Avaliação de riscos e de serviços de ecossistema na gestão florestal sustentável de espécies autóctones

• Autor(a) principal: Martins, Cláudia Manuela da Silva
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10516
• topic: gestão florestal adaptativa; trade-offs

Em Portugal, a gestão florestal sustentável (GFS) em florestas de espécies autóctones encontra uma elevada dificuldade de implementação, devido à falta de estudos que demonstrem o sucesso destes modelos de gestão. Outro problema que se põe são as características intrínsecas de algumas de estas espécies, ao nível de ritmo de crescimento, e a falta de investimento por parte dos proprietários em espécies com essas características, pois o seu rendimento só existe a longo prazo. Contudo, não nos podemos esquecer que apesar de o retorno demorar, estas espécies têm importância a nível económico e ambiental, oferecendo um conjunto diverso de benefícios. Esta dissertação visa dar a conhecer ao leitor o significado e aplicação da GFS em sistemas florestais de espécies autóctones, mais especificamente de duas folhosas, o sobreiro e o castanheiro e de uma resinosa, o pinheiro-manso. Na revisão bibliográfica abordam-se os riscos e serviços de ecossistema florestais para cada espécie em estudo. Numa segunda parte, desenvolvem-se as abordagens e os protocolos de recolha e modelação espacial de dados para os riscos e serviços de ecossistema implícitos em cada unidade/parcela de investigação das referidas espécies, cujo caso de estudo reporta ao Norte do país. Posteriormente, procede-se à avaliação da relação das espécies com os riscos e os serviços de ecossistema proporcionados pelas mesmas. Numa fase final do trabalho, é apresentada a proposta de conceção de compromisso ou equilíbrio (“trade-off”), quantificando os riscos e os serviços florestais em espécies autóctones, de forma a existir uma GFS em território nacional que consiga ser eficaz e com capacidade de resposta às necessidades atuais da fileira florestal. Com esta dissertação foi possível concluir que os riscos são cada vez mais imprevisíveis, e que existe assim uma necessidade de se ir ajustando a forma de gerir o povoamento florestal, de modo a diminuir o impacto desse risco e não prejudicar os serviços prestados por esse povoamento. Assim, mais uma vez, ressalta-se a importância de cada vez mais optarmos por uma gestão florestal adaptativa, pois poderemos ir adaptando a gestão a essas alterações climáticas, de forma a ir gerindo os povoamentos em direção aos objetivos pretendidos, maximizar os serviços e minimizar os riscos.