents regime prior to the acute event, platelets counts on presentation, ICH site and personal history of previous cardiovascular events and dyslipidemias. Only ICH site has shown a significant contribution to outcomes such as daily activities independency (p-value 0,034) and survival in the first year following the acute event (p-value 0,032). Discussion: This work establishes a clear relationship between the initial ICH volume and the final lesion volume on head-CT, in which a greater initial volume will imply a greater final lesion volume. In addition, it also highlights the contribution of other variables such as the perilesional oedema, the antiplatelet regime prior to the event, the intraventricular expansion, the occurrence of previous cardiovascular events, prior dyslipidemia diagnosis, the ICH site and platelets count at admission. Only the ICH site has significantly contributed to the outcomes studied in this work, whither posterior fossa lesions were associated with worse outcomes.Pérez, Francisco José ÁlvarezuBibliorumBaptista, Ana Margarida Ferreira2023-11-07T17:06:46Z2023-06-232023-03-142023-06-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13504TID:203375173porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:07Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13504Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:55.763275Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) faz parte de um leque de doenças cardiovasculares que no seu conjunto, integram a principal causa de mortalidade em Portugal e na Europa (1). A hemorragia intraparenquimatosa apresenta ainda uma mortalidade significativa sendo que a sua abordagem não sofreu avanços significativos. Cada caso deve ser avaliado individualmente de modo a obter uma intervenção adequada em todos os fatores relacionados com o evento, obtendo assim o melhor prognóstico possível. Assim, este estudo tem como objetivo estudar a relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa aguda na tomografia computadorizada crânioencefálica (TC-CE) de apresentação e a área final de lesão na TC-CE de controlo, já sem hemorragia. Tem também um objetivo secundário, estudar a relação do volume reabsorvido, e a percentagem deste com várias outras variáveis explicitadas na secção dos métodos, assim como o seu impacto no prognóstico destes doentes. Métodos: Estudo de investigação retrospetivo. Recolheram-se dados dos processos clínicos armazenados no Sclinico de doentes hospitalizados na unidade de AVC do Hospital Universitário Cova da Beira entre janeiro de 2008 e abril de 2012. Foram excluídos os doentes que não apresentavam hemorragia intraparenquimatosa ou que não apresentavam um exame de imagem de seguimento. A análise estatística destes dados foi feita no SPSS. Resultados: De 146 doentes com diagnóstico de AVC hemorrágico nestas datas, apenas 50 apresentavam todas as condições para serem incluídos no estudo. Há uma clara relação entre o volume de hemorragia inicial medido na TC-CE e o volume de lesão final, sendo que o volume de lesão inicial explica cerca de 35,6% da variância do volume de lesão final (p-value < 0,001). As variáveis secundárias que contribuem para o volume de lesão final na TC-CE são a afetação intraventricular, o volume de edema na lesão inicial, a toma de antiagregantes, a contagem de plaquetas à admissão, a topografia da lesão e a história pessoal de eventos cardiovasculares prévios e dislipidemias. Em relação à sobrevivência no 1º ano após o evento agudo e independência para as atividades de vida diária (AVD), apenas a topografia da lesão inicial apresentou uma relação estatisticamente significativa (p-value 0,034 para independência AVD e p-value 0,032 para sobrevivência 1º ano após evento agudo). Discussão: Este estudo estabelece uma clara relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa inicial e o volume da lesão final na TC-CE, quanto mais elevado o primeiro, mais elevado irá ser o volume de lesão final, e ainda destaca outras variáveis a considerar para este volume final, como a influência do volume do edema perihematoma, a toma habitual de antiagregantes, a expansão intraventricular do hematoma, a ocorrência de eventos cardiovasculares prévios, o diagnóstico de dislipidemias, a topografia da lesão e a contagem de plaquetas à admissão. Os fatores de prognóstico estudados apenas sofreram maior influência pela topografia da lesão, sendo que lesões na fossa posterior estão associadas a piores outcomes. |
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