Herança colonial descolonizada: o crescimento da língua portuguesa em África e o reconhecimento das normas angolana e moçambicana
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/49040 |
Resumo: | Esta dissertação tem por objetivo refletir sobre o crescimento da língua portuguesa em África e sobre o reconhecimento das normas angolana e moçambicana da língua portuguesa. Este crescimento está previsto devido às projeções de forte aumento populacional para Angola e Moçambique, no período 2015-2050-2100, apresentadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. Tal implicará que o centro dos falantes de língua portuguesa se desloque do Brasil para África. A verificarem-se estas projeções, Angola e Moçambique totalizarão cerca de 266 milhões de habitantes em 2100, o que ultrapassará os 200.305 milhões de habitantes estimados para o Brasil em período homólogo. Observa-se que Angola e Moçambique deverão reconhecer as suas respetivas normas da língua portuguesa e que provavelmente acabarão por fazê-lo no futuro, devido a esse crescimento populacional, o que originará um maior peso destes dois países na CPLP e consequente reforço de posição na gestão do sistema de normas desta língua. Defendemos também que será uma forma de estes dois países reduzirem as suas taxas de insucesso escolar, também decorrentes da utilização, no ensino, do português europeu, norma que não é falada pela população. Assim, Angola e Moçambique decidirão provavelmente, juntamente com o Brasil, o futuro da língua portuguesa, também por força das suas normas linguísticas que têm as suas próprias características e que, provavelmente por força do seu crescimento, reivindicarão um reconhecimento e estatuto de igualdade a par das normas brasileira e europeia. Finalmente, aponta-se a necessidade de uma maior paridade social e económica entre a língua portuguesa e as línguas africanas com que convive e por que foi modificada, assim como a necessidade de uma política linguística que ponha tal em prática. |
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Herança colonial descolonizada: o crescimento da língua portuguesa em África e o reconhecimento das normas angolana e moçambicanaPolítica linguísticaLínguas africanasLíngua portuguesaAngolaMoçambiqueÁfricaPortuguese languageAfrican languagesMozambiqueLinguistic policyEsta dissertação tem por objetivo refletir sobre o crescimento da língua portuguesa em África e sobre o reconhecimento das normas angolana e moçambicana da língua portuguesa. Este crescimento está previsto devido às projeções de forte aumento populacional para Angola e Moçambique, no período 2015-2050-2100, apresentadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. Tal implicará que o centro dos falantes de língua portuguesa se desloque do Brasil para África. A verificarem-se estas projeções, Angola e Moçambique totalizarão cerca de 266 milhões de habitantes em 2100, o que ultrapassará os 200.305 milhões de habitantes estimados para o Brasil em período homólogo. Observa-se que Angola e Moçambique deverão reconhecer as suas respetivas normas da língua portuguesa e que provavelmente acabarão por fazê-lo no futuro, devido a esse crescimento populacional, o que originará um maior peso destes dois países na CPLP e consequente reforço de posição na gestão do sistema de normas desta língua. Defendemos também que será uma forma de estes dois países reduzirem as suas taxas de insucesso escolar, também decorrentes da utilização, no ensino, do português europeu, norma que não é falada pela população. Assim, Angola e Moçambique decidirão provavelmente, juntamente com o Brasil, o futuro da língua portuguesa, também por força das suas normas linguísticas que têm as suas próprias características e que, provavelmente por força do seu crescimento, reivindicarão um reconhecimento e estatuto de igualdade a par das normas brasileira e europeia. Finalmente, aponta-se a necessidade de uma maior paridade social e económica entre a língua portuguesa e as línguas africanas com que convive e por que foi modificada, assim como a necessidade de uma política linguística que ponha tal em prática.This dissertation’s purpose is to reflect on the growth of the Portuguese language in Africa and the recognition of the Angolan and Mozambican norms of the Portuguese language. This growth is expected due to the prospects of a high population increase for Angola and Mozambique in the period 2015-2050-2100, published by the United Nations (UN) in 2015. This will imply the switch of the center of the Portuguese language speakers from Brazil to Africa. If these prospects hold true, Angola and Mozambique together will make up a population of 266 million inhabitants by 2100, which will exceed the 200.305 million inhabitants estimated for Brazil in the same period. It is argued that Angola and Mozambique should recognize their respective norms of the Portuguese language and that they will probably end up doing so in the future. Their population growth will lead to a greater importance of these two countries in the CPLP (the Portuguese-Speaking Countries Community) and consequent reinforcement of their position in the norms’ management system of this language. Moreover, we believe that the recognition of these norms will help to reduce their high school failure rates that also originate from the use of the European Portuguese norm in education, one that is not spoken by the population. Hence, Angola and Mozambique will probably, together with Brazil, be able to decide on the future of the Portuguese language, also by virtue of their norms, with their own linguistic features, that will demand equality status with the Brazilian and European ones. Also, a situation of greater social and economic equality between the Portuguese language and the African languages with which Portuguese shares its space and by which it was modified, is advocated, as well as the need of a language policy that puts this into practice.Martinho, Ana MariaRUNMendes, Sílvia Alexandra Simões2020-06-20T00:30:44Z2018-06-202018-05-142018-06-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/49040TID:201949890porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:24:43Zoai:run.unl.pt:10362/49040Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:32:05.033415Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Esta dissertação tem por objetivo refletir sobre o crescimento da língua portuguesa em África e sobre o reconhecimento das normas angolana e moçambicana da língua portuguesa. Este crescimento está previsto devido às projeções de forte aumento populacional para Angola e Moçambique, no período 2015-2050-2100, apresentadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. Tal implicará que o centro dos falantes de língua portuguesa se desloque do Brasil para África. A verificarem-se estas projeções, Angola e Moçambique totalizarão cerca de 266 milhões de habitantes em 2100, o que ultrapassará os 200.305 milhões de habitantes estimados para o Brasil em período homólogo. Observa-se que Angola e Moçambique deverão reconhecer as suas respetivas normas da língua portuguesa e que provavelmente acabarão por fazê-lo no futuro, devido a esse crescimento populacional, o que originará um maior peso destes dois países na CPLP e consequente reforço de posição na gestão do sistema de normas desta língua. Defendemos também que será uma forma de estes dois países reduzirem as suas taxas de insucesso escolar, também decorrentes da utilização, no ensino, do português europeu, norma que não é falada pela população. Assim, Angola e Moçambique decidirão provavelmente, juntamente com o Brasil, o futuro da língua portuguesa, também por força das suas normas linguísticas que têm as suas próprias características e que, provavelmente por força do seu crescimento, reivindicarão um reconhecimento e estatuto de igualdade a par das normas brasileira e europeia. Finalmente, aponta-se a necessidade de uma maior paridade social e económica entre a língua portuguesa e as línguas africanas com que convive e por que foi modificada, assim como a necessidade de uma política linguística que ponha tal em prática. |
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