Maus tratos e negligência na infância : efeitos sobre as representações da vinculação em crianças de idade pré-escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Benavente, Renata
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/33366
Resumo: Tese de mestrado em Psicologia (Área de especialização em Psicologia Clínica), apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2005
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Utilizámos a Tarefa de Completamento de Histórias concebida por Bretherton, Ridgeway e Cassidy (1990) e a metodologia Q-Sort segundo a proposta de Miljkovitch, Pierrehumbert, Karmaniola e Halfon (2003), para discriminar entre estratégias de vinculação observadas em crianças maltratadas, crianças negligenciadas e crianças sem suspeita de maus tratos ou negligência. O presente trabalho tem como objectivo principal esclarecer a influência dos maus tratos e da negligência nas representações da vinculação em crianças de idade préescolar. Utilizámos a Tarefa de Completamento de Histórias concebida por Bretherton, Ridgeway e Cassidy (1990) e a metodologia Q-Sort segundo a proposta de Miljkovitch, Pierrehumbert, Karmaniola e Halfon (2003), para discriminar entre estratégias de vinculação observadas em crianças maltratadas, crianças negligenciadas e crianças sem suspeita de maus tratos ou negligência. A Teoria da Vinculação, cuja génese conceptual se encontra nos trabalhos de Bowlby iniciados em 1940, pressupõe que as crianças desenvolvem modelos de representação interna do objecto primário com que se relacionam, de si próprias e de si próprias em relação com os outros, com base na história de relacionamento com o prestador primário de cuidados. Quando os prestadores de cuidados (pais ou seus substitutos) adoptam comportamentos desadequados, como ocorre nas situações de maus tratos ou de negligência, o comportamento de vinculação da criança é afectado Crittenden (1988a). A investigação tem vindo a demonstrar que as crianças sujeitas a experiências de maus tratos ou de negligência desenvolvem padrões muito inseguros de vinculação (Crittenden, 1988b; Carlson, Cicchetti, Bamett, & Braunwald, 1989; van Uzendoom, Schuengel & Bakersman-Kranenburg, 1999b) e constroem modelos distorcidos do self Por consequência, os outros são percepcionados como indisponíveis e rejeitantes. Os resultados obtidos neste estudo indicaram que as crianças maltratadas ou negligenciadas em idade pré-escolar (dos 3 aos 6 anos) tendem a adoptar estratégias inseguras de vinculação (desactivadas, hiperactivadas e desorganizadas), recorrendo menos à estratégia segura, quando comparadas com crianças que não foram vítimas de maus tratos ou de negligência. Não se encontraram diferenças, entre o grupo de crianças maltratadas e o grupo de crianças negligenciadas. Não se verificaram diferenças significativas em função do sexo das crianças nem em função da existência de relações com outros adultos significativos não maltratantes ou não negligentes, no desenvolvimento de estratégias de vinculação inseguras. Os resultados são discutidos com base na Teoria da Vinculação, sendo também feitas algumas propostas, de investigação futura.This study focuses on the influence of maltreatment and neglect on attachment representations in a preschool children sample. The Attachment Story Completion Task developed by Bretherton, Ridgeway e Cassidy (1990) and a Q-Sort technique according to the proposal of Miljkovitch, Pierrehumbert, Karmaniola e Halfon (2003) were used to determine the attachment strategies of maltreated, neglected and non maltreated or neglected children. According to Attachment theory, developed by Bowlby in the 40's, children develop representational internal models of attachment figures, of the self and of the self in relation with others based on their relationship with the primary caregiver. When primary caregivers (parents or substitutes) exhibit inadequate behaviors such as maltreating and neglectful behaviors, the child attachment behavior is affected (Crittenden 1988a). Several investigations have concluded that children who were victims of maltreatment or neglect develop very insecure patterns of attachment (Crittenden, 1988b; Carlson, Cicchetti, Bamett & Braunwald, 1989; van IJzendoom, Schuengel & Bakersman-Kranenburg, 1999b) and distorted representational models of the self Consequently, others are perceived as rejecting and unavailable. Results indicated that maltreated and neglected preschool children (3 to 6 years old) tend to use insecure attachment strategies (deactivated, hyperactivated and disorganized), and less of secure strategies when compared to controls. There were no differences between the maltreated and neglected group in terms of attachment representations. There were no significant differences as a function of sex or as a function of the existence of relationship with a non maltreating or non neglectful adult, on the development of insecure attachment strategies. These results are discussed in terms of Attachment Theory and proposals for future investigation are made.Justo, João Manuel Rosado de Miranda, 1958-Repositório da Universidade de LisboaBenavente, Renata2018-05-14T10:39:38Z20052005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/33366porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:27:17Zoai:repositorio.ul.pt:10451/33366Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:47:59.754793Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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