Esquizofrenia de longa evolução : a relação entre o tipo sintomatológico, a cognição e o funcionamento global
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/54292 |
Resumo: | Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021 |
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Esquizofrenia de longa evolução : a relação entre o tipo sintomatológico, a cognição e o funcionamento globalEsquizofreniaEsquizofrenia de longa evoluçãoCogniçãoFuncionamento globalSintomas negativosPsiquiatriaDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021Contextualização | A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica grave, no espetro das perturbações psicóticas, considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma das doenças mais incapacitantes. Diversos estudos demonstraram que a deterioração cognitiva e a repercussão funcional são elementos centrais a esta patologia, com impacto no seu funcionamento em sociedade, e relevância no prognóstico dos doentes. A abordagem ótima aos sintomas negativos permanece uma necessidade ainda não atendida na atualidade, e especula-se que o seu efeito sobre o impacto funcional, nestes doentes, poderá ser independente e discriminatório face à carga sintomatológica positiva. Ademais, observa-se uma lacuna na literatura nacional quanto à caracterização dos doentes com esquizofrenia de longa evolução. Objetivos | (1) Estudar a composição sociodemográfica e parâmetros de avaliação neuropsicológica de uma amostra constituída por doentes com diagnóstico de esquizofrenia de longa data. (2) Averiguar relações entre a carga sintomatológica, o grau de deterioração cognitiva e as repercussões funcionais no contexto da esquizofrenia. (3) Compreender se os doentes com sintomas negativos consideráveis se distinguem nestes parâmetros, face aos restantes. Metodologia | Estudo transversal, observacional e descritivo, envolvendo uma amostragem de 16 participantes, correspondente a doentes com diagnóstico clínico de esquizofrenia há pelo menos 20 anos. Utilizaram-se os dados obtidos na avaliação neuropsicológica dos domínios psicopatológico, cognitivo e funcional, mediante entrevista clínica pregressa, com recurso, respetivamente, aos instrumentos Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS), ao Mini Mental State Examination (MMSE) e à Escala de Avaliação Global de Funcionamento (AGF). A análise estatística dos resultados foi efetuada com o software SPSS®- versão 28.0, e compreendendo análises descritivas e quantitativas das variáveis (através das medidas de tendência central e de dispersão, e dos testes exato de Fisher e Mann-Whitney), e análises de correlação (de Pearson e Spearman). Resultados | Do total de participantes, 31,2% revelaram disfunção cognitiva considerável, e 87,5% exibiram um grau de repercussão funcional moderado a grave. Maiores pontuações globais e dimensionais na PANSS associaram-se a menores pontuações no MMSE, e, à exceção da subescala negativa, na AGF. Por sua vez, maiores pontuações no MMSE relacionaram-se com pontuações superiores na AGF, tendo-se, inclusive, verificado diferenças significativas na pontuação média do MMSE em função do ponto de corte para a disfunção global. Contudo, não se verificaram diferenças significativas nas pontuações médias da PANSS e da AGF conforme o ponto de corte para a deterioração cognitiva; nem nas pontuações médias da PANSS em função do ponto de corte para a disfunção global. 37,5% dos doentes revelavam sintomas negativos consideráveis, associando-se significativamente a maiores cargas sintomatológicas globais. Porém, este subgrupo não se distinguiu dos restantes quanto às pontuações médias nem quanto aos pontos de corte no MMSE e na AGF. Um maior grau de escolaridade associou-se a maiores pontuações médias no MMSE. Não se verificaram, porém, diferenças significativas nas pontuações da PANSS, MMSE e AGF em função do género nem do estado civil. Conclusões | A amostra estudada é representativa da limitação funcional descrita no contexto da esquizofrenia de longa data. Verificou-se que a gravidade dos sintomas, o desempenho cognitivo e o impacto funcional relacionam-se entre si. Uma maior carga sintomatológica associou-se a maiores défices cognitivos e funcionais em doentes com esquizofrenia. Espera-se que doentes com melhores desempenhos cognitivos revelem também uma melhor capacidade funcional. Doentes com sintomas negativos consideráveis apresentaram uma maior carga sintomatológica; contudo não se distinguiram dos restantes subtipos no que concerne ao grau de deterioração cognitiva nem funcional.Context | Schizophrenia is a severe mental disorder, among the spectrum of psychotic disorders, considered by the World Health Organization as one of the most disabling illnesses. Several studies recognized neurocognitive deficits and global functioning impairments as major determinants of social and prognostic outcomes. The optimal approach on the treatment of negative symptoms remains an unmet need. Some authors point out that the negative symptoms might constrain an independent and specific effect over functional outcomes, when compared to the positive symptoms’ severity. Furthermore, there’s a gap in the national evidence relevant to the portrayment of patients with a long term diagnosis of schizophrenia. Objectives | (1) Review the sociodemographic and neuropsychological picture of a sample enrolling patients with a long term diagnosis of schizophrenia. (2) Assess relations between the symptoms’ severity, cognitive deficits and global functioning impairments. (3) Determine if patient’s cognitive and functional performance might differ between those with negative symptoms and the remaining subtypes. Methods | Cross-sectional, observational and descriptive study, involving a sample of 16 patients, formally diagnosed with schizophrenia in the prior 20 years at least. Data was derived from a neuropsychological evaluation performed during clinical interviews, comprising the measures Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS), Mini Mental State Examination (MMSE) and Global Assessment of Functioning (GAF). The statistical analysis was performed using the software SPSS®- version 28.0, including quantitative and descriptive analysis (measures of central tendency and dispersion, Fisher's exact test and Mann-Whitney U test), in addition to Pearson and Spearman correlational studies. Results | From the total sample, 31,2% of the participants revealed significant cognitive impairment, and 87,5% disclosed moderate to severe impairment in functioning. Higher total and subscale scores on the PANSS were associated with lower MMSE scores, as well as, other than the negative subscale, with lower GAF scores. In addition, higher MMSE scores were correlated with higher GAF scores. There were significant diferences on the mean score for the MMSE, regarding to the cut-off settled for the functioning impairment. However, there were no significant differences on the mean scores for the PANSS and GAF, with respect to the cut-off established for the cognitive impairement; neither for the PANSS mean score, concerning functioning impairment cut-off. Furthermore, 37,5% of the participants exhibited significant negative symptoms, and reported higher symptom severity when compared to the other subtypes. Nonetheless, this group was indistinguishable from the rest regardless of the mean scores on the MMSE and GAF, and respective cut-off scores. A higher educational level was associated with higher MMSE mean scores. However, gender and marital status were independente from the PANSS, MMSE and GAF mean scores. Conclusions | The considered sample is representative of the functional impairement reported in the context of long term schizophrenia. The symptom severity, cognitive and functional performance were correlated. A higher symptom severity associated with more severe cognitive and functioning deficits. It is expected that patients with a good cognitive capacity will reveal an overall better functional performance. Patients with considerable negative symptoms exhibited higher symptom severity levels; although they did not differ from the other subtypes concerning neither the cognitive capacity nor the functional performance.Cruz, Filipa Andreia Lemos Novais OliveiraSilva, Inês Alexandra Duarte eRepositório da Universidade de LisboaAndrade, Sílvio Cristiano Domingues2021-072021-07-01T00:00:00Z2024-07-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/54292TID:202905217porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:59:51Zoai:repositorio.ul.pt:10451/54292Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:04:42.791943Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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