Fraturas osteoporóticas proximais do fémur
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1415 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A frequência de fraturas da extremidade proximal do fémur (FPF) aumentou significativamente nas últimas décadas. Acredita-se que isto esteja relacionado com o envelhecimento da população. Estas fraturas representam a 2ª causa de hospitalização na população geriátrica. Acarretam degradação do estado geral e perda da função e autonomia. As FPF estão associadas a elevada mortalidade e morbilidade. Na União Europeia, estima-se que uma em cada três mulheres com idade superior a 80 anos venha a sofrer de uma fratura da anca ao longo da vida e que a incidência anual aumente de 125.000 para 1 milhão em 2020. Representam, por isso, um importante problema de saúde pública, que deverá ser uma preocupação comum a todos os profissionais e sectores da saúde. Os custos, diretos e indiretos, são elevados, assistindo-se na maioria dos países a um esforço na sua contenção e na optimização dos cuidados. Contrariamente ao que se passa no panorama internacional são escassos os estudos sobre a incidência deste tipo de fraturas em Portugal. OBJECTIVO: Analisar a incidência e aspetos epidemiológicos das FPF no CHCB. Estudar possíveis fatores com influência na mortalidade e morbilidade. Avaliar custos hospitalares. Comparar os resultados obtidos com os de outros estudos nacionais e internacionais. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospetivo, observacional, do período entre 2009 e 2011, por consulta de processos clínicos de doentes com mais de 65 anos, admitidos no Serviço de Ortopedia do CHCB, com o diagnóstico de FPF. O tratamento de dados foi realizado no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) e consideraram-se os resultados significativos para p <0,05. RESULTADOS: A incidência anual de FPF no CHCB foi de 0,08%. Dos 232 doentes internados 75,4% eram do sexo feminino; 30,6% tinham entre 81 e 85 anos, com média de 83,10 anos. Em 87,5% não se verificou o diagnóstico prévio de osteoporose. A HTA foi a comorbilidade mais comum com 63,4%, seguida da demência com 25,4%. 62,7% destes doentes faziam psicofármacos. O tempo de espera para a cirurgia, foi em média, 4,7 dias e não mostrou ter relação com o aumento da mortalidade. A luxação foi a complicação mais frequentemente ligada diretamente à fratura. A taxa de mortalidade foi de 24,1%, sendo superior nos homens (35% vs 21%). A taxa de mortalidade foi de 55% quando submetidos a tratamento conservador. Em média estima-se que o internamento de um doente tenha custado 3054,89€. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: As FPF constituem um importante problema de saúde pública, assim como uma importante causa de mortalidade e morbilidade que leva a elevados custos hospitalares. No presente estudo, a incidência e a mortalidade associada a estas fraturas foram inferiores às referenciadas na literatura. O sexo, a idade, o tipo de fratura e o tipo de procedimento foram os que mostraram ter influência sobre a mortalidade destes doentes. Alternativas para a prevenção, gestão e reabilitação destas fraturas são necessárias. |
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Representam, por isso, um importante problema de saúde pública, que deverá ser uma preocupação comum a todos os profissionais e sectores da saúde. Os custos, diretos e indiretos, são elevados, assistindo-se na maioria dos países a um esforço na sua contenção e na optimização dos cuidados. Contrariamente ao que se passa no panorama internacional são escassos os estudos sobre a incidência deste tipo de fraturas em Portugal. OBJECTIVO: Analisar a incidência e aspetos epidemiológicos das FPF no CHCB. Estudar possíveis fatores com influência na mortalidade e morbilidade. Avaliar custos hospitalares. Comparar os resultados obtidos com os de outros estudos nacionais e internacionais. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospetivo, observacional, do período entre 2009 e 2011, por consulta de processos clínicos de doentes com mais de 65 anos, admitidos no Serviço de Ortopedia do CHCB, com o diagnóstico de FPF. O tratamento de dados foi realizado no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) e consideraram-se os resultados significativos para p <0,05. RESULTADOS: A incidência anual de FPF no CHCB foi de 0,08%. Dos 232 doentes internados 75,4% eram do sexo feminino; 30,6% tinham entre 81 e 85 anos, com média de 83,10 anos. Em 87,5% não se verificou o diagnóstico prévio de osteoporose. A HTA foi a comorbilidade mais comum com 63,4%, seguida da demência com 25,4%. 62,7% destes doentes faziam psicofármacos. O tempo de espera para a cirurgia, foi em média, 4,7 dias e não mostrou ter relação com o aumento da mortalidade. A luxação foi a complicação mais frequentemente ligada diretamente à fratura. A taxa de mortalidade foi de 24,1%, sendo superior nos homens (35% vs 21%). A taxa de mortalidade foi de 55% quando submetidos a tratamento conservador. Em média estima-se que o internamento de um doente tenha custado 3054,89€. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: As FPF constituem um importante problema de saúde pública, assim como uma importante causa de mortalidade e morbilidade que leva a elevados custos hospitalares. No presente estudo, a incidência e a mortalidade associada a estas fraturas foram inferiores às referenciadas na literatura. O sexo, a idade, o tipo de fratura e o tipo de procedimento foram os que mostraram ter influência sobre a mortalidade destes doentes. Alternativas para a prevenção, gestão e reabilitação destas fraturas são necessárias.INTRODUCTION: The frequency of fractures of the proximal end of the femur (FPF) showed a significant increase in the last decade. It is believed that this is closely related to the increase of the geriatric population. These fractures representing the second cause of hospitalization in the geriatric population, with their general degradation and major functional loss, limiting their autonomy. The FPF are associated with high mortality and morbidity. In the European Union, it is estimated that one in three women over the age of 80 will suffer a hip fracture over their life and its annual incidence will increase from 125,000 to 1 million in 2020. Therefore, they represent an important public health problem that cannot be ignored, and should be a concern common to all health sectors and professionals involved with these osteoporotic fractures. The costs, both direct and indirect, are also high, which most countries are making an effort in their containment and optimization of care. Contrary to what is happening in the international prospect, there are few studies on the incidence of such fractures in Portugal. OBJECTIVE: Analyze the incidence and some epidemiological aspects of the FPF in CHCB, study possible causal factors with influence on mortality and morbidity, evaluate hospital costs and compare the results with other resulting from national and international studies. MATERIALS AND METHODS: Retrospective, observational study, of the period between 2009 and 2011, by analyzing clinical processes of patients over 65, admitted at the Orthopedic Service of CHCB, with the diagnosis of FPF. The data treatment was carried out in SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) and the results were considered significant for p < 0.05. RESULTS: The annual incidence of PFF in CHCB was 0.08%. Of the 232 patients admitted to 75.4% were female. 30.6% were between 81 and 85 years old, an average of 83.10. In 87.5% there was no previous diagnosis of osteoporosis. Hypertension was the most common associated comorbidity with 63.4%, followed by dementia with 25.4%. 62.7% of these patients did psychiatric drugs. The waiting time for surgery was on average 4.7 days and has not shown to be related to the increasing of mortality. The most frequent complication was the dislocation linked directly to fracture, and the most frequent was the infection out of the surgical site of those not directly linked to fracture. The mortality rate was 24.1% and men died more (35% vs. 21%). The mortality rate was 55% when submitted to conservative treatment. There was no direct correlation between the antiplaquetary therapy and the increased mortality or complications. On average it is estimated that the hospitalization of a patient has cost 3054, 89€. DISCUSSION/CONCLUSION: The FPF are an important public health problem, with a tendency to aggravate, and are an important cause of mortality and morbidity which leads to enormous hospital costs. In the present study, the incidence and mortality associated with these fractures were lower than those referenced in the literature. Sex, age, type of fracture and type of procedure shown to influence mortality in these patients. Alternatives for the prevention, management and rehabilitation of these fractures are necessary.Universidade da Beira InteriorLopes, Cláudia Manuela Silva SantosAlmeida, Anabela Antunes deBallesteros Ballesteros, Rosa MariauBibliorumSilva, Carina Adelaide Sousa da2013-10-15T11:15:50Z2013-062013-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1415TID:201277948porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:58Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1415Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:14.228236Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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INTRODUÇÃO: A frequência de fraturas da extremidade proximal do fémur (FPF) aumentou significativamente nas últimas décadas. Acredita-se que isto esteja relacionado com o envelhecimento da população. Estas fraturas representam a 2ª causa de hospitalização na população geriátrica. Acarretam degradação do estado geral e perda da função e autonomia. As FPF estão associadas a elevada mortalidade e morbilidade. Na União Europeia, estima-se que uma em cada três mulheres com idade superior a 80 anos venha a sofrer de uma fratura da anca ao longo da vida e que a incidência anual aumente de 125.000 para 1 milhão em 2020. Representam, por isso, um importante problema de saúde pública, que deverá ser uma preocupação comum a todos os profissionais e sectores da saúde. Os custos, diretos e indiretos, são elevados, assistindo-se na maioria dos países a um esforço na sua contenção e na optimização dos cuidados. Contrariamente ao que se passa no panorama internacional são escassos os estudos sobre a incidência deste tipo de fraturas em Portugal. OBJECTIVO: Analisar a incidência e aspetos epidemiológicos das FPF no CHCB. Estudar possíveis fatores com influência na mortalidade e morbilidade. Avaliar custos hospitalares. Comparar os resultados obtidos com os de outros estudos nacionais e internacionais. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospetivo, observacional, do período entre 2009 e 2011, por consulta de processos clínicos de doentes com mais de 65 anos, admitidos no Serviço de Ortopedia do CHCB, com o diagnóstico de FPF. O tratamento de dados foi realizado no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) e consideraram-se os resultados significativos para p <0,05. RESULTADOS: A incidência anual de FPF no CHCB foi de 0,08%. Dos 232 doentes internados 75,4% eram do sexo feminino; 30,6% tinham entre 81 e 85 anos, com média de 83,10 anos. Em 87,5% não se verificou o diagnóstico prévio de osteoporose. A HTA foi a comorbilidade mais comum com 63,4%, seguida da demência com 25,4%. 62,7% destes doentes faziam psicofármacos. O tempo de espera para a cirurgia, foi em média, 4,7 dias e não mostrou ter relação com o aumento da mortalidade. A luxação foi a complicação mais frequentemente ligada diretamente à fratura. A taxa de mortalidade foi de 24,1%, sendo superior nos homens (35% vs 21%). A taxa de mortalidade foi de 55% quando submetidos a tratamento conservador. Em média estima-se que o internamento de um doente tenha custado 3054,89€. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: As FPF constituem um importante problema de saúde pública, assim como uma importante causa de mortalidade e morbilidade que leva a elevados custos hospitalares. No presente estudo, a incidência e a mortalidade associada a estas fraturas foram inferiores às referenciadas na literatura. O sexo, a idade, o tipo de fratura e o tipo de procedimento foram os que mostraram ter influência sobre a mortalidade destes doentes. Alternativas para a prevenção, gestão e reabilitação destas fraturas são necessárias. |
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