Casuística de hemorragias intracranianas não traumáticas no Centro Hospitalar Cova da Beira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8116 |
Resumo: | Introdução: Com o intuito de predizer o prognóstico, têm sido desenvolvidas várias escalas de pontuação para as hemorragias intracranianas, aplicadas numa fase inicial de apresentação, após a primeira abordagem clínica e radiológica do doente. Entre as escalas mais validadas para as hemorragias intracerebrais (HIC) estão o Intracerebral Hemorrhage (ICH) Score e o Functional Outcome in Patients with Primary Intracerebral Hemorrhage (FUNC) Score. Para as hemorragias subaracnoideias (HSA) e subdurais (HSD) têm sido validadas a escala de Hunt&Hess e a escala da World Federation of Neurological Surgeons (WFNS). O objetivo deste trabalho é identificar todos os casos de hemorragia intracraniana não traumática aguda ocorridos no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) entre 2010 e 2014, caracterizá-los quanto à pontuação nas classificações de gravidade específicas para cada um dos tipos principais, e comparar o seu desempenho preditivo com a mortalidade e morbilidade observadas. Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo dos episódios de internamento e de urgência com o diagnóstico de hemorragia intracraniana não traumática aguda identificados no CHCB entre 2010 e 2014, com a aplicação das escalas prognósticas e de resultado. Efetuou-se uma análise casuística e estatística, com comparação entre a mortalidade esperada e a observada. Resultados: Foram contabilizados 247 casos de hemorragias intracranianas não traumáticas agudas (195 HIC, 22 HSA e 30 HSD), com uma taxa de mortalidade intra-hospitalar de 34,0% no total de casos (13,6% para as HSA, 30,0% para as HSD e 36,9% para as HIC). Para as HIC, não houve diferenças significativas entre a mortalidade observada no CHCB e a esperada pela aplicação do ICH Score. Foram observados resultados funcionais inferiores ao esperado pela aplicação FUNC Score, com uma diferença estatisticamente significativa. Para as hemorragias extraparenquimatosas, não houve diferenças significativas entre a mortalidade a 30 dias no CHCB e a esperada pela aplicação da escala de Hunt&Hess. Conclusão: A mortalidade a 30 dias no CHCB esteve dentro do esperado pela aplicação do ICH Score, ao contrário da independência funcional dada pelo FUNC Score, que foi inferior. Para as HSA e HSD, a mortalidade não foi diferente da referida na literatura, pela aplicação da escala de Hunt&Hess. As escalas prognósticas podem constituir um instrumento útil para a tomada de decisão clínica em função do prognóstico estimado, mas não devem ser o fator preponderante na escolha do tipo de abordagem ao doente individual, servindo como um guia para a decisão partilhada entre clínicos e família. |
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Casuística de hemorragias intracranianas não traumáticas no Centro Hospitalar Cova da BeiraAplicação das principais classificações com interesse prognóstico e avaliação das decisões terapêuticas e resultados vitaisDesempenhoHemorragia IntracranianaIncapacidadeMortalidadePrognósticoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Com o intuito de predizer o prognóstico, têm sido desenvolvidas várias escalas de pontuação para as hemorragias intracranianas, aplicadas numa fase inicial de apresentação, após a primeira abordagem clínica e radiológica do doente. Entre as escalas mais validadas para as hemorragias intracerebrais (HIC) estão o Intracerebral Hemorrhage (ICH) Score e o Functional Outcome in Patients with Primary Intracerebral Hemorrhage (FUNC) Score. Para as hemorragias subaracnoideias (HSA) e subdurais (HSD) têm sido validadas a escala de Hunt&Hess e a escala da World Federation of Neurological Surgeons (WFNS). O objetivo deste trabalho é identificar todos os casos de hemorragia intracraniana não traumática aguda ocorridos no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) entre 2010 e 2014, caracterizá-los quanto à pontuação nas classificações de gravidade específicas para cada um dos tipos principais, e comparar o seu desempenho preditivo com a mortalidade e morbilidade observadas. Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo dos episódios de internamento e de urgência com o diagnóstico de hemorragia intracraniana não traumática aguda identificados no CHCB entre 2010 e 2014, com a aplicação das escalas prognósticas e de resultado. Efetuou-se uma análise casuística e estatística, com comparação entre a mortalidade esperada e a observada. Resultados: Foram contabilizados 247 casos de hemorragias intracranianas não traumáticas agudas (195 HIC, 22 HSA e 30 HSD), com uma taxa de mortalidade intra-hospitalar de 34,0% no total de casos (13,6% para as HSA, 30,0% para as HSD e 36,9% para as HIC). Para as HIC, não houve diferenças significativas entre a mortalidade observada no CHCB e a esperada pela aplicação do ICH Score. Foram observados resultados funcionais inferiores ao esperado pela aplicação FUNC Score, com uma diferença estatisticamente significativa. Para as hemorragias extraparenquimatosas, não houve diferenças significativas entre a mortalidade a 30 dias no CHCB e a esperada pela aplicação da escala de Hunt&Hess. Conclusão: A mortalidade a 30 dias no CHCB esteve dentro do esperado pela aplicação do ICH Score, ao contrário da independência funcional dada pelo FUNC Score, que foi inferior. Para as HSA e HSD, a mortalidade não foi diferente da referida na literatura, pela aplicação da escala de Hunt&Hess. As escalas prognósticas podem constituir um instrumento útil para a tomada de decisão clínica em função do prognóstico estimado, mas não devem ser o fator preponderante na escolha do tipo de abordagem ao doente individual, servindo como um guia para a decisão partilhada entre clínicos e família.Introduction: In order to predict the prognosis, several scoring scales have been developed for intracranial hemorrhage, with application at an early stage of presentation after the first clinical and radiological approach to the patient. Among the most validated scales for intracerebral hemorrhages are the Intracerebral Hemorrhage (ICH) Score and the Functional Outcome in Patients with Primary Intracerebral Hemorrhage (FUNC) Score. For subarachnoid (SAH) and subdural (SDH) hemorrhages, the Hunt&Hess and the World Federation of Neurological Surgeons (WFNS) scales have been validated. The aim of this work is to identify all the cases of non-traumatic acute intracranial hemorrhage which occurred at Cova da Beira Hospital Centre (Centro Hospitalar Cova da Beira - CHCB) between 2010 and 2014, characterise them according to the punctuation on the severity ratings specific to each of the main types and compare their predictive performance with the observed mortality and morbility. Methods: A retrospective study of the hospitalization and emergency episodes of cases diagnosed with non-traumatic acute intracranial hemorrhage identified in the CHCB between 2010 and 2014 was carried out, with the application of prognostic and outcome scales. A casuistic and statistical analysis was performed, comparing expected and observed mortality. Results: 247 cases of acute non-traumatic intracranial hemorrhages (195 ICH, 22 SAH and 30 SDH) were recorded, with an in-hospital mortality rate of 34.0% in the total number of cases (13.6% for SAH, 30.0% for SDH and 36.9% for ICH). For ICH, there were no significant differences between the mortality observed in CHCB and the one expected by the application of the ICH Score. Functional results were lower than the ones expected by the FUNC Score application, with a statistically significant difference. For extraparenchymal hemorrhages, there were no significant differences between the 30-day CHCB mortality and the one expected by the application of the Hunt&Hess scale. Conclusion: The 30-day mortality in CHCB was within the range expected by the application of the ICH Score, as opposed to the functional independence given by the FUNC Score, which was lower. For SAH and SDH, mortality was not different from that reported in the literature, by the application of the Hunt&Hess scale. Prognostic scales may be a useful tool for clinical decision-making based on the estimated prognosis, but should not be the preponderant factor in choosing the type of approach to the individual patient, serving as a guide for shared decision-making between clinicians and the family.Branco, Vítor Alexandre Pereira GonçalvesuBibliorumCunha, Inês Mateus da2019-12-23T17:06:50Z2017-5-52017-06-142017-06-14T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8116TID:202347184porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:47:52Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8116Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:31.610664Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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