A relação entre o estigma internalizado, a aliança terapêutica e os resultados da terapia em população clínica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Daciana Martins
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/18147
Resumo: O estigma internalizado (EI) na doença mental constitui um obstáculo à procura de ajuda profissional, tem implicações para o processo terapêutico e para a recuperação. Apesar do interesse crescente em compreender de que forma o EI, processo terapêutico e resultados da terapia se interrelacionam, os resultados das investigações são ainda pouco conclusivos. O presente estudo, de carater exploratório, teve por objetivo investigar (1) se existe associação entre o tipo de diagnóstico, a toma de medicação e o perfil de estigma internalizado (alto versus baixo); (2) se existem diferenças na aliança terapêutica, sintomas psicopatológicos, autoestima e autoeficácia em função do perfil de estigma internalizado (alto versus baixo); (3) qual o contributo da aliança terapêutica, dos sintomas psicopatológicos, da autoestima e da autoeficácia, para as diferentes dimensões do estigma internalizado; e, (4) se o estigma internalizado modera o efeito da aliança terapêutica sobre os resultados da terapia. Participaram no estudo 70 sujeitos com esquizofrenia/perturbações psicóticas, perturbações de humor e entre outras que responderam através de uma plataforma digital a um questionário sociodemográfico, Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), Estigma Internalizado em Pessoas com Doença Mental (ISMI), Escala da Autoeficácia, Escala da Autoestima (RSES), Inventário da Aliança Terapêutica (WAI-SR). Os nossos principais resultados sugerem que EI se associava à toma de medicação, a mais sintomas psicopatológicos, a menor autoestima e autoeficácia e, também, a dificuldades no estabelecimento da aliança terapêutica. Ademais, a autoestima e a aliança terapêutica mostraram-se fatores importantes para a diminuição do EI, por outro lado o EI contribuiu para o aumento da sintomatologia e diminuição da autoestima e autoeficácia. Concluímos que existe uma inter-relação entre estigma internalizado, aliança terapêutica e os resultados, pelo que em termos clínicos, sugerimos que se utilizem intervenções que englobem estes três fatores fundamentais para a recuperação psicossocial da pessoa com doença mental.
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O presente estudo, de carater exploratório, teve por objetivo investigar (1) se existe associação entre o tipo de diagnóstico, a toma de medicação e o perfil de estigma internalizado (alto versus baixo); (2) se existem diferenças na aliança terapêutica, sintomas psicopatológicos, autoestima e autoeficácia em função do perfil de estigma internalizado (alto versus baixo); (3) qual o contributo da aliança terapêutica, dos sintomas psicopatológicos, da autoestima e da autoeficácia, para as diferentes dimensões do estigma internalizado; e, (4) se o estigma internalizado modera o efeito da aliança terapêutica sobre os resultados da terapia. Participaram no estudo 70 sujeitos com esquizofrenia/perturbações psicóticas, perturbações de humor e entre outras que responderam através de uma plataforma digital a um questionário sociodemográfico, Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), Estigma Internalizado em Pessoas com Doença Mental (ISMI), Escala da Autoeficácia, Escala da Autoestima (RSES), Inventário da Aliança Terapêutica (WAI-SR). Os nossos principais resultados sugerem que EI se associava à toma de medicação, a mais sintomas psicopatológicos, a menor autoestima e autoeficácia e, também, a dificuldades no estabelecimento da aliança terapêutica. Ademais, a autoestima e a aliança terapêutica mostraram-se fatores importantes para a diminuição do EI, por outro lado o EI contribuiu para o aumento da sintomatologia e diminuição da autoestima e autoeficácia. Concluímos que existe uma inter-relação entre estigma internalizado, aliança terapêutica e os resultados, pelo que em termos clínicos, sugerimos que se utilizem intervenções que englobem estes três fatores fundamentais para a recuperação psicossocial da pessoa com doença mental.The internalized stigma (IS) in mental illness is a barrier to seeking professional help, has implications for the therapeutic process and recovery. Despite the growing interest in understanding how IS, therapeutic process and therapy outcomes interrelate, research results so far are diverse. In this sense, the present exploratory study aimed to investigate (1) whether there is an association between the type of diagnosis, taking medication and the internalized stigma profile (high versus low); (2) whether there are differences in the therapeutic alliance, psychopathological symptoms, self-esteem and self-efficacy due to the internalized stigma profile (high versus low); (3) what is the contribution of therapeutic alliance, psychopathological symptoms, self-esteem and self efficacy to the different dimensions of internalized stigma; and, (4) whether internalized stigma moderates the effect of the therapeutic alliance on therapy outcomes. The study included 70 subjects with schizophrenia/psychotic disorders, mood disorders and others who responded through a digital platform to a sociodemographic questionnaire, Psychopathological Symptom Inventory (BSI), Internalized Stigma in People with Mental Illness (ISMI), Scale of Self-efficacy, Self-Esteem Scale (RSES), Therapeutic Alliance Inventory (WAI-SR). Our main results suggest that IS was associated with taking medication, more psychopathological symptoms, lower self-esteem and self efficacy, and also difficulties in establishing a therapeutic alliance. Furthermore, self esteem and the therapeutic alliance proved to be important factors for the decrease in IS, on the other hand, IS contributed to the increase in symptoms and decrease in self-esteem and self-efficacy. We conclude that there is an interrelationship between internalized stigma, therapeutic alliance and outcomes, so in clinical terms, we suggest the use of interventions that encompass these three fundamental factors for the psychosocial recovery of people with mental illness.Janeiro, LuísSapientiaMarques, Daciana Martins2022-08-04T10:57:53Z2021-10-272021-10-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/18147TID:202910377porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:30:23Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/18147Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:07:56.498187Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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