O processo de tomada de decisão humano e compartilhado em cuidados intensivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Maria Julia Carneiro
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://revistas.rcaap.pt/servir/article/view/31608
Resumo:  Introdução: Uma atenção humana no cuidado à pessoa em estado crítico precisa conciliar a excelência técnico-científica com a excelência ético-moral.1 Neste contexto, o processo de tomada de decisão adquire particularidades relativamente aos limites críticos da vida e da morte, que o tornam mais delicado e difícil.1 O impacto social e científico desta evidência justifica a sua valorização de forma compartilhada. Objetivos: Reconhecer a importância da tomada de decisão humana e compartilhada em uma unidade de cuidados intensivos (UCI). Material e Métodos: Estudo de abordagem reflexiva, baseado numa revisão bibliográfica nas bases de dados Scielo, Lilacs, MedLine/ PubMed, sobre a tomada de decisão em uma UCI. Resultados: Nas últimas décadas, o modelo da tomada de decisão compartilhada tem-se destacado como um novo paradigma na área da saúde.2,3 Neste processo, profissionais da saúde, pessoa doente e família formam uma parceria para: avaliarem as diferentes opções de diagnóstico e tratamento; ponderarem os benefícios, os inconvenientes, os desejos da pessoa doente e os recursos disponíveis.4 O desafio atual, passa pela consciência da aplicação das técnicas e terapêuticas necessárias para assistir as pessoas doentes durante o período crítico, mas também, por não as iniciar ou suspender quando a expectativa de recuperabilidade é nula.5 O ato de continuar a tratar pode tornar-se desumano e cruel, impondo dor, desconforto, sofrimento insensato e prolongado. Conclusões: Encontrar um equilíbrio entre as possibilidades de cura e os próprios limites da intervenção pode ser difícil, mas o foco de um profissional deve estar na pessoa doente, no seu bem, respeitando a sua história de vida e o seu tempo de morrer. Quando a cura deixa de ser uma expectativa real e foge às habilidades técnicas, competências e conhecimento humano, o cuidado deverá passar a abranger ações que aliviem o sofrimento e proporcionem o conforto integral ajustado às necessidades da pessoa doente.
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