O paradoxo do policiamento dos “problemáticos”: Um estudo de caso do desenvolvimento comunitário e do policiamento na Ameixoeira-Galinheiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Maria Matos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/30367
Resumo: Comunidades de todo o mundo enfrentam atualmente desafios complexos nos seus processos de desenvolvimento. Para muitos, a solução implica a polícia. O ponto de partida para este trabalho emergiu da reflexão acerca da atuação policial no contexto de bairros de habitação social, segregados na periferia e com elevada representatividade étnico-racial. Pretende-se explorar o modo como a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Polícia Municipal (PM) atuam no território da Ameixoeira-Galinheiras, no sentido de aferir a sua (in)compatibilidade com o desenvolvimento comunitário e as suas dinâmicas locais. A pertinência deste estudo prende-se com duas vertentes. Por um lado, a inexistência de estudos relevantes que confrontem o desenvolvimento comunitário com o policiamento, bem como a coexistência de dois policiamentos aparentemente distintos. Simultaneamente, a tentativa de explorar a teoria da abolição da polícia no seio académico, a partir de experiências de população altamente policiada. A investigação assentou numa metodologia qualitativa desenvolvida através de análise documental, observação participante e entrevistas semiestruturadas, a três grupos diferentes de participantes: moradores, técnicos de intervenção local e agentes do Policiamento Comunitário. Os resultados expõem paradoxos nas atuações das polícias para o desenvolvimento da comunidade em foco, não refletindo princípios de participação da comunidade, de parceria e de visão integrada, pilares-base de um processo de desenvolvimento comunitário. Em conclusão, o estudo revela a necessidade de confrontar a atuação e o papel da polícia nestes contextos, ao mesmo tempo que levanta a possibilidade de olhar e pensar o desenvolvimento das comunidades sem a ótica da polícia.
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