Arquitetura ou revolução: o processo de transformação da Avenida da República com consequência do Metropolitano de Lisboa (1888 a 2014)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silvestre, Carina Carvalho
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/8754
Resumo: Com este estudo validou-se a persistência do espaço público através da leitura da cartografia de 1908, 1950, 1970 e 2014 para a Avenida da República e registou-se alterações na edificação destas datas, consequentes dos avanços na rede do metropolitano. Se por um lado, as avenidas novas com o plano de Ressano Garcia organizam a estrutura dos espaços públicos, por outro lado, não regram a altura do edificado, assim como as tipologias arquitectónicas que definem a envolvente deste espaços. A altimétrica dos edifícios da avenida e a sua estética foi sendo aprovada ao longo do tempo pelos técnicos da câmara municipal de Lisboa. Nos primeiros processo consultados para a primeira época dos edificados verificamos muitas vezes a imposição de 20 metros de altura (5 pisos) assim como a não utilização da taipa. Posteriormente e com o evoluir da tecnologia o número de pisos foi incrementado. Do estudo realizado constata-se que a actual Avenida da República ainda nos apresenta cerca de 1/3 do primeiro edificado. (38 edifícios são da primeira fase de construção). Outro aspecto que devemos salientar é a inversão da percentagem de funções na avenida. No inicio da construção temos 75% para a habitação e 0% para escritórios. Actualmente temos para habitação 41 (“habitacional” + “habitacional e comercial” e 47% (“empresarial” + “empresarial e comercial”) para escritórios. A introdução do metro em 1959 impôs um crescimento em altura à avenida. Podemos dizer que o metro transformou a avenida de pequenas habitações burguesas, numa avenida de grande escala, onde tem lugar o centro de negócios da cidade de Lisboa. Demonstramos que o metropolitano pode condicionar e alterar o crescimento e desenho urbano da cidade. O metropolitano e as estações que servem a Avenida da República (Entrecampos, Campo Pequeno e Saldanha) têm como já referimos um forte impacto na regeneração da mesma. A estação do Saldanha apresenta desde sempre um elevado valor de betweenness acrescido a partir de 2009 com as ligações à Alameda e a S. Sebastião. Como vimos esta característica potencia o tráfego de pessoas favorecendo a concentração de comércio e empresas. A estação do Saldanha ocupa também a primeira posição no que diz respeito à closeness, estando assim mais próxima das outras estações da rede. A localização de paragens de autocarro localizadas junto ao metro do Saldanha contribui também para potenciar o tráfego de pessoas na estação mais central da rede.Junto à estação do Saldanha é evidente uma maior preocupação com a renovação e um grande investimento na construção de raiz, o que se justifica pelas características deste lugar (central e próximo das outras estações de metro). Para além da alta betweenness e closeness na estação do Saldanha verificamos também que a estação do Campo Pequeno está a tornar-se numa das mais centrais da rede sendo possível distinguir os seus efeitos na regeneração deste troço na avenida. Os edifícios de gaveto junto à Praça do Campo Pequeno são actualmente os edifícios mais altos da Av. da República, um foi construído em 1968 e o outro reabilitado em 2010 (Anexo B, Fichas 83 e 85). Estas duas datas são importantes. Uma está muito próxima da data de chegada da linha do metro a esta zona (1959) e a outra do cruzamento da linha vermelha com a linha amarela em 2009, na zona do Saldanha. Curiosamente os edifícios hoteleiros da avenida encontram-se todos em frente à Praça de Touros (Anexo B, Fichas 45 e 49). Junto à estação de Entrecampos as alterações que se registam nos edifícios são dos anos 60, após a abertura do metro. Assim os edifícios que torneiam a Rotunda de Entrecampos obtém construções novas aumentando os pisos de 2 e 4 para 10 e 11 pisos (Anexo B, Fichas 55 e 56). A Avenida da República muda em função das acessibilidades. A introdução do metro em 1959 permitiu um crescimento em altura da avenida. A função inicial de habitação é substituída progressivamente com o tempo por escritórios e comércio. A infra-estrutura “metro” condiciona e promove ao mesmo tempo o desenvolvimento do território. Esta faz parte de um processo de renovação urbana. Com o crescimento da linha de metro a presença de novas centralidades aumenta, funcionando este como atractor de diversos usos da cidade, consoante a localização das estações. Desta forma, podemos ter locais mais adequados a serviços, a comércios, a escritórios, a habitação, entre outros.
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Nos primeiros processo consultados para a primeira época dos edificados verificamos muitas vezes a imposição de 20 metros de altura (5 pisos) assim como a não utilização da taipa. Posteriormente e com o evoluir da tecnologia o número de pisos foi incrementado. Do estudo realizado constata-se que a actual Avenida da República ainda nos apresenta cerca de 1/3 do primeiro edificado. (38 edifícios são da primeira fase de construção). Outro aspecto que devemos salientar é a inversão da percentagem de funções na avenida. No inicio da construção temos 75% para a habitação e 0% para escritórios. Actualmente temos para habitação 41 (“habitacional” + “habitacional e comercial” e 47% (“empresarial” + “empresarial e comercial”) para escritórios. A introdução do metro em 1959 impôs um crescimento em altura à avenida. Podemos dizer que o metro transformou a avenida de pequenas habitações burguesas, numa avenida de grande escala, onde tem lugar o centro de negócios da cidade de Lisboa. Demonstramos que o metropolitano pode condicionar e alterar o crescimento e desenho urbano da cidade. O metropolitano e as estações que servem a Avenida da República (Entrecampos, Campo Pequeno e Saldanha) têm como já referimos um forte impacto na regeneração da mesma. A estação do Saldanha apresenta desde sempre um elevado valor de betweenness acrescido a partir de 2009 com as ligações à Alameda e a S. Sebastião. Como vimos esta característica potencia o tráfego de pessoas favorecendo a concentração de comércio e empresas. A estação do Saldanha ocupa também a primeira posição no que diz respeito à closeness, estando assim mais próxima das outras estações da rede. 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Uma está muito próxima da data de chegada da linha do metro a esta zona (1959) e a outra do cruzamento da linha vermelha com a linha amarela em 2009, na zona do Saldanha. Curiosamente os edifícios hoteleiros da avenida encontram-se todos em frente à Praça de Touros (Anexo B, Fichas 45 e 49). Junto à estação de Entrecampos as alterações que se registam nos edifícios são dos anos 60, após a abertura do metro. Assim os edifícios que torneiam a Rotunda de Entrecampos obtém construções novas aumentando os pisos de 2 e 4 para 10 e 11 pisos (Anexo B, Fichas 55 e 56). A Avenida da República muda em função das acessibilidades. A introdução do metro em 1959 permitiu um crescimento em altura da avenida. A função inicial de habitação é substituída progressivamente com o tempo por escritórios e comércio. A infra-estrutura “metro” condiciona e promove ao mesmo tempo o desenvolvimento do território. Esta faz parte de um processo de renovação urbana. 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