A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, Vasco Pinto dos
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/16891
Resumo: Durante séculos o papel do Estado na vida económica e social das nações foi crescendo, atingindo um desenvolvimento assinalável a partir da segunga guerra mundial, em execução do novo paradigma que dela resultou. Desenvolvimento que conheceu fortes críticas com paragem e posterior inversão de sentido durante a década de 80 em que se gerou alguma diluição da intervenção do Estado, criando-se um movimento de relativo cepticismo relativamente à bondade, à eficiência e aos custos daquela intervenção. Foi nesse contexto e paralelamente com o aumento da vontade de intervir do sector privado que surgiram as chamadas três «vagas» de intervenção privada, sucessivamente dirigidas às actividades públicas (i) em sectores industriais, comerciais ou de serviços não estratégicos, (ii) no domínio das infra-estruturas e, finalmente, (iii) na área social, recorrendo com diferentes níveis de sucesso, a diversos processos, da privatização às parcerias público-privadas (PPP), passando pela empresarialização. O movimento de reforma nascido de reservas quanto à eficiência do sector público não passou ao lado da saúde, particularmente do hospital público, em que assumiu objectivos e modos específicos, das «reformas de gestão» às «reformas de financiamento» e às «reformas organizacionais », para, na sequência do movimento anteriormente ocorrido noutros domínios, também recorrer às parcerias público-privadas. Depois de situar estas iniciativas no contexto do movimento que rodeou o aumento da intervenção privada na produção e na prestação pública, o artigo procura identificar os requisitos de compatibilidade das parcerias público-privadas com sistemas de saúde organizados e que perseguem a universalidade da cobertura, a acessibilidade e compreensividade dos cuidados e a equidade do acesso, com especial atenção ao facto de (designadamente em Portugal) a partilha de riscos e tarefas poder atribuir ao sector privado a gestão das dimensões clínicas da prestação.
id RCAP_4e7e2de20c71ae55e7d0c288e21a4909
oai_identifier_str oai:run.unl.pt:10362/16891
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadasPrivate intervention in the public sector : from state expansion to public-private partnershipCobertura de serviços de saúdeCobertura de serviços privados de saúdeCobertura de serviços públicos de saúdeReforma dos sistemas de saúdeDurante séculos o papel do Estado na vida económica e social das nações foi crescendo, atingindo um desenvolvimento assinalável a partir da segunga guerra mundial, em execução do novo paradigma que dela resultou. Desenvolvimento que conheceu fortes críticas com paragem e posterior inversão de sentido durante a década de 80 em que se gerou alguma diluição da intervenção do Estado, criando-se um movimento de relativo cepticismo relativamente à bondade, à eficiência e aos custos daquela intervenção. Foi nesse contexto e paralelamente com o aumento da vontade de intervir do sector privado que surgiram as chamadas três «vagas» de intervenção privada, sucessivamente dirigidas às actividades públicas (i) em sectores industriais, comerciais ou de serviços não estratégicos, (ii) no domínio das infra-estruturas e, finalmente, (iii) na área social, recorrendo com diferentes níveis de sucesso, a diversos processos, da privatização às parcerias público-privadas (PPP), passando pela empresarialização. O movimento de reforma nascido de reservas quanto à eficiência do sector público não passou ao lado da saúde, particularmente do hospital público, em que assumiu objectivos e modos específicos, das «reformas de gestão» às «reformas de financiamento» e às «reformas organizacionais », para, na sequência do movimento anteriormente ocorrido noutros domínios, também recorrer às parcerias público-privadas. Depois de situar estas iniciativas no contexto do movimento que rodeou o aumento da intervenção privada na produção e na prestação pública, o artigo procura identificar os requisitos de compatibilidade das parcerias público-privadas com sistemas de saúde organizados e que perseguem a universalidade da cobertura, a acessibilidade e compreensividade dos cuidados e a equidade do acesso, com especial atenção ao facto de (designadamente em Portugal) a partilha de riscos e tarefas poder atribuir ao sector privado a gestão das dimensões clínicas da prestação.Till the beginning of the eighties, governments everywhere have developed their activity but in the last two decades they have experienced an increasing and strong pressure for change, in the sequence of fiscal constraints, social and technological change and growing skepticism regarding the efficiency of the public sector. Governments have adopted different ways of answering these pressures usually referred to as the three waves of public sector reform, going from privatization to public-private partnership (PPP) and including different levels of managerial autonomy. In the health sector because of its deep specificities, the reforms designed to improve efficiency, namely in hospitals, were developed through managerial, funding/payment and organizational measures that also included giving different degrees of management autonomy to hospitals. In the last few years, public-private partnerships grew in the health sector and in some countries the partnership included the management of clinical areas too. This paper intended to consider the PPP in the context of the increasing private intervention in the public sector and tried to establish some requirements to allow the use of the PPP in health systems where universal coverage, accessibility and comprehensivity and equity are considered to be essential.Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de LisboaRUNReis, Vasco Pinto dos2016-03-31T14:05:28Z20042004-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/16891por0870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:54:11Zoai:run.unl.pt:10362/16891Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:23:35.337021Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
Private intervention in the public sector : from state expansion to public-private partnership
title A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
spellingShingle A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
Reis, Vasco Pinto dos
Cobertura de serviços de saúde
Cobertura de serviços privados de saúde
Cobertura de serviços públicos de saúde
Reforma dos sistemas de saúde
title_short A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
title_full A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
title_fullStr A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
title_full_unstemmed A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
title_sort A intervenção privada na prestação pública : da expansão do Estado às parcerias público-privadas
author Reis, Vasco Pinto dos
author_facet Reis, Vasco Pinto dos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv RUN
dc.contributor.author.fl_str_mv Reis, Vasco Pinto dos
dc.subject.por.fl_str_mv Cobertura de serviços de saúde
Cobertura de serviços privados de saúde
Cobertura de serviços públicos de saúde
Reforma dos sistemas de saúde
topic Cobertura de serviços de saúde
Cobertura de serviços privados de saúde
Cobertura de serviços públicos de saúde
Reforma dos sistemas de saúde
description Durante séculos o papel do Estado na vida económica e social das nações foi crescendo, atingindo um desenvolvimento assinalável a partir da segunga guerra mundial, em execução do novo paradigma que dela resultou. Desenvolvimento que conheceu fortes críticas com paragem e posterior inversão de sentido durante a década de 80 em que se gerou alguma diluição da intervenção do Estado, criando-se um movimento de relativo cepticismo relativamente à bondade, à eficiência e aos custos daquela intervenção. Foi nesse contexto e paralelamente com o aumento da vontade de intervir do sector privado que surgiram as chamadas três «vagas» de intervenção privada, sucessivamente dirigidas às actividades públicas (i) em sectores industriais, comerciais ou de serviços não estratégicos, (ii) no domínio das infra-estruturas e, finalmente, (iii) na área social, recorrendo com diferentes níveis de sucesso, a diversos processos, da privatização às parcerias público-privadas (PPP), passando pela empresarialização. O movimento de reforma nascido de reservas quanto à eficiência do sector público não passou ao lado da saúde, particularmente do hospital público, em que assumiu objectivos e modos específicos, das «reformas de gestão» às «reformas de financiamento» e às «reformas organizacionais », para, na sequência do movimento anteriormente ocorrido noutros domínios, também recorrer às parcerias público-privadas. Depois de situar estas iniciativas no contexto do movimento que rodeou o aumento da intervenção privada na produção e na prestação pública, o artigo procura identificar os requisitos de compatibilidade das parcerias público-privadas com sistemas de saúde organizados e que perseguem a universalidade da cobertura, a acessibilidade e compreensividade dos cuidados e a equidade do acesso, com especial atenção ao facto de (designadamente em Portugal) a partilha de riscos e tarefas poder atribuir ao sector privado a gestão das dimensões clínicas da prestação.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004
2004-01-01T00:00:00Z
2016-03-31T14:05:28Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10362/16891
url http://hdl.handle.net/10362/16891
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 0870-9025
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa
publisher.none.fl_str_mv Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137872453828608