Paradigmas de liminaridade no Entre-Douro-e-Tejo: um interface arqueológico de poderes (987-1131)
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/18334 |
Resumo: | Intenta o presente estudo uma abordagem historiográfica a dois níveis ao território compreendido entre os conjuntos fluviais do Douro e do Tejo, espacialidade genericamente desenhada pelo Livro Preto, cartulário da Sé de Coimbra que, a par de outras compilações documentais, como o Liber Testamentorum Coenobii Laurbanensis e o Cartulaire Baio-Ferrado, constituirá o cerne heurístico da nossa dissertação. A cronologia aventada alargar-se-á, com algumas excepções, desde a data do repovoamento encetado por Al-Manṣūr (المنصور ), em 987, até à fundação de Santa Cruz de Coimbra, em 1131, cuja inclusão se tornava epistemologicamente incomportável num trabalho desta natureza. A ancoragem epistemológica serão os paradigmas de liminaridade, originalmente propostos por Luciano Lagazzi, mais tarde frutuosamente aplicados à realidade hispânica por Hermenegildo Fernandes. O primeiro plasma um modelo de marca, zonal, centrífugo, de delimitação problemática, promanado de uma sequência interrelacionada de núcleos territoriais, normalmente associado a uma região de interface entre duas ou mais construções políticas, muitas vezes antagónicas entre si, donde resulta a sua associação frequente ao fenómeno da militarização, ao passo que a segunda se compõe de um esquema linear e perimétrico (tendencialmente conducente às fronteiras dos Estados-nacionais), dimanadas de um poder mais estruturado e centralizado, cujas manifestações seminais se radicam na Antiguidade Clássica, a partir da noção de poemerium. É este o primeiro nível, que cumpriremos ao nível da terminologia que a documentação plasma. Recorreremos, de igual modo, ao conceito de A.M. Hespanha, “arqueologia dos poderes”, que confere espessura diacrónica ao estudo, ao mesmo tempo que abre a análise à abordagem de fenómenos estruturais, como o seja a militarização e o encastelamento. Será este o segundo nível da aproximação, que terá concretização gráfica e cartográfica. Constituiremos, desta feita, diversos universos diplomatísticos, micro-analíticos, característicos de um estudo de caso, que se reportarão a realidades específicas, insertas no tecido territorial e heurístico pré-definido, por forma a testar a coerência territorial da espacialidade, ao nível da terminologia demarcatória e da sua estratigrafia ocupacional. |
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Paradigmas de liminaridade no Entre-Douro-e-Tejo: um interface arqueológico de poderes (987-1131)Ordenamento do território - Portugal - Idade MédiaIgreja Católica. Diocese (Coimbra, Portugal) - Idade MédiaPortugal - Administração - Idade MédiaPortugal - História - Idade MédiaTeses de mestrado - 2014Intenta o presente estudo uma abordagem historiográfica a dois níveis ao território compreendido entre os conjuntos fluviais do Douro e do Tejo, espacialidade genericamente desenhada pelo Livro Preto, cartulário da Sé de Coimbra que, a par de outras compilações documentais, como o Liber Testamentorum Coenobii Laurbanensis e o Cartulaire Baio-Ferrado, constituirá o cerne heurístico da nossa dissertação. A cronologia aventada alargar-se-á, com algumas excepções, desde a data do repovoamento encetado por Al-Manṣūr (المنصور ), em 987, até à fundação de Santa Cruz de Coimbra, em 1131, cuja inclusão se tornava epistemologicamente incomportável num trabalho desta natureza. A ancoragem epistemológica serão os paradigmas de liminaridade, originalmente propostos por Luciano Lagazzi, mais tarde frutuosamente aplicados à realidade hispânica por Hermenegildo Fernandes. O primeiro plasma um modelo de marca, zonal, centrífugo, de delimitação problemática, promanado de uma sequência interrelacionada de núcleos territoriais, normalmente associado a uma região de interface entre duas ou mais construções políticas, muitas vezes antagónicas entre si, donde resulta a sua associação frequente ao fenómeno da militarização, ao passo que a segunda se compõe de um esquema linear e perimétrico (tendencialmente conducente às fronteiras dos Estados-nacionais), dimanadas de um poder mais estruturado e centralizado, cujas manifestações seminais se radicam na Antiguidade Clássica, a partir da noção de poemerium. É este o primeiro nível, que cumpriremos ao nível da terminologia que a documentação plasma. Recorreremos, de igual modo, ao conceito de A.M. Hespanha, “arqueologia dos poderes”, que confere espessura diacrónica ao estudo, ao mesmo tempo que abre a análise à abordagem de fenómenos estruturais, como o seja a militarização e o encastelamento. Será este o segundo nível da aproximação, que terá concretização gráfica e cartográfica. Constituiremos, desta feita, diversos universos diplomatísticos, micro-analíticos, característicos de um estudo de caso, que se reportarão a realidades específicas, insertas no tecido territorial e heurístico pré-definido, por forma a testar a coerência territorial da espacialidade, ao nível da terminologia demarcatória e da sua estratigrafia ocupacional.Abstract: The present study intends to perform a jurisdictional history of the territory, at two basic levels, bounded by the rivers Douro and Tagus, spatiality broadly defined by the Livro Preto, Coimbra’s See cartulary, that, along with the Cartulaire Baio-Ferrado and the Liber Testamentorum Coenobii Laurbanensis, will constitute the main historical sources of this dissertation, along with some other minor selections from other inventories. The chronology will spread from the Al-Manṣūr (المنصور ) repopulation, in 987, up until the foundation, by Afonso Henriques, of Santa Cruz de Coimbra, in 1131, whose inclusion in this dissertation would be epistemologically unaffordable. The epistemological mainframe gathers the liminarity models, originally conceived by Luciano Lagazzi, thus fruitfully applied unto the Hispanic reality by Hermenegildo Fernandes. The first model is defined by its centrifugal and zonal nature, whose delimitation is a problematic issue, derived from a related sequence of territorial nucleuses, usually associated to a hybrid region, wherein two political entities coexist, often antagonistically, which is why the militarisation presents such pertinence in this context; on the contrary, the second one sets out a linear and perimetric scheme (which would, eventually, lead to the formation, many centuries after this chronology, of the Nation-Estates frontiers), emanated from a more structured and centralised political power, and whose origins can be traced back to the Classic Antiquity, and the very notion of poemerium. We will also call upon our interpretation A.M. Hespanha’s concept of “archaeology of powers”, whose virtue resides in its diachronic thickness and possibility of approaching more structural phenomena, such as the militarisation and the incastellamento. Thus, we will study several documents’ gatherings, micro-analytical, that will refer to specific realities, each one inserted in a pre-defined territorial tissue, which allows us to verify demarcation terminology (reportable to delimitation processes and bounding landscaping elements) and an important comparison with the powers in presence in this hermeneutical context.Fernandes, HermenegildoRepositório da Universidade de LisboaRamos, Gonçalo de Carvalho e Matos Baeta2015-07-01T10:54:01Z2014-12-222014-12-012014-12-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/18334TID:201894955porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:04:35Zoai:repositorio.ul.pt:10451/18334Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:37:55.773509Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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