A depressão no feminino: o género e a doença como laboratório de laços sociais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Patricia Maria Ferreira Amaral da
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/10613
Resumo: Dissertação de mestrado em Sociologia (área de especialização em Saúde)
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spelling A depressão no feminino: o género e a doença como laboratório de laços sociais616.89-008.454316.334.8Dissertação de mestrado em Sociologia (área de especialização em Saúde)O nosso estudo tem como objectivos analisar as trajectórias de vida de mulheres que sofrem de depressão, face às mudanças sociais e familiares ocorridas na sociedade moderna, nas relações familiares e sociais; e explorar a natureza dos laços sociais no processo da doença depressiva, com o intuito de averiguar se existe, ou não, influência destes e, se sim, quais as implicações e natureza desses laços. A depressão, apesar de não ser uma doença nova, tem um grande protagonismo na sociedade contemporânea. Está mais associada ao género feminino e representa uma importante fatia das doenças mentais que acedem aos serviços psiquiátricos. Os motivos para tal predisposição estão associados a factores neurobiológicos e psicossociais manifestados na singularidade de cada pessoa e enquadrados com o contexto sócio-cultural. Neste sentido foi utilizada a metodologia qualitativa cujas técnicas de investigação reúnem a observação participante, pesquisa bibliográfica e entrevista semi-estruturada. Foram entrevistadas quinze mulheres que frequentam em regime de ambulatório, o Serviço de Reabilitação Psicossocial do Hospital de Magalhães Lemos. A informação foi sujeita a análise de conteúdo após terem sido elaboradas categorias de análise. Podemos concluir que os resultados do estudo vêm ao encontro do já referido pela literatura de que vivências familiares traumáticas e relações familiares e sociais pouco gratificantes podem ser promotores de patologia depressiva. Também foi possível constatar que as mulheres agregam na sua identidade um maior número de papéis e tarefas que na prática são difíceis de gerir não só pela pressão social, como pela familiar. No que diz respeito à conjugação entre as obrigações familiares (esposa, dona de casa, mãe) e a realização profissional a primeira está sempre em vantagem. A transição do estado de saúde/doença é vivida com profundas alterações no seu dia-a-dia em diferentes contextos (pessoal, familiar, laboral, social). Ao contrário do que sentem nos grupos sociais em geral, o contexto hospitalar funciona como um meio de protecção e de confiança para essas mulheres, onde é possível estabelecer laços sociais gratificantes. A presença de laços sociais que transmitem um bom suporte social e um sentimento de satisfação e possibilidade de partilha é factor crucial na protecção das doenças mentais onde se inclui a depressão, especialmente nas mulheres que cultivam e necessitam deste tipo de relações.The main objectives of this study are to analyse the life trajectories of women diagnosed with depression, in view of the social and family changes that occurred in the modern society; and also to explore the nature of social bonds in the depressive disorder process, to ascertain how these are influenced and what the implications and nature of these bonds are. Although depression is not a new disorder, it plays a major role in the modern society. It is often linked with females and is one of the most common mental health disorders in psychiatric units. One of the reasons for this predisposition is related to neurobiological and psychosocial factors of each individual and framed within their socio-cultural context. We used a qualitative methodology where the research techniques include observation of the participant, literature search and semi-structured interview. Fifteen women that that attend the Psycho-social Rehabilitation Service of the Hospital de Magalhães Lemos were interviewed. The content of the information was analysed after categories were created. The results of this study are corroborated with the ones mentioned in the current literature. The traumatic family experiences and less satisfactory family relationships can contribute to the development of depressive pathology. Moreover, we could also demonstrate that women have in their identity a larger number of roles and tasks that are difficult to manage in real life not only by social pressure but also by family pressure. With regards to the family duties (wife, housewife, mother) and professional duties, the first one always comes first. The transition between health/disease is experienced with profound changes in the daily life in the different contexts (personal, family, work, social). Opposite of what it is felt in the social groups in general, the hospital context acts as a protection and confidence medium to these women, where it is also possible to establish satisfactory social bonds. The presence of these social bonds provide a good social support, a satisfaction feeling and the chance for sharing which are crucial factors in the protection of mental disorders such as depression, specially in women that seek and need these type of relationships.Leandro, Maria EngráciaUniversidade do MinhoCruz, Patricia Maria Ferreira Amaral da2009-10-122009-10-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/10613porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:14:14Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/10613Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:06:29.485037Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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