Os maus-tratos em idosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Cátia Freitas Tomé de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/30715
Resumo: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina (Geriatria), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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spelling Os maus-tratos em idososIdosoViolênciaTrabalho final de mestrado integrado em Medicina (Geriatria), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraO envelhecimento demográfico é um fenómeno global que despertou a atenção das diferentes áreas científicas ao realçar problemas de saúde pública, como é o caso dos maustratos contra a pessoa idosa. De facto, nas sociedades modernas, observa-se uma enorme diferenciação intergeracional que faz com que os idosos sejam confrontados com estereótipos negativos sobre o processo de envelhecimento e com atitudes idadistas, projetando-se, assim, sobre eles uma representação social gerontofóbica. É neste contexto, que surge esta revisão da literatura sobre o tema dos maus-tratos ao idoso. Nela, aborda-se a falta de consenso quanto à definição do conceito, a tipologia, os modelos explicativos, a prevalência e os diferentes fatores de risco, bem como as estratégias de avaliação dos maus-tratos e as potenciais medidas interventivas. A legislação em vigor, em Portugal, referente aos maus-tratos sobre a população idosa também constituiu objeto de análise. Os maus-tratos em idosos são considerados um fenómeno universal. As estimativas de prevalência nas taxas globais variam entre 1% a 5% e de 3,2% a 27,5%. Na Europa estima-se que pelo menos 4 milhões de pessoas idosas experienciem uma situação de maus-tratos no período de um ano. Um estudo realizado em Portugal revelou que, entre os anos de 2011 e 2014, cerca de 12,3% da população idosa foi vítima de, pelo menos, uma conduta de maustratos. Os maus-tratos mais frequentes foram: o abuso financeiro (6,3%) e o abuso psicológico (6,3%), o abuso físico (2,3%), a negligência (0,4%) e o abuso sexual (0,2%). No entanto, a ideia de que os maus-tratos são um fenómeno iceberg goza de consenso. Assume-se que, por cada caso reportado cinco ficam no esquecimento, o que torna difícil conhecer a real prevalência deste fenómeno. Este problema atravessa todos os setores da sociedade, independentemente da classe socioeconómica, da raça ou etnia, do nível educacional ou da religião. As razões explicativas, 4 referenciadas nos diversos estudos, apontam para o facto de, a par de um envelhecimento populacional, não existir um sistema de saúde e de proteção social devidamente preparado para responder eficazmente aos problemas e necessidades das pessoas idosas e das suas famílias. Salientam, ainda, as consequências devastadoras para as pessoas idosas, nomeadamente a nível físico, psicológico e financeiro, constituindo os maus-tratos uma violação dos direitos humanos que conduz a uma diminuição da qualidade de vida. A nível social acarretam grandes custos económicos na área da saúde e em outros serviços sociais e legais, drenando recursos e requerendo investimento por parte das sociedades. Este complexo problema de natureza multifatorial assume-se como um desafio para os diversos profissionais que têm de considerar variáveis como a interdependência entre os determinantes individuais, relacionais e culturais. A abordagem e intervenção, nestes casos, deve ser preventiva, realizada por uma equipa multidisciplinar, devendo focar-se nas potenciais vítimas, perpetradores dos maus-tratos e respetivos familiares, de modo a se colmatarem as suas necessidades, erradicando-se eventuais fatores de riscoDemographic aging is a global phenomenon that attracted the attention of different scientific areas when it enhanced public health problems, including the mistreatment of the elderly. In fact, in modern societies there is an enormous intergenerational differentiation phase that causes older people to be confronted with negative stereotypes about the aging process and with ageism attitudes, projecting thus on them a geriatric phobic social representation. It is in this context that this literature review on the subject of elderly mistreatment appears. It addresses the lack of consensus on the definition of the concept, the typology, the explanatory models, the prevalence and different risk factors as well as the abuse assessment strategies and potential interventional measures. The present legislation in Portugal, regarding the mistreatment of the elderly population, has also been object of analysis. Elderly mistreatment is considered a universal phenomenon. The estimates for its global prevalence rates range from 1% to 5% and from 3.2% to 27.5%. It’s estimated that, in Europe, at least 4 million elderly experience one abuse situation per year. A study in Portugal showed that, between the years 2011 and 2014, about 12.3% of the elderly population has been victim of, at least, one conduit of abuse. The most common types of abuse were: financial abuse (6.3%), psychological abuse (6.3%), physical abuse (2.3%), neglect (0.4%) and sexual abuse (0.2%). However, there is a certain consensus in stating that abuse is an iceberg phenomenon, as it’s assumed that for every reported case of elderly abuse, there are five unreported cases, making it difficult to know the real prevalence of this phenomenon. This problem exists in all sectors of society, regardless of socioeconomic class, race or ethnicity, educational level or religion. Several studies state that it can be explained by the fact that, along with an aging population, there isn’t a health and social protection system properly prepared to respond effectively to the problems and needs of older people and their 6 families. It also highlights that mistreatment leads to devastating consequences for older people at several levels, including physical, psychological and financial, constituting a violation of human rights and leading to a decreased quality of life. At the social level, it also causes large economic costs in health care and other social and legal services, draining resources and requiring investment by societies. This multifactor and complex issue is a challenge for the several professionals, who must consider many variables, as the interdependence between individual, relational and cultural determinatives. The approach and intervention in these cases should be preventive and performed by a multidisciplinary team, focusing on the potential victims, their families and abuse perpetrators, in order to fulfill their needs and eradicate possible risk factor2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/30715http://hdl.handle.net/10316/30715TID:201631989porAndrade, Cátia Freitas Tomé deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:45Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/30715Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:34.249706Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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