Stress do cuidador informal e solidão do idoso : psicologia e ética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Amorim Rosa de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/11582
Resumo: A convivência e a experiência no contacto praticamente diário com idosos residentes em Lares ou ERIS (estruturas residenciais de idosos), bem como com os cuidadores informais e de reuniões de reflexão conjunta, na qualidade de Provedor de uma Santa Casa, colocaram dúvidas sobre os princípios éticos da nossa cultura social do passado e da relação com o presente, bem como sobre o stress em que vivem as famílias portuguesas. Pretende-se, neste trabalho, por estas razões, avaliar os condicionalismos da evolução da família, do idoso e do cuidador informal, da sobrecarga emocional, saúde mental e stress, bem como o tipo do núcleo familiar e a sua relação com o internamento dos idosos nos Lares. A amostra deste estudo é composta por 960 utentes institucionalizados com a autonomia inerente às suas idades, a que acrescem 160 com dependência total e incapazes de responder autonomamente às questões formuladas nos inquéritos, e 717 cuidadores informais. Os instrumentos utilizados para a recolha dos dados foram: um questionário sociodemográfico e de caracterização da situação do utente institucionalizado, bem como outro idêntico para o cuidador informal, sendo para este também o Questionário de Avaliação da Sobrecarga do Cuidador Informal (QASCI; Martins, Ribeiro & Garrett, 2004), o Inventário de Saúde Mental – 5 itens (MHI-5; Ribeiro 2001), e os Termómetros Emocionais (Pereira & Teixeira, 2010). Os resultados sugerem que os idosos foram para os Lares aconselhados pelos parentes (cuidadores) ou amigos, mas somente 29.4% referem estar contra sua vontade. Os cuidadores informais apresentam uma maior sobrecarga a nível financeiro, e baixa ou moderada saúde mental. Verifica-se também que são os cuidadores com grau de parentesco mais próximo, por ordem decrescente (cônjuge, irmãos, filhos), os que apresentam maior sobrecarga e pior saúde mental. Na pretensão de colaborar na conduta da nossa sociedade, para a sua adaptação a estas novas realidades, pensamos que, de futuro seria fundamental a promoção de apoio psicológico para a coesão da família, com acções frequentes de formação aos cuidadores informais, pelos organismos oficiais competentes, no sentido de os fortalecer psicologicamente e para promover a sua colaboração nos cuidados prestados, e pensar noutro tipo de soluções para os cuidados a prestar aos idosos.
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A amostra deste estudo é composta por 960 utentes institucionalizados com a autonomia inerente às suas idades, a que acrescem 160 com dependência total e incapazes de responder autonomamente às questões formuladas nos inquéritos, e 717 cuidadores informais. Os instrumentos utilizados para a recolha dos dados foram: um questionário sociodemográfico e de caracterização da situação do utente institucionalizado, bem como outro idêntico para o cuidador informal, sendo para este também o Questionário de Avaliação da Sobrecarga do Cuidador Informal (QASCI; Martins, Ribeiro & Garrett, 2004), o Inventário de Saúde Mental – 5 itens (MHI-5; Ribeiro 2001), e os Termómetros Emocionais (Pereira & Teixeira, 2010). Os resultados sugerem que os idosos foram para os Lares aconselhados pelos parentes (cuidadores) ou amigos, mas somente 29.4% referem estar contra sua vontade. Os cuidadores informais apresentam uma maior sobrecarga a nível financeiro, e baixa ou moderada saúde mental. Verifica-se também que são os cuidadores com grau de parentesco mais próximo, por ordem decrescente (cônjuge, irmãos, filhos), os que apresentam maior sobrecarga e pior saúde mental. Na pretensão de colaborar na conduta da nossa sociedade, para a sua adaptação a estas novas realidades, pensamos que, de futuro seria fundamental a promoção de apoio psicológico para a coesão da família, com acções frequentes de formação aos cuidadores informais, pelos organismos oficiais competentes, no sentido de os fortalecer psicologicamente e para promover a sua colaboração nos cuidados prestados, e pensar noutro tipo de soluções para os cuidados a prestar aos idosos.Coming into daily contact both with elderly people from Homes (continuing care communities) or ERIS (residential facilities for old people) and caregivers and as a result of joint reflection meetings as the Head of a Santa Casa da Misericórdia has led me to muse not only about the ethical principles of our social culture of the past (and its relations with the present) but also the stress some Portuguese families have to endure nowadays. Thus this piece of work aims to evaluate the conditioning of the evolution of the family, the elderly and the caregiver, their emotional charge, mental health and stress as well as their family pattern and its relation with the confinement of elderly people in Homes. This sample consists of 960 residents of those institutions sporting the level of functioning ability that is typical of their age group, 160 residents who are totally dependent and unable to answer the questions asked in the questionnaires and 717 informal careworkers who have filled in: a sociodemographic and profile questionnaire both for residents and informal careworkers; the "Stress of the Informal Careworker Evaluation Questionnaire" (QASCI; Martins, Ribeiro & Garrett, 2004), for the latter; the "Mental Health Inventory "- 5 items (MHI-5; Ribeiro, 2001), and the " Emotional Thermometers " (Pereira & Teixeira, 2001) The findings suggest that elders are usually advised to move to an eldercare facility by their relatives (caregivers) or friends, but just 29.4% claim to be there unwillingly. Informal careworkers are exposed to a higher level of financial stress and display low to moderate mental health. Those effects are particularly evident in the caregivers who are close relatives of the elderly people, in descending order husbands/wives, brothers/sisters and children. Aiming at improving people’s social conduct in a society that should adapt to a new reality, I believe that the promotion of psychological support directed at family cohesion trough training of informal careworkers provided by the legal authorities should be a fundamental future strategy in order to strengthen them psychologically and to promote their cooperation with those who take care of their relatives.Universidade de Aveiro2013-12-11T11:34:24Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/11582TID:201561980porFigueiredo, Amorim Rosa deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:20:55Zoai:ria.ua.pt:10773/11582Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:58.678649Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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