Host location by exophagic African Malaria vectors: evaluating the performance of a novel exposure-free human-baited mosquito trap and studies on the perception of indoors/outdoors by malaria vectors in southern Mozambique
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/19829 |
Resumo: | A malária é transmitida por mosquitos que, preferencialmente, picam no interior (endofágicos) ou no exterior (exofágicos) das habitações. Atualmente, os métodos mais sucedidos no controlo vectorial são a pulverização residual intra-domiciliar (PIDOM) e as redes mosquiteiras tratadas com insecticidas de longa duração (REMILD), que têm como alvo principal os vectores endofágicos. No entanto, as espécies que picam no exterior (exófagicas) têm sido as mais difíceis de controlar e, atualmente, não existem métodos satisfatórios para o controlo de populações destes vectores. A transmissão da malária feita por vectores exofágicos é comum fora de África; contudo, o fenómeno vem, progressivamente, ganhando importância também no continente Africano. Daí que, para que os vectores exofágicos sejam controlados de forma efetiva, é necessário entender melhor como ou porquê alguns vectores preferem procurar refeições sanguíneas em ambientes fechados, enquanto os outros evitam entrar em tais compartimentos? Ou seja, como é que um vector localiza e reconhece um ambiente fechado (ou intra-domiciliar) ou aberto (extra-domiciliar)? Com vista a obter respostas à tais questões, varias experiências de campo foram realizadas na aldeia de Massavasse, localizada na região leste do distrito de Chóckwè, província de Gaza, sul de Moçambique. As experiências assentaram-se em dois objetivos principais: 1. Projetar, construir e avaliar a performance de uma armadilha de grelha elétrica, apelidada de armadilha Shock-wè (SHK-wè), que poderá ser utilizada como uma alternativa fiável às colheitas com isca humana, na amostragem de vectores da malária que procuram um hospedeiro humano em ambientes interiores ou exteriores. 2. Determinar a contribuição dos elementos estruturais básicos que compõe uma habitação (ou seja, tecto, paredes, pilares, etc.) para a ocorrência e entrada de mosquitos que procuram uma refeição sanguínea em casas experimentais. Para cumprir o primeiro objectivo, foram feitas colheitas emparelhadas de mosquitos através de armadilhas SHK-wè e colheitas com isca humana (CIH) durante 35 noites consecutivas. Os resultados indicam que a SHK-wè é uma ferramenta segura e fiável para a amostragem e vigilância das populações de vetores importantes da malária em África. SHK-wè mostrou um bom desempenho tanto no interior como no exterior e, portanto, é potencialmente um substituto prático, robusto e seguro para as capturas CIH convencionais. Para cumprir o segundo objetivo, foram igualmente utilizadas armadilhas SHK-wè numa série de experiências de tratamentos randomizados para determinar a resposta das populações de mosquitos locais à presença de componentes estruturais de uma casa experimental construída para o efeito. A experiência foi realizada durante 50 noites consecutivas e constituiu em montagens e desmontagens aleatórias da casa experimental nos seus elementos básicos (isto é, o suporte de metal, paredes inferiores e superiores e o tecto). Os resultados desta experiência sugerem que, contrariamente ao que se conhecia, o tecto da casa é um componente chave para o reconhecimento e entrada dos vectores endofágicos do complexo A. gambiae s.l em ambientes intra-domiciliares. Os dados indicaram que a probabilidade de A. gambiae s.l. entrar numa casa experimental aumenta 4.5 vezes [IRR = 1.50 (0.63 – 2.37; p = 0.001) quando o tecto está presente em comparação com outros tipos de tratamentos |
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Host location by exophagic African Malaria vectors: evaluating the performance of a novel exposure-free human-baited mosquito trap and studies on the perception of indoors/outdoors by malaria vectors in southern MozambiqueParasitologia médicaMaláriaVectores de maláriaArmadilha SHK-wèMosquitosDomínio/Área Científica::Ciências MédicasA malária é transmitida por mosquitos que, preferencialmente, picam no interior (endofágicos) ou no exterior (exofágicos) das habitações. Atualmente, os métodos mais sucedidos no controlo vectorial são a pulverização residual intra-domiciliar (PIDOM) e as redes mosquiteiras tratadas com insecticidas de longa duração (REMILD), que têm como alvo principal os vectores endofágicos. No entanto, as espécies que picam no exterior (exófagicas) têm sido as mais difíceis de controlar e, atualmente, não existem métodos satisfatórios para o controlo de populações destes vectores. A transmissão da malária feita por vectores exofágicos é comum fora de África; contudo, o fenómeno vem, progressivamente, ganhando importância também no continente Africano. Daí que, para que os vectores exofágicos sejam controlados de forma efetiva, é necessário entender melhor como ou porquê alguns vectores preferem procurar refeições sanguíneas em ambientes fechados, enquanto os outros evitam entrar em tais compartimentos? Ou seja, como é que um vector localiza e reconhece um ambiente fechado (ou intra-domiciliar) ou aberto (extra-domiciliar)? Com vista a obter respostas à tais questões, varias experiências de campo foram realizadas na aldeia de Massavasse, localizada na região leste do distrito de Chóckwè, província de Gaza, sul de Moçambique. As experiências assentaram-se em dois objetivos principais: 1. Projetar, construir e avaliar a performance de uma armadilha de grelha elétrica, apelidada de armadilha Shock-wè (SHK-wè), que poderá ser utilizada como uma alternativa fiável às colheitas com isca humana, na amostragem de vectores da malária que procuram um hospedeiro humano em ambientes interiores ou exteriores. 2. Determinar a contribuição dos elementos estruturais básicos que compõe uma habitação (ou seja, tecto, paredes, pilares, etc.) para a ocorrência e entrada de mosquitos que procuram uma refeição sanguínea em casas experimentais. Para cumprir o primeiro objectivo, foram feitas colheitas emparelhadas de mosquitos através de armadilhas SHK-wè e colheitas com isca humana (CIH) durante 35 noites consecutivas. Os resultados indicam que a SHK-wè é uma ferramenta segura e fiável para a amostragem e vigilância das populações de vetores importantes da malária em África. SHK-wè mostrou um bom desempenho tanto no interior como no exterior e, portanto, é potencialmente um substituto prático, robusto e seguro para as capturas CIH convencionais. Para cumprir o segundo objetivo, foram igualmente utilizadas armadilhas SHK-wè numa série de experiências de tratamentos randomizados para determinar a resposta das populações de mosquitos locais à presença de componentes estruturais de uma casa experimental construída para o efeito. A experiência foi realizada durante 50 noites consecutivas e constituiu em montagens e desmontagens aleatórias da casa experimental nos seus elementos básicos (isto é, o suporte de metal, paredes inferiores e superiores e o tecto). Os resultados desta experiência sugerem que, contrariamente ao que se conhecia, o tecto da casa é um componente chave para o reconhecimento e entrada dos vectores endofágicos do complexo A. gambiae s.l em ambientes intra-domiciliares. Os dados indicaram que a probabilidade de A. gambiae s.l. entrar numa casa experimental aumenta 4.5 vezes [IRR = 1.50 (0.63 – 2.37; p = 0.001) quando o tecto está presente em comparação com outros tipos de tratamentosMalaria is, preferentially, transmitted by mosquitoes that bite indoors or outdoors. To date, the most successful vector control methods, namely: indoors residual spraying (IRS) and long lasting insecticide treated bed nets (LLINs) have targeted indoor species. Outdoor biters (exophagic) are difficult to target and no satisfactory control methods exist. Already common outside Africa, outdoor-transmitted malaria is growing in importance within Africa. To target exophagic mosquitoes we need to understand more how/why they choose to enter or to avoid houses, i.e. what do mosquitoes perceive as indoors or outdoors? Field experiments were undertaken in Massavasse, a village located in the eastern region of Chóckwè district, Gaza province, southern Mozambique, to investigate that question and addressing two objectives: 1. To design, build and evaluate an electric net trap (ENT), named the “Shock-wè (SHK-wè) trap” for reliable sampling of mosquitoes responding to human bait, indoors and outdoors; 2. To determine the contribution of simple elements of a house (i.e. roof, walls, partial walls) to occurrence and entry rates of host seeking mosquitoes. To accomplish the first objective, a series of paired field tests were performed to evaluate the performance of SHK-wè trap compared to Human landing catch (HLC) method. Results showed that SHK-wè trap is a safe and reliable sampling and surveillance tool for African malaria vector populations. The trap performed well indoors and outdoors and is potentially a robust and safe practical replacement for the conventional HLC method. To accomplish the second objective, SHK-wè trap was used in a series of randomized treatment-assigning experiments to determine the response of local mosquitoes populations to presence of structural components of a purpose-built experimental house. The experiment consisted on randomly dismantling or reassembling an experimental house into its basic elements (i.e. a frame on a base, lower walls, upper walls and roof). Results from this experiment suggest that, contrarily to current belief, the roof of the house was a key component that triggered endophagic malaria vectors, such as members of A. gambiae complex, to enter. Data indicated that the probability of A. gambiae s.l. entering an experimental house increased 4.5 [IRR = 1.50 (0.63 – 2.37); p = 0.001)] times when the roof was in place compared to other types of treatments.Instituto de Higiene e Medicina TropicalMcCall, Professor Philip J.PINTO, JoãoRUNKAMPANGO, Ayubo Amisse2017-11-17T01:30:20Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19829TID:201499703enginfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:02:07Zoai:run.unl.pt:10362/19829Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:43.980017Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A malária é transmitida por mosquitos que, preferencialmente, picam no interior (endofágicos) ou no exterior (exofágicos) das habitações. Atualmente, os métodos mais sucedidos no controlo vectorial são a pulverização residual intra-domiciliar (PIDOM) e as redes mosquiteiras tratadas com insecticidas de longa duração (REMILD), que têm como alvo principal os vectores endofágicos. No entanto, as espécies que picam no exterior (exófagicas) têm sido as mais difíceis de controlar e, atualmente, não existem métodos satisfatórios para o controlo de populações destes vectores. A transmissão da malária feita por vectores exofágicos é comum fora de África; contudo, o fenómeno vem, progressivamente, ganhando importância também no continente Africano. Daí que, para que os vectores exofágicos sejam controlados de forma efetiva, é necessário entender melhor como ou porquê alguns vectores preferem procurar refeições sanguíneas em ambientes fechados, enquanto os outros evitam entrar em tais compartimentos? Ou seja, como é que um vector localiza e reconhece um ambiente fechado (ou intra-domiciliar) ou aberto (extra-domiciliar)? Com vista a obter respostas à tais questões, varias experiências de campo foram realizadas na aldeia de Massavasse, localizada na região leste do distrito de Chóckwè, província de Gaza, sul de Moçambique. As experiências assentaram-se em dois objetivos principais: 1. Projetar, construir e avaliar a performance de uma armadilha de grelha elétrica, apelidada de armadilha Shock-wè (SHK-wè), que poderá ser utilizada como uma alternativa fiável às colheitas com isca humana, na amostragem de vectores da malária que procuram um hospedeiro humano em ambientes interiores ou exteriores. 2. Determinar a contribuição dos elementos estruturais básicos que compõe uma habitação (ou seja, tecto, paredes, pilares, etc.) para a ocorrência e entrada de mosquitos que procuram uma refeição sanguínea em casas experimentais. Para cumprir o primeiro objectivo, foram feitas colheitas emparelhadas de mosquitos através de armadilhas SHK-wè e colheitas com isca humana (CIH) durante 35 noites consecutivas. Os resultados indicam que a SHK-wè é uma ferramenta segura e fiável para a amostragem e vigilância das populações de vetores importantes da malária em África. SHK-wè mostrou um bom desempenho tanto no interior como no exterior e, portanto, é potencialmente um substituto prático, robusto e seguro para as capturas CIH convencionais. Para cumprir o segundo objetivo, foram igualmente utilizadas armadilhas SHK-wè numa série de experiências de tratamentos randomizados para determinar a resposta das populações de mosquitos locais à presença de componentes estruturais de uma casa experimental construída para o efeito. A experiência foi realizada durante 50 noites consecutivas e constituiu em montagens e desmontagens aleatórias da casa experimental nos seus elementos básicos (isto é, o suporte de metal, paredes inferiores e superiores e o tecto). Os resultados desta experiência sugerem que, contrariamente ao que se conhecia, o tecto da casa é um componente chave para o reconhecimento e entrada dos vectores endofágicos do complexo A. gambiae s.l em ambientes intra-domiciliares. Os dados indicaram que a probabilidade de A. gambiae s.l. entrar numa casa experimental aumenta 4.5 vezes [IRR = 1.50 (0.63 – 2.37; p = 0.001) quando o tecto está presente em comparação com outros tipos de tratamentos |
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