Anticorpos anti-interleucina 1 e 6 em doentes com pneumonia com empiema pleural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Fábio Daniel Simões
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/92373
Resumo: RESUMO: Inicialmente relatados apenas em doentes com patologias inflamatórias crónicas, anticorpos anticitocinas inflamatórias (AACi) existem em indivíduos saudáveis. O seu significado não está definitivamente estabelecido, podendo ser protetores ou neutralizadores das citocinas que reconhecem. A pneumonia é um evento infecioso frequente na população pediátrica, porém o quadro de desenvolvimento de empiema subsequente não está bem esclarecido. Considerando esta complicação como sinal de resposta inflamatória inadequada, pode considerar-se nestes quadros a presença de AACi, em particular anti-IL-6 e anti-IL-1β, já que são elementos-chave da resposta inflamatória. Assim, propusémo-nos estudar estes AACi em doentes com pneumonia com empiema (PCE) e sem empiema (PSE), em doentes com Diabetes mellitus tipo 1 (DMT1), como condição de doença autoimune, e controlos saudáveis. Não se verificaram diferenças na generalidade dos dados demográficos e parâmetros inflamatórios avaliados. Todavia, as crianças PCE mostraram ser tendencialmente mais jovens, e com parâmetros inflamatórios mais elevados. A IL-6 mostrou-se a citocina mais abundante, sobretudo presente nos doentes com pneumonia, e a IL-1β foi praticamente indetetável no grupo PCE, sendo sobretudo frequente no grupo DMT1, apontando para diferentes perfis inflamatórios em doentes com background autoimune ou com inflamação associada a infeção bacteriana. A presença de autoanticorpos anti-IL-1β foi residual, mas os anti-IL-6 mostraram-se bastante prevalentes, verificando-se que no grupo PCE a sua presença era menor. Curiosamente, doentes com pneumonia seropositivos para anticorpos anti-IL-6 mostraram razão Neutrófilos/Linfócitos aumentada, um elemento a favor da ação dos autoanticorpos na resposta da citocina. A concentração de autoanticorpos pode ser também relevante, como sugere a observação do doente com maior título de anti-IL-6 ter a menor contagem de leucócitos. Este estudo reforça a necessidade de apronfundar esta temática em coortes de maior dimensão, desenvolvendo ensaios que permitam esclarecer de que forma as citocinas são reguladas pelos respetivos autoanticorpos, caracterizando-os qualitativa e quantitativamente, por exemplo em plataformas multiplex, que carecem ainda de maior robustez analítica.
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Assim, propusémo-nos estudar estes AACi em doentes com pneumonia com empiema (PCE) e sem empiema (PSE), em doentes com Diabetes mellitus tipo 1 (DMT1), como condição de doença autoimune, e controlos saudáveis. Não se verificaram diferenças na generalidade dos dados demográficos e parâmetros inflamatórios avaliados. Todavia, as crianças PCE mostraram ser tendencialmente mais jovens, e com parâmetros inflamatórios mais elevados. A IL-6 mostrou-se a citocina mais abundante, sobretudo presente nos doentes com pneumonia, e a IL-1β foi praticamente indetetável no grupo PCE, sendo sobretudo frequente no grupo DMT1, apontando para diferentes perfis inflamatórios em doentes com background autoimune ou com inflamação associada a infeção bacteriana. A presença de autoanticorpos anti-IL-1β foi residual, mas os anti-IL-6 mostraram-se bastante prevalentes, verificando-se que no grupo PCE a sua presença era menor. Curiosamente, doentes com pneumonia seropositivos para anticorpos anti-IL-6 mostraram razão Neutrófilos/Linfócitos aumentada, um elemento a favor da ação dos autoanticorpos na resposta da citocina. A concentração de autoanticorpos pode ser também relevante, como sugere a observação do doente com maior título de anti-IL-6 ter a menor contagem de leucócitos. Este estudo reforça a necessidade de apronfundar esta temática em coortes de maior dimensão, desenvolvendo ensaios que permitam esclarecer de que forma as citocinas são reguladas pelos respetivos autoanticorpos, caracterizando-os qualitativa e quantitativamente, por exemplo em plataformas multiplex, que carecem ainda de maior robustez analítica.ABSTRACT: Initially only mentioned in patients with chronic inflammatory pathologies, antibodies antiinflammatory cytokines (AACi) have been reported in healthy subjects. Their role is not clear, being able to have both protective or neutralizing functions in the cytokines they recognize. Pneumonia is an infectious event frequent in paediatric patients, however, the development of subsequent empyema is not well understood. Considering this complication as a sing of inadequate inflammatory responses, we may considere the presence of AACi, in particularly anti-IL-6 and anti-IL-1β, as these cytokines are crucial in inflammatory responses. Thus, we aimed to study these AACi in patients with pneumonia with empyema (PCE) and without empyema (PSE), in patients with Diabetes Mellitus type 1 (DMT1) as a condition of autoimmune disease, and healthy controls. There were no differences in general demographic and inflammatory parameters. However, children with PCE were younger and presented with higher inflammatory parameters. IL-6 was the most abundant cytokine, especially in patients with pneumonia, and IL-1β was almost undetectable in the PCE group, being particularly frequent in the DMT1 group, showing different inflammatory profiles in patients with autoimmune background or with infection-associated inflammation. The presence of autoantibodies anti-IL-1β was residual, but the anti-IL-6 antibodies proved to be more prevalent, though lower prevalence was observed in the PCE group. Interestingly, pneumonia patients positive for anti-IL-6 antibodies presented increased Neutrophil / Lymphocyte ratios, which may show the effect of autoantibodies on cytokine responses. Autoantibody concentration may also be relevant, as suggested by the observation of the patient with the highest anti-IL-6 titter which had the lowest leukocyte count. This study reinforces the need to deepen this theme in larger cohorts, developing tests that allow to clarify how cytokines are regulated by their autoantibodies, characterizing them qualitatively and quantitatively, like for example in multiplex platforms, which still lack analytical robustness.Martins, Catarina GregórioBorrego, Luís M.RUNGomes, Fábio Daniel Simões2020-02-07T16:19:18Z2020-01-152020-02-072020-01-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/92373TID:202425754porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:41:12Zoai:run.unl.pt:10362/92373Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:37:31.954535Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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