Foraminíferos de Montemayor-1 (Huelva, Espanha) e inferência das mudanças climáticas de há 5,6 a 5,5 Ma
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/22238 |
Resumo: | Um estudo geoquímico realizado recentemente na sondagem de Montemayor-1, perto de Moguer no sul Espanha, indicou a existência de uma série de ciclos sedimentares, cuja origem poderia estar relacionada com variações cíclicas de carácter astronómico. Especificamente, o estudo reconheceu a alternância entre períodos secos e húmidos. Estes últimos caracterizaram-se pela maior precipitação na Península Ibérica, que deixou um maior teor de componentes detríticos nos sedimentos marinhos. Nos períodos secos, a contribuição de sedimentos siltosos, devido à escassez de vegetação e maiores taxas de erosão, foi dominante. Estes ciclos têm sido associados ao ciclo de precessão do eixo da Terra. Estas alternâncias correspondem também às variações cíclicas registadas pelos isótopos de oxigénio medido em foraminíferos planctónicos. No entanto, o impacto que as mudanças climáticas de origem astronómica tiveram nas associações de foraminíferos planctónicos permanecia desconhecido, fornecendo a motivação para o presente estudo, que incidiu sobre as associações de foraminíferos planctónicos durante o final do Messiniano, suas ciclicidades e especialmente as flutuações na abundância relativa de espécies planctónicas de águas quentes e frias. As possíveis ciclicidades observadas foram comparadas com os resultados geoquímicos obtidos nos sedimentos, nomeadamente com as variações da composição química e com as variações do registo isotópico, bem como com as ciclicidades dos parâmetros astronómicos (excentricidade, obliquidade e precessão). As oscilações das associações de foraminíferos planctónicos e a sua abundância nos sedimentos refletem um aumento progressivo da temperatura das águas (superficiais e profundas), evoluindo de um ambiente mais frio para temperado quente, voltando no topo da secção analisada a tendência para o arrefecimento. Há predomínio de espécies de águas frias durante as glaciações TG 14 e TG 12, bem como se regista um aumento máximo da abundância de espécies tropicais em cinco momentos, período relacionável com o dos ciclos de precessão do eixo da Terra (~19 mil anos) e coincidentes com o registo dos mesmos. |
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Foraminíferos de Montemayor-1 (Huelva, Espanha) e inferência das mudanças climáticas de há 5,6 a 5,5 MaMontemayor-1Foraminíferos planctónicosMessiniano superiorCiclos de precessãoMudanças climáticasDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e TecnologiasUm estudo geoquímico realizado recentemente na sondagem de Montemayor-1, perto de Moguer no sul Espanha, indicou a existência de uma série de ciclos sedimentares, cuja origem poderia estar relacionada com variações cíclicas de carácter astronómico. Especificamente, o estudo reconheceu a alternância entre períodos secos e húmidos. Estes últimos caracterizaram-se pela maior precipitação na Península Ibérica, que deixou um maior teor de componentes detríticos nos sedimentos marinhos. Nos períodos secos, a contribuição de sedimentos siltosos, devido à escassez de vegetação e maiores taxas de erosão, foi dominante. Estes ciclos têm sido associados ao ciclo de precessão do eixo da Terra. Estas alternâncias correspondem também às variações cíclicas registadas pelos isótopos de oxigénio medido em foraminíferos planctónicos. No entanto, o impacto que as mudanças climáticas de origem astronómica tiveram nas associações de foraminíferos planctónicos permanecia desconhecido, fornecendo a motivação para o presente estudo, que incidiu sobre as associações de foraminíferos planctónicos durante o final do Messiniano, suas ciclicidades e especialmente as flutuações na abundância relativa de espécies planctónicas de águas quentes e frias. As possíveis ciclicidades observadas foram comparadas com os resultados geoquímicos obtidos nos sedimentos, nomeadamente com as variações da composição química e com as variações do registo isotópico, bem como com as ciclicidades dos parâmetros astronómicos (excentricidade, obliquidade e precessão). As oscilações das associações de foraminíferos planctónicos e a sua abundância nos sedimentos refletem um aumento progressivo da temperatura das águas (superficiais e profundas), evoluindo de um ambiente mais frio para temperado quente, voltando no topo da secção analisada a tendência para o arrefecimento. Há predomínio de espécies de águas frias durante as glaciações TG 14 e TG 12, bem como se regista um aumento máximo da abundância de espécies tropicais em cinco momentos, período relacionável com o dos ciclos de precessão do eixo da Terra (~19 mil anos) e coincidentes com o registo dos mesmos.J. Sierro, FranciscoLegoinha, PauloRUNFerreira, Joana Nunes Amaral Gonçalves2017-07-28T09:45:47Z201620172016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/22238porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:09:40Zoai:run.unl.pt:10362/22238Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:27:12.231638Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Um estudo geoquímico realizado recentemente na sondagem de Montemayor-1, perto de Moguer no sul Espanha, indicou a existência de uma série de ciclos sedimentares, cuja origem poderia estar relacionada com variações cíclicas de carácter astronómico. Especificamente, o estudo reconheceu a alternância entre períodos secos e húmidos. Estes últimos caracterizaram-se pela maior precipitação na Península Ibérica, que deixou um maior teor de componentes detríticos nos sedimentos marinhos. Nos períodos secos, a contribuição de sedimentos siltosos, devido à escassez de vegetação e maiores taxas de erosão, foi dominante. Estes ciclos têm sido associados ao ciclo de precessão do eixo da Terra. Estas alternâncias correspondem também às variações cíclicas registadas pelos isótopos de oxigénio medido em foraminíferos planctónicos. No entanto, o impacto que as mudanças climáticas de origem astronómica tiveram nas associações de foraminíferos planctónicos permanecia desconhecido, fornecendo a motivação para o presente estudo, que incidiu sobre as associações de foraminíferos planctónicos durante o final do Messiniano, suas ciclicidades e especialmente as flutuações na abundância relativa de espécies planctónicas de águas quentes e frias. As possíveis ciclicidades observadas foram comparadas com os resultados geoquímicos obtidos nos sedimentos, nomeadamente com as variações da composição química e com as variações do registo isotópico, bem como com as ciclicidades dos parâmetros astronómicos (excentricidade, obliquidade e precessão). As oscilações das associações de foraminíferos planctónicos e a sua abundância nos sedimentos refletem um aumento progressivo da temperatura das águas (superficiais e profundas), evoluindo de um ambiente mais frio para temperado quente, voltando no topo da secção analisada a tendência para o arrefecimento. Há predomínio de espécies de águas frias durante as glaciações TG 14 e TG 12, bem como se regista um aumento máximo da abundância de espécies tropicais em cinco momentos, período relacionável com o dos ciclos de precessão do eixo da Terra (~19 mil anos) e coincidentes com o registo dos mesmos. |
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